sábado, 7 de dezembro de 2013

Dinheiro e felicidade

Há quem diga que se dinheiro não traz a felicidade nos coloca muito próximos dela. Ledo engano. O deus dinheiro não tem e nunca terá esse tipo de poder. E se você tiver um câncer ou doença fatal que sequer supõe está adormecida em seu corpo pronta para desabrochar a qualquer momento?

O que nos assegura que estaremos vivos na manhã seguinte ou mesmo daqui a uma hora ou fração de segundo? Não será a conta bancária que dará essa segurança.

Que maravilhoso plano de saúde ou hospital de elevado padrão poderá garantir a preservação de sua saúde?

Não devemos nutrir um ódio ao dinheiro. A questão não é esta. Precisamos, no entanto, compreender que a verdadeira felicidade tem raiz em outro local. É o conhecimento de Deus e o aprendizado de tê-lo permanentemente em nossa vida que nos faz pessoas diferentes e a caminho da verdadeira felicidade.

E esta não é uma conquista para amanhã, nem para o próximo ano novo. Pelo contrário, ela está disponível para todos neste exato momento. Para isso, basta uma mudança de atitude em relação às coisas da vida, deixando de dar importância às coisas em uma dimensão que as torne verdadeiros e falsos deuses e entre essas coisas está, sem dúvida, o dinheiro.

A busca da verdadeira felicidade está em seguirmos os ensinamentos de Cristo. Este é o caminho correto que nos leva a Deus e a riqueza da vida.

"Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática, é semelhante a um homem insensato que construiu sua casa na areia"
Mateus 7,26

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A arte de atirar pedras nos outros



Em nossas vidas estamos sempre prontos a atirar pedras. Somos críticos veementes de políticos e governantes, mas, pouco fazemos de concreto para a mudança da realidade que nos cerca. Em nossa vida pessoal cometemos erros tão ou mais graves do que os cometidos pelos que nos governam, mas não exercemos esse mesmo tipo de críticas diante de nosso comportamento. Temos a tendência de generalizar. Achamos que nenhum político presta e que todos os governos são péssimos. Exercemos com arte e maestria o atirar pedras em tudo.

Criticamos a religião dos outros. Consideramos padres, bispos e pastores um bando de espertalhões a iludir incautos. Só nós mesmos somos os donos da verdade e pessoas iluminadas que, por nós mesmo, temos o dom de saber distinguir bem o certo do errado. Com comodismo esticamos nossas pernas e falamos mal dos meios de comunicação, do rádio, da televisão, revistas e jornais. Criticamos o sistema educacional, de saúde e tudo o mais e limitamos nossa ação, quando muito, a participarmos de alguma passeata ou marcha, enquanto isso for moda e não empreendemos mais nenhuma ação em relação às coisas ruins da vida, que podem ter melhor encaminhamento por meio de maior participação de pessoas "iluminadas" como nós.

Será que esse tem sido nosso verdadeiro comportamento, como o de fariseus e hipócritas ou temos agido como verdadeiros cristãos ou pessoas de bom coração - o que dá na mesma? Sem perdermos a nossa consciência crítica, importante para a transformação das coisas, procuramos ir mais adiante tendo uma real participação nas coisas que realmente estão ao nosso alcance? Como profissionais negligenciamos na qualidade do serviço prestado - não aos nossos eventuais patrões - mas as pessoas que dependem das coisas que fazemos?

Temos cultivado a arte de atirar pedras nos outros ou temos exercido a fundamental missão de agirmos como pacificadores, sem que isso signifique indiferença contra a miséria e o caos existentes em diversas áreas da sociedade?

Em que posição estaríamos diante da mulher a ser apedrejada? 

