segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Papa Francisco

Prova de humanidade

· O Papa convidou o mundo a olhar para a África, elogiou o esforço generoso do Uganda no acolhimento dos refugiados e relançou a actualidade do ecumenismo do sangue ·

O acolhimento de quantos fogem de guerras, violências e injustiças é «uma prova da nossa humanidade, do nosso respeito pela dignidade humana e, antes de tudo, da nossa solidariedade com os irmãos e irmãs necessitados». Tendo partido do Quénia, na tarde de sexta-feira 27 de Novembro, o Papa chegou ao Uganda, segunda etapa da viagem em terra africana, e imediatamente prestou homenagem «ao esforço excepcional» que o país africano demonstrou na hospitalidade dos refugiados. «Aqui na África oriental – disse – os ugandeses permitiram que quantos fogem de guerras e miséria «reconstruíssem as próprias existências, fazendo compreender a dignidade que deriva do ganhar a vida com um trabalho honesto». De resto, observou, «o nosso mundo, marcado pela violência e por diversas formas de injustiça, é testemunha de uma movimento migratório sem precedentes».
No discurso pronunciado na residência presidencial de Entebbe, o Papa encorajou «os muitos esforços silenciosos realizados para assistir os pobres, os doentes e as pessoas com qualquer tipo de dificuldade». Porque – explicou – «nestes pequenos sinais é que podemos ver a verdadeira alma de um povo». E elogiou a população ugandesa que contribui assim para tornar «o nosso mundo mais solidário», e convidou a não ceder à cultura do descartável «que nos torna cegos diante dos valores espirituais, endurece os nossos corações face às necessidades dos pobres e priva os nossos jovens da esperança».
No início o Pontífice evocou também o motivo principal da sua visita: o cinquentenário da canonização dos mártires ugandeses. Tema que retomou depois quando, em Kampala, quis parar em Munyonyo, lugar onde teve início a perseguição que levou ao martírio numerosos cristãos, anglicanos e católicos. Encontrando-se com os catequistas ali, Francisco evidenciou o papel dos leigos na evangelização do país e actualizando o testemunho dos mártires frisou que o dos catequistas «é um trabalho santo. Deveis ser mestres – disse-lhes – mas isto não serve se não fordes testemunhas»; aliás, mais ainda, «testemunhas de santidade», capazes de prosseguir «sem medo» indo a todos os recantos do país «para difundir a boa semente da palavra de Deus».
E o testemunho dos mártires ugandeses foi reapresentado por Francisco na manhã de sábado durante a grande missa de povo celebrada no santuário erigido em sua honra em Namugongo. Na homilia, recordando que «os prazeres mundanos e o poder não dão alegria e paz duradouras», retomou um tema querido aos seu magistério, o «ecumenismo do sangue», que uniu católicos e anglicanos no martírio e que hoje continua a unir os cristãos de todas as confissões.
- See more at: http://www.osservatoreromano.va/pt/news/prova-de-humanidade#sthash.UBaRflXI.dpuf

«Vinde comigo e Eu farei de vós pescadores de homens»

Comentário do dia:

São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho de Mateus, n°14, 2



Que pescaria admirável a do Salvador! Admirai a fé e a obediência dos discípulos. Como sabeis, a pesca exige uma atenção ininterrupta. Ora, no meio da sua labuta, eles ouvem o chamamento de Jesus e não hesitam um instante, dizendo por exemplo: «Deixa-nos ir a casa falar com a nossa família.» Não, deixam tudo e seguem-No, como Eliseu fez com Elias (1Rs 19,20). Esta é a obediência que Cristo nos pede: sem a menor hesitação, mesmo que necessidades aparentemente mais urgentes nos pressionem. Foi por isso que quando um jovem que queria segui-Lo Lhe pediu para ir primeiro sepultar o pai, Ele não lho permitiu (Mt 8,21). Seguir Jesus, obedecer à sua palavra, é um dever que tem prioridade sobre todos os outros.


Dir-me-ás talvez que a promessa que Ele lhes fazia era muito grande. Mas é por isso que os admiro tanto: embora não tendo ainda assistido a nenhum milagre, eles acreditaram nessa promessa tão grande e renunciaram a tudo para O seguir! E fizeram-no por acreditarem que, com as mesmas palavras com que eles próprios haviam sido como que pescados, também eles poderiam pescar outros.