João 8:1 Jesus, entretanto, foi para o monte das Oliveiras.
João 8:2 De madrugada, voltou novamente para o templo, e todo o povo ia ter com ele; e, assentado, os ensinava.
João 8:3 Os escribas e fariseus trouxeram à sua presença uma mulher surpreendida em adultério e, fazendo-a ficar de pé no meio de todos,
João 8:4 disseram a Jesus: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério.
João 8:5 E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes?
João 8:6 Isto diziam eles tentando-o, para terem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia na terra com o dedo.
João 8:7 Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.
João 8:8 E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão.
João 8:9 Mas, ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos, ficando só Jesus e a mulher no meio onde estava.
João 8:10 Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?
João 8:11 Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Palavras que saem da boca para fora



Em Mateus 26:35 Pedro faz uma promessa a Jesus: "Ainda que me seja necessário morrer contigo, de modo nenhum te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo".

Também nós agimos assim. Fazemos promessas aos outros e ainda a nós mesmos e nunca a cumprimos. Isso significa que nem sempre a nossa auto confiança é o bastante para que sejamos capazes de honrarmos nossas promessas. 

Isso se dá, por exemplo, com uma pessoa vítima de drogas lícitas ou ilícitas. Há, às vezes, a afirmação categórica de que pode parar a qualquer momento. Muitos alegam que bebem socialmente e na hora que bem desejam o vício é colocado de lado sem dificuldades. Há os que, realmente, conseguem essa proeza, mas a grande maioria quando tenta acaba descobrindo que existe uma força praticamente incontrolável e como Pedro, na descrição de Mateus, irá negar ao Cristo naquela mesma noite da promessa, antes que o galo cante, três vezes.

O nosso erro, como o de Pedro, está em colocarmos a fé em nós mesmos, não tendo a nítida compreensão que ela é um dom dado por Deus ao qual devemos reivindicar. Nossa fé, só será verdadeira e funcional se for colocada no próprio Cristo, pois Ele é quem nos capacita ao cumprimento de nossas promessas.

Sem a força que  Jesus nos dá é que conseguimos cumprir nossas metas. Sem Ele nada é possível. Por isso, Jesus disse a Pedro, conforme Lucas 22-32 "Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça. E tu, quando te converteres, fortalece teus irmãos."

Por isso, sem a intermediação do Mestre, nossas promessas cairão no vazio. É preciso fazer de Jesus a base segura de nossa fé, pois só assim ela se concretizará em algo verdadeiro e não apenas em palavras que saem da boca para fora.
 

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

A presença viva de Deus

Entre muitas discussões sem sentido que envolvem o mundo religioso está a da volta de Jesus ou entre os irmãos judeus a vinda do Messias.

O homem tem o hábito de concentrar energia em muitas questões, deixando de lado a essência das coisas. Mais  valioso do que abordar pontos controvertidos dos escritos e profecias está em se fazer, realmente, a vontade de Deus.

Para os cristãos e não cristãos, a vontade de Deus, se resume ao ensinamento de Cristo, quando nos diz que devemos amar ao próximo e mais ainda, amarmos os inimigos. Essa capacidade de fazer do Amor a base de nossas vidas é que permite a presença viva de Deus entre nós e a do próprio Jesus.

                                  "O que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles. Se amais os que vos amam, que recompensa mereceis? Também os pecadores amam aqueles que os amam. E se fazeis bem aos que vos fazem bem, que recompensa mereceis? Pois o mesmo fazem também os pecadores"
                               Lucas 6,31-33

Desse modo, ao propagarmos que "Cristo está sempre entre nós" e, de maneira mais abrangente, envolvendo inclusive os não cristãos, ao acentuarmos que "o Amor está entre nós" fazemos a todos um convite a descobri-lo e essa descoberta pode ocorrer independente do nome dado. Não é o que diz "Senhor, Senhor" que verdadeiramente faz a vontade do Pai celestial.

Com isso, o verdadeiro cristão não é o que frequenta uma igreja e faz de sua participação algo como o fanatismo de um torcedor de futebol, desconhecendo as demais pessoas e as coisas do mundo ao redor. Pelo contrário, o cristão é aquele que faz da preocupação com os demais a essência de sua vida. E essa doação ao próximo é a tentativa de repetir toda a trajetória feita por Jesus. Levar o consolo e auxiliar o irmão em seu caminho para a salvação é a verdadeira atitude de um cristão.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Fé no cumprimento das promessas

É comum no fim de cada ano, depois dos preparativos das festas natalinas e do ano novo, muitas pessoas renovarem promessas para uma nova etapa que se inicia. Podem ser promessas simples até as mais complexas, mas, muitas delas acabam não se concretizando para frustração de todos. Nada adianta prometermos, quando não temos um real comprometimento com a Palavra de nosso Deus, pois é ele que nos dá força e energia para a concretização de nossas boas metas.

São promessas de cuidar melhor da saúde, com a perda de peso ou abandono de vícios que prejudicam nosso corpo e nossa mente. Do aprendizado de uma língua estrangeira ou de um curso que nos capacite melhor para o mercado de trabalho. A promessa de que deixaremos de lado a lamúria diante de nosso atual emprego e nos dedicaremos com afinco para participação em algum concurso público. A de mudar nosso comportamento em relação ao próximo e a de aumentar nossa comunhão com Deus.

Muitas vezes, passamos a vida fazendo planos que não vemos concretizar. Há ocasiões que deixamos algumas metas simples de lado e acrescentamos novos projetos novos e mais complexos. Para o sucesso de nossos planos é preciso que solicitemos com fé a ajuda inestimável de nosso Deus, pois, só ele nos capacita, verdadeiramente, para as realizações plenas em nossas vidas. E, para que nossas metas sejam atingidas é preciso, também, que criemos o hábito de fazermos um bom planejamento. Não adianta perdemos dois quilos em um mês para ganharmos quatro no mês seguinte. Só com persistência é que conseguiremos êxito em nossos planos e para isso devemos pedir, constantemente, o auxílio de nosso Deus, impregnando de fé a nossa vida.

Em muitos casos é preferível que façamos menos promessas, mas que elas possam efetivamente ser cumpridas.



"Quem de vós, querendo fazer uma construção, antes não se senta para calcular os gastos que são necessários, a fim de ver se tem com que acabá-la? Para que, depois que tiver lançado os alicerces, e não puder acabá-la, todos os que o virem não comecem a zombar dele, dizendo: Este homem principiou a edificar, mas não pôde terminar'"".
Lucas 14,28-30

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Os perigos do sectarismo

SERMÕES DE JOHN WESLEY
(1703 – 1791)
ADVERTÊNCIA CONTRA O SECTARISMO
“Disse-lhe João: Mestre, vimos um homem que não nos segue, expelir demônios em teu nome e lho proibimos, porque não nos seguia. Mas Jesus respondeu: Não lho proibais.”
(Marcos 9.38, 39)
1. Lemos nos precedentes versículos que, após terem estado os doze em disputa sobre “qual deles seria o maior, Jesus, tomando um menino, disse-lhes: Aquele que receber um destes meninos em meu nome, a mim é que recebe; e aquele que me recebe, não me recebe a mim” somente, “mas Aquele que me enviou”. Então “João respondeu”, isto é, disse, em referência ao que nosso Senhor acabava de ensinar: “Mestre, vimos um homem que não nos segue, expelir demônios em teu nome, e lho proibimos, porque ele não nos seguia”. É como se ele houvesse dito: “Devíamos tê-lo recebido? Recebendo-o, teríamos recebido a ti? Não devíamos antes tê-lo impedido? Fizemos bem nisso?” “Mas Jesus disse: Não lho proibais.”
2. A mesma passagem é repetida por S. Lucas, quase nas mesmas palavras. Pode-se, porém, perguntar: “Que tem isso conosco, uma vez que no presente ninguém expulsa demônios? O poder de fazer isto não foi retirado à Igreja há doze ou catorze séculos? Como, então, nos interessa o caso aí recordado, ou a decisão de nosso Senhor no tocante a ele?”
3. Talvez mais de perto do que se imagina comumente, visto que o caso proposto não é invulgar. Para que possamos retirar dele toda vantagem, pretendo mostrar, primeiro, em que sentido os homens podem agora expelir demônios, e de fato os expelem; segundo, o que devemos entender pela expressão: “Ele não nos segue”. Explanarei, em terceiro lugar, o preceito de nosso Senhor: “Não lho proibais”, concluindo com uma inferência tirada do conjunto.