Jesus

Evangelho segundo S. Mateus 4,18-22.
Caminhando ao longo do mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores.
Disse-lhes: «Vinde comigo e Eu farei de vós pescadores de homens.»
E eles deixaram as redes imediatamente e seguiram-no.
Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, os quais, com seu pai, Zebedeu, consertavam as redes, dentro do barco. Chamou-os, e
eles, deixando no mesmo instante o barco e o pai, seguiram-no.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -www.capuchinhos.org

O seu eco ressoou por toda a terra

Livro de Salmos 19(18),2-3.4-5.
Os céus proclamam a glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
O dia transmite ao outro esta mensagem
e a noite a dá a conhecer à outra noite.

Não são palavras nem linguagem
cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a terra
e a sua notícia até aos confins do mundo.

Todo o que nele acreditar não ficará frustrado

Carta aos Romanos 10,9-18.
Irmãos: Se confessares com a tua boca: «Jesus é o Senhor», e acreditares no teu coração que Deus o ressuscitou de entre os mortos, serás salvo.
É que acreditar de coração leva a obter a justiça, e confessar com a boca leva a obter a salvação.
É a Escritura que o diz: Todo o que nele acreditar não ficará frustrado.
Assim, não há diferença entre judeu e grego, pois todos têm o mesmo Senhor, rico para com todos os que o invocam.
De facto, todo o que invocar o nome do Senhor será salvo. Culpa de Israel: a falta de fé
Ora, como hão-de invocar aquele em quem não acreditaram? E como hão-de acreditar naquele de quem não ouviram falar? E como hão-de ouvir falar, sem alguém que o anuncie?
E como hão-de anunciar, se não forem enviados? Por isso está escrito: Que bem-vindos são os pés dos que anunciam as boas-novas!
Porém, nem todos obedeceram à Boa-Nova. É Isaías quem o diz: Senhor, quem acreditou na nossa pregação?
Portanto, a fé surge da pregação, e a pregação surge pela palavra de Cristo.
Mas, pergunto eu, será que não a ouviram? Pelo contrário: A voz deles ressoou por toda a terra e até aos confins do mundo as suas palavras.

Santo do dia

Segunda-feira, dia 30 de Novembro de 2015

Santo André, apóstolo



Os gregos chamam a este ousado apóstolo "Protókletos", que significa: o primeiro chamado. Ele foi um dos afortunados que viram Jesus na verde planície de Jericó. Ele passava. O Baptista indicou-o com o dedo de Precursor e disse: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo". André e João foram atrás d'Ele. Não se atreveram a falar-Lhe até que Jesus se virou para trás e perguntou: "Que procurais?" - Mestre, onde habitas? - "Vinde e vede". A Igreja deve muito a Santo André. Terá sido martirizado numa cruz em forma de aspa ou X, que é conhecida pelo nome de cruz de Santo André.

domingo, 29 de novembro de 2015

Papa Francisco

O grito da mãe terra

· Francisco recorda aos participantes no V festival da doutrina social da Igreja que o respeito da natureza e da criação é o grande desafio para o futuro do homem ·

Com um convite a «ouvir o grito da mãe terra», porque «o respeito das criaturas e da criação representa um grande desafio para o futuro do homem», foi dirigido pelo Papa Francisco aos participantes no V festival da doutrina social da Igreja que decorre em Verona de 26 a 29 de Novembro. 
Numa mensagem vídeo o Papa frisou quanto é necessária hoje «a capacidade de dialogar, de construir pontes e não muros». Este é o tempo do diálogo, não da defesa de inflexibilidades contrapostas». «Por todos – acrescentou o Pontífice – é sentida a necessidade de mudança porque se intui que alguma coisa não funciona. O consumismo, a idolatria do dinheiro, as demasiadas desigualdades e injustiças, a homologação com o pensamento dominante são um peso do qual nos queremos libertar recuperando a nossa dignidade e comprometendo-nos na partilha, sabendo que a solução dos problemas concretos não provém do dinheiro mas da fraternidade que se ocupa do outro... Fazer um pouco de limpeza, aumentar a transparência, recuperar vigor, genuinidade e agilidade faz bem às estruturas e às pessoas: encontraremos de novo o estímulo e o entusiasmo de fazer algo bom ao serviço dos irmãos. Para as novas necessidades e pobrezas são necessárias respostas novas. Vivendo a proximidade encontraremos também a inspiração e a força para dar uma forma concreta à mudança que todos desejam».
- See more at: http://www.osservatoreromano.va/pt/news/o-grito-da-mae-terra#sthash.HdB08vgW.dpuf