I

1. Quero mostrar, primeiro, em que sentido os homens podem agora expelir demônios, e de fato os expelem. Para que se tenha um conceito claro no tocante a este assunto, lembrarei que, (segundo o registro bíblico), como Deus vive e opera nos filhos da luz, o diabo vive e opera nos filhos das trevas. Como o Espírito Santo possui a alma dos bons, assim o espírito mau possui a alma dos ímpios. Daí lhe chamar o apóstolo “o deus deste mundo”, dado o poder soberano que tem sobre os homens do mundo. Daí resulta que nossobendito Senhor o designa como “o príncipe deste mundo”, tão absoluto é seu domínio sobre o mundo. E daí afirmar S. João: “Sabemos que somos de Deus e” todos os que não são de Deus, “todo o mundo” en tw ponhrw keitai, não - está posto na maldade, mas “está posto no maligno”; vive e move-se nele, como os que não são do mundo vivem e movem-se em Deus.
2. Porque o diabo não é para considerar-se apenas como “um leão rugindo em torno e procurando” a quem possa tragar”; não meramente como um inimigo sutil, que se lança de improviso sobre as pobres almas e”leva-as cativas à sua vontade”, mas como o que nelas habita e nelas anda, que governa as trevas ou a maldade deste mundo (dos homens do mundo e todos os seus tenebrosos desígnios e ações), tomando posse de seus corações, ali estabelecendo seu trono e reduzindo todo pensamento à sujeição. Assim, o “forte homem armado guarda sua casa”; e esse “espírito imundo” algumas vezes “sai do homem”, com freqüência volta com “sete espíritos piores do que ele próprio, e entram, e habitam ali”. Nem pode ele ficar ocioso em Sua habitação. Está continuamente “operando” nesses “filhos da desobediência”. Neles opera com poder, com poderosa energia, transformando-os à sua própria semelhança, apagando todos os vestígios restantes da imagem de Deus e preparando-os para toda palavra e obra má.
3. É pois, uma verdade inquestionável, que o deus e príncipe deste mundo ainda possui a todos que. não conhecem a Deus. Somente a maneira pela qual ele agora os possui difere do processo dos tempos antigos. Então, com freqüência lhes atormentava o corpo assim como a alma, e isto abertamente, sem qualquer disfarce; agora ele lhes atormenta apenas a alma (salvo raras exceções), e fá-lo tão veladamente quanto possível. É clara a razão de semelhante diferença: seu objetivo era então levar a humanidade à superstição; por isso operava tão abertamente quanto podia. Agora, porém, seu objetivo é induzir-nos à infidelidade; por isso age tão cautelosamente quanto pode: quanto mais disfarçado se apresente, mais avassalador se torna.
4. Se dermos crédito aos historiadores, há regiões, ainda agora, onde o diabo opera tão abertamente como nos velhos tempos. “Mas, por que isto se dá somente em terras selvagens e bárbaras? Por que não na Itália, na França, ou na Inglaterra?” Por uma razão muito simples: ele conhece seus homens e sabe o que tem a fazer com cada um deles. Aos lapônios aparece desmascarado, porque seu objetivo é confirmá-los na superstição e na idolatria grosseira. Convosco seu propósito é diverso: deseja transformar-vos em vosso próprio í.dolo; fazer-vos mais sábios
a vossos próprios olhos do que o próprio Deus, do que todos os Oráculos de Deus. Ora, para conseguir isto, ele não deve aparecer em sua própria figura: tal conduta lhe frustraria os desígnios. Não: usa de toda sua arte para fazervos negar sua existência, até que vos apanhe despreocupados e a seu inteiro alcance.
5. Ele reina, pois, embora de modos diferentes, mas em caráter absoluto, tanto numa como noutra terra. Tem o alegre italiano incrédulo tão preso a seus dentes como O tártaro asselvajado. Mas ao que dorme profundamente na cova do leão, este é bastante prudente para o não despertar. Hoje o diabo somente brinca com o adormecido; quando lhe apraz, engole-o de uma vez.
O deus deste mundo colhe seus adora dores ingleses tão descuidados como os da Lapõnia. Mas não é de seu “interesse afligi-los, para que não aconteça que eles voem para o Deus do céu. O príncipe das trevas não aparece, conquanto reine sobre esses submissos filhos seus. O dominador concede a seus cativos a maior segurança, porque eles acreditam estar em liberdade. Assim, “o forte homem armado guarda sua casa, e seus bens estão seguros”; nem o teista, nem o cristão nominal suspeita de sua presença ali: deste modo, o dominador e os cativos vivem entre si na melhor harmonia.
6. Durante todo esse tempo o diabo opera nos possessos com energia. Cega-lhes os olhos do entendimento, de modo que a luz do glorioso Evangelho de Cristo não possa brilhar sobre eles. Acorrenta-lhes a alma à terra e ao inferno, com. cadeias forjadas pelas suas próprias afeições vis. Prende-os à terra pelo amor ao mundo, pelo amor ao dinheiro, ao prazer, à lisonja. E por orgulho, inveja, ira, ódio, vingança, leva sua alma à borda do inferno, agindo mais segura e impunemente, porque os homens não sabem que o diabo esteja agindo.
7. Quão facilmente podemos conhecer a causa por seus efeitos! Estes algumas vezes são grosseiros e palpáveis. Assim são eles nas mais”brilhantes nações pagãs. Não é necessário ir mais longe do que aos admirados, virtuosos romanos: acha-los-eis, quando no pináculo de sua erudição e de sua glória, “cheios de toda a injustiça, malícia, avareza e maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; detratores, difamadores, aborrecíveis a Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia”.
8. As partes mais fortes desta descrição são confirmadas por alguém que alguns julgam ser a testemunha mais insuspeita. Quero referir-me a seu irmão de paganismo, Dion Cassius, o qual observa que, antes que César voltasse da Gália, não só a glutonaria e a devassidão de toda espécie se praticavam aberta e escancaradamente; não só a falsidade, a injustiça e a crueldade dominavam tanto nos tribunais como no seio das famílias; mas os latrocínios mais ultrajantes, a rapinagem e os homicídios eram tão freqüentes em todos os recantos de Roma, que poucos homens saíam de casa sem fazer as disposições de última vontade, não sabendo se voltariam vivos!
9. Igualmente grosseiras e palpáveis são as obras do diabo entre muitos (senão na totalidade), dos pagãos modernos. A religião natural dos Creeks, Cherokees, Chickasaws e todos os outros índios que vagueiam pelos nossos territórios do sul, (não uns poucos homens, mas nações inteiras), é esta: torturam todos os seus prisioneiros, da manhã à noite, queimando-os afinal até que morram; e à mais leve ofensa involuntária, vêm pelas costas e atiram no próprio companheiro! Sim, é comum entre eles fazer o filho saltar os miolos ao próprio pai, se julga que este vive demasiadamente; e, quanto às mães, se estão enfadadas com os filhos, atam-lhes pedras ao pescoço e lançam-nos, três ou quatro deles, ao rio, um após outro!
10. Seria desejável que ninguém, exceto os pagãos, praticasse tais obras grosseiras, palpáveis, do diabo. Mas não ousamos dizê-la. Mesmo em crueldade e derramamento de sangue, quão pouco estão os cristãos aquém daqueles! Não foram só os espanhóis ou portugueses, massacrando milhares na América do Sul; não só os holandeses, nas Índias Orientais, ou os franceses na América do Norte, seguindo passo a passo os espanhóis: também nossos compatriotas têm brincado com o sangue, exterminando nações inteiras, com isto provando eloqüentemente qual o espírito que habita e opera nos filhos da desobediência.
11. Aqueles monstros quase nos fariam fechar Os olhos às obras do diabo que se praticam em nosso país. Mas, ai! não podemos abrir os olhos mesmo aqui, sem que as vejamos por todos os lados. Será pequena prova de seu poder o fato de os perjuros contumazes, ébrios, devassos, adúlteros, ladrões, salteadores, sodomitas, assassinos, serem ainda achados por todos os recantos de nossa terra? Como deve o príncipe deste mundo reinar triunfalmente sobre todos esses filhos da desobediência!
12. Menos abertamente, mas não menos eficientemente, o diabo opera nos dissimulados, maledicentes, mentirosos, difamadores; nos opressores e concussionários; nos perjuros, vendedores de seus amigos, de sua honra, de sua consciência, de sua pátria. E esses ainda falam de religião e consciência; de honra, virtude e espírito público! Mas não podem enganar mais a Satanás do que a Deus. Aquele do mesmo modo conhece os que são seus: e ele tem, hoje, sobre uma grande multidão, recrutada de todas as nações e povos, pleno domínio.
13. Se considerardes isto, não podeis deixar de ver em que sentido os homens podem ainda agora expelir
demônios: e todo ministro de Cristo os expele, se em suas mãos prospera a obra do Senhor. Pelo poder de Deus a cuidar de sua obra, o ministro traz os pecadores ao arrependimento: inteira mudança se opera, tanto no seu interior como no exterior, pensando de todo o mal para todo. o bem. E isto é, em sentido profundo, expelir os demônios das almas em que eles tinham até então habitado. O forte não pode por mais tempo guardar sua casa. Um mais forte caiu sobre ele e o expulsou, e dela tomou posse para si mesmo, e dela fez uma habitação de Deus pelo Espírito. Aí, pois, termina o poder de Satanás e o Filho de Deus “destrói as obras do diabo”. O entendimento do pecador -agora se ilumina e seu coração docemente pende para Deus. Seus desejos se apuram, suas afeições se purificam e, cheio do Espírito Santo, cresce em graça, até ser não apenas santo no coração, mas em toda maneira de conversação.
14. Tudo isso é, na verdade, obra de Deus. Só Deus pode expelir Satanás. Mas geralmente é de seu agrado fazer isso por meio do homem, como instrumento em suas mãos, o qual diz então expelir os demônios em seu nome, por seu poder e autoridade. E Ele envia a quem queira enviar para essa grande obra, mas usualmente do modo por que o homem Jamais havia pensando, porque “seus caminhos não são como os nossos caminhos, nem seus pensamentos como os “nossos pensamentos”. Escolhe, portanto, o fraco para confundir o forte; o insensato para confundir o sábio, pela simples razão de poder reservar a glória para si mesmo, para que “nenhuma carne se glorie em sua presença”.