As duas vindas do Senhor

Comentário do dia:

Santo António de Lisboa (c. 1195-1231), franciscano, doutor da Igreja
Sermão para o domingo e a festa dos santos, 3.º domingo do Advent


«Alegrai-vos no Senhor, repito-vos: alegrai-vos» (Fil 4,4). Alegria dupla, motivada por um duplo benefício: a primeira e a segunda vindas. Devemos alegrar-nos porque o Senhor, na sua primeira vinda, nos trouxe riquezas e glória. Devemos alegrar-nos ainda porque, na sua segunda vinda, nos dará «dias sem conta, pelos séculos fora» (Sl 20,5). Como diz o Livro dos Provérbios: «na sua mão direita sustenta uma longa vida, na esquerda, riquezas e glória» (Prov 3,16). A esquerda é a primeira vinda, com as suas riquezas gloriosas, a humildade e a pobreza, a paciência e a obediência; a direita é a sua segunda vinda, com a vida eterna.


Sobre a primeira vinda, diz Isaías: «Desperta, desperta; reveste-te de fortaleza, braço do Senhor; desperta como nos dias antigos, como nos tempos de outrora. Não foste tu que esmagaste Raab, que trespassaste o dragão? Não foste tu que secaste o mar, que estancaste as águas do grande oceano, que abriste um caminho pelo fundo do mar, para que por aí passassem os resgatados?» (Is 51,9-10) O braço do Senhor é Jesus Cristo, Filho de Deus, por quem e em quem Deus fez todas as coisas. [...] Ó braço do Senhor, ó Filho de Deus, desperta; vem até nós da glória de teu pai, tomando a nossa condição carnal. Reveste-Te da força divina para lutares contra o «príncipe deste mundo» (Jo 12,31) e para «expulsares o forte», Tu que és «mais forte do que ele» (Lc 11,20-22). Desperta, para resgatares o género humano, como libertaste, nos tempos antigos, o povo de Israel da escravatura do Egipto. [...] Secaste o Mar Vermelho e voltarás a fazê-lo [...], como abriste no fundo do inferno a estrada por onde passam os redimidos.


Sobre a segunda vinda, o Senhor fala nestes termos em Isaías: «Olhai, vou criar uma Jerusalém destinada à alegria, e o seu povo ao júbilo. Jerusalém será a minha alegria, e o meu povo o meu júbilo; e doravante, não mais se ouvirão aí choros nem lamentos» (Is 65,18-19). Porque, como Ele disse também, «o Senhor enxugará as lágrimas de todos os rostos».

Portanto, vigiai e orai em todo o tempo

Evangelho segundo S. Lucas 21,25-28.34-36.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar.
Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas.
Então, hão-de ver o Filho do homem vir numa nuvem, com grande poder e glória.
Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima.
Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados pela intemperança, a embriaguez e as preocupações da vida, e esse dia não vos surpreenda subitamente
como uma armadilha, pois ele atingirá todos os que habitam a face da terra.
Portanto, vigiai e orai em todo o tempo, para que possais livrar-vos de tudo o que vai acontecer e comparecer diante do Filho do homem».

O Senhor vos faça crescer e abundar na caridade

1ª Carta aos Tessalonicenses 3,12-13.4,1-2.
Irmãos: O Senhor vos faça crescer e abundar na caridade uns para com os outros e para com todos, tal como nós a temos tido para convosco.
O Senhor confirme os vossos corações numa santidade irrepreensível, diante de Deus, nosso Pai, no dia da vinda de Jesus, nosso Senhor, com todos os santos.
Finalmente, irmãos, eis o que vos pedimos e recomendamos no Senhor Jesus: recebestes de nós instruções sobre o modo como deveis proceder para agradar a Deus, e assim estais procedendo; mas deveis progredir ainda mais.
Conheceis bem as normas que vos demos da parte do Senhor Jesus.

O Senhor é bom e reto,

Livro de Salmos 25(24),4bc-5ab.8-9.10.14.
Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me,
porque Vós sois Deus, meu Salvador.

O Senhor é bom e reto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer os seus caminhos.

Os caminhos do Senhor são misericórdia e fidelidade para os que guardam a sua aliança e os seus preceitos.
O Senhor trata com familiaridade os que O temem
e dá-lhes a conhecer a sua aliança.


‘O Senhor é a nossa justiça’

Livro de Jeremias 33,14-16.
Eis o que diz o Senhor: «Dias virão, em que cumprirei a promessa que fiz à casa de Israel e à casa de Judá:
Naqueles dias, naquele tempo, farei germinar para David um rebento de justiça que exercerá o direito e a justiça na terra.
Naqueles dias, o reino de Judá será salvo e Jerusalém viverá em segurança. Este é o nome que chamarão à cidade: ‘O Senhor é a nossa justiça’».

Santo do dia

Domingo, dia 29 de Novembro de 2015

1º Domingo do Advento - Ano C


Festa da Igreja : Primeiro Domingo do Advento, início do ano C (semana I do saltério)
Santo do dia : Beato Redento da Cruz, religioso, mártir, +1638Beato Dionísio da Natividade, religioso, mártir, +1638, S. Saturnino, mártir, séc. IV 



Primeiro Domingo do Advento, início do ano C (semana I do saltério)



Primeiro Domingo do Advento

Neste 1º Domingo de Advento, a Palavra de Deus apresenta-nos uma primeira abordagem à "vinda" do Senhor.
Na primeira leitura, pela boca do profeta Jeremias, o Deus da aliança anuncia que é fiel às suas promessas e vai enviar ao seu Povo um "rebento" da família de David. A sua missão será concretizar esse mundo sonhado de justiça e de paz: fecundidade, bem-estar, vida em abundância, serão os frutos da acção do messias.
O Evangelho apresenta-nos Jesus, o messias filho de David, a anunciar a todos os que se sentem prisioneiros: "Alegrai-vos, a vossa libertação está próxima. O mundo velho a que estais presos vai cair e, em seu lugar, vai nascer um mundo novo, onde conhecereis a liberdade e a vida em

Beato Redento da Cruz, religioso, mártir, +1



Chamava-se Tomás Rodrigues da Cunha e nasceu em Paredes de Coura, em 1598, no seio de uma família nobre. Com 19 anos embarcou para a Índia e notabilizou-se como capitão da praça de Meliapor. Mas optou por outro caminho: o da ordem carmelita onde recebeu o nome de Redento da Cruz. Nos finais de Outubro de 1638, foi enviado com o Padre Dionísio da Natividade a Achem, na Samatra, onde foi denunciado como espião e posto a ferros. Os mouros decidiram negociar a libertação dos cativos, mediante a sua conversão ao Islão. Perante a recusa de abjurarem da sua fé, foram condenados a atrozes suplícios e à morte a golpes de azagaia.

 que vos traz o projecto desse mundo novo". É preciso, no entanto, reconhecê-lo, saber identificar os seus apelos e ter a coragem de construir, com ele, a justiça e a paz.
A segunda leitura convida-nos a não nos instalarmos na mediocridade e no comodismo, mas a esperar numa atitude activa a vinda do Senhor. É fundamental, nessa atitude, a vivência do amor: é ele o centro do nosso testemunho pessoal, comunitário, eclesial.


Beato Dionísio da Natividade, religioso, mártir, +1638




Chamava-se Pierre Berthelot e nasceu na Flandres, onde hoje é a Bélgica, em 1600. Era navegador e, por vicissitudes várias, serviu a armada holandesa quando tinha vinte anos. Mas, em breve, trocou o reino da Holanda pelo de Portugal, onde foi nomeado cosmógrafo e piloto-mor.

Em Goa, tentou em vão ser jesuíta. Mas, em 1635, acabou por ser aceite na ordem carmelita, onde recebeu o nome de Dionísio da Natividade. Já carmelita, participou na defesa de Goa mas, em 1638, quando se dirigia a Samatra acompanhando uma embaixada real, foi apanhado pelos mouros que o quiseram forçar a aderir à religião islâmica. Seguia com ele o irmão Redento da Cruz. Os dois, com mais sessenta companheiros, resistiram até ao martírio que ocorreu nos finais desse mesmo ano.

sábado, 28 de novembro de 2015

Papa Francisco

Valores que não se cotam na Bolsa

· Antes de deixar o Quénia rumo ao Uganda o Papa Francisco visitou o bairro-de-lata de Kangemi e recordou que cada ser humano é mais importante do que o deus dinheiro ·

Há «valores que não se cotam na Bolsa, valores com os quais não se especula nem têm preço no mercado». Recordou o Papa durante a visita ao bairro-de-lata de Kangemi, um dos sete da periferia de Nairobi, que visitou na sexta-feira, 27 de Novembro.
Entre os pobres e os desfavorecidos da capital do Quénia – de onde Francisco partiu no final da manhã, depois de se ter encontrado com os jovens e com os bispos, com destino ao Uganda, segunda etapa da sua viagem no continente africano – o Pontífice passou quase meia hora, confidenciando às mil e duzentas pessoas que apinharam a igreja da paróquia local de São José trabalhador que se sentia «em casa».
No seu discurso Francisco prestou homenagem à «cultura dos bairros populares» – onde permanecem firmes aqueles «valores que se fundam no facto de que cada ser humano é mais importante que o deus dinheiro» – e denunciou com vigor «a terrível injustiça da marginalização urbana», cujas feridas são causadas «pelas minorias que concentram o poder, a riqueza e desperdiçam egoisticamente enquanto a crescente maioria se deve refugiar em periferias abandonadas, poluídas, descartadas». Eis então o apelo a garantir a todos um ambiente urbano e social à medida do homem, no qual «todos tenham acesso aos serviços básicos» e onde cada família «tenha uma casa decente, acesso à água potável, uma casa de banho, energia eléctrica garantida para iluminar, cozinhar, e melhorar as próprias habitações».
Sobre a necessidade de garantir a todos, sobretudo a quantos vivem em bairros marginais, condições de vida dignas, assegurando os direitos fundamentais da terra, da casa e do trabalho», o Pontífice falou também durante a visita à sede da Sede das Nações Unidas em Nairobi (Unon), que visitou na tarde de quinta-feira 26, depois de ter saudado os sacerdotes, os religiosos e os seminaristas quenianos na St Mary School. Diante dos delegados, dos diplomatas acreditados e dos funcionários, reunidos na sala das conferências, Francisco lançou um novo grito de alarme sobre a emergência ambiental, advertindo os protagonistas da Cop21 – a próxima cimeira sobre as mudanças climáticas que terá início domingo em Paris – da tentação de fazer prevalecer «os interesses particulares sobre o bem comum» e de «manipular as informações para proteger os seus projectos». O Papa fez votos de que a cimeira conduza a «um acordo global e transformador, baseado nos princípios de solidariedade, justiça, igualdade e participação». Um acordo que tenha por finalidade alcançar três objectivos entre si interdependentes: «redução do impacto das mudanças climáticas, luta contra a pobreza e respeito da dignidade humana».
- See more at: http://www.osservatoreromano.va/pt/news/valores-que-nao-se-cotam-na-bolsa#sthash.cnFlDPTs.dpuf

«Vigiai e orai em todo o tempo»

Comentário do dia:

Beato John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra
Sermão «Watching», PPS vol. 4, n.° 22



«Vigiai!», diz-nos Jesus com insistência. [...] Não devemos apenas crer, mas vigiar; não simplesmente amar, mas vigiar; não apenas obedecer, mas vigiar. Vigiar em função de quê? Deste supremo acontecimento: a vinda de Cristo. [...] Parece haver aqui um chamamento especial, um dever que de outro modo nunca nos ocorreria.

Temos uma ideia geral do que significa crer, amar e obedecer. Mas que significa vigiar? [...] Vigia à espera de Cristo aquele que mantém o espírito sensível e aberto, que permanece animado, desperto, cheio de zelo para O procurar e O honrar, que deseja encontrar a Cristo em tudo o que acontece [...] e que vigia com Cristo (Mt 26,38); aquele que, embora olhando para o futuro, também olha para o passado, contemplando o que o seu Salvador lhe conquistou e não esquecendo o que Cristo sofreu por ele. Vigia com Cristo aquele que recorda e renova na sua própria pessoa a cruz e a agonia