(Colaboração de leitor)

domingo, 1 de dezembro de 2013

Dezembro: Glória a Deus nas alturas

Alfonso Milagro escreve, sobre o mês de dezembro, que este é o mês da espera pela vinda do Senhor Jesus. É Cristo que virá, e virá para salvar-nos; nós somos os beneficiados com sua vinda.

Esse Cristo que é nosso irmão, primogênito de todos os predestinados, como o chama São Paulo; nosso Irmão que deve compreender-nos e ajudar-nos.

Esse Cristo que é nosso Amigo, que recebe todas as nossas confidências e no qual podemos despejar todas as nossas angústias.

Esse Cristo que é nosso companheiro de trabalho, pois o temos junto a nós em todos os momentos de nossos dias e em todas as nossas atividades.

Esse Cristo que é nosso Redentor, por cuja morte nós temos Vida: a vida da graça.

Esse Cristo que é nosso Salvador, que nos libertou da morte da condenação e da morte do pecado, da escravidão de nossas próprias paixões.

Esse Cristo que é nosso Deus, a quem devemos adoração profunda e amor sem limites.

                                                             ***
                                                        
Esse é o Cristo que tem que vir e para cuja vinda estamos nos preparando durante este tempo de Advento, que é o mês de dezembro.

                                                        ***

Que também este ano se possa cantar: "Glória a Deus nas alturas, e paz na terra para os homens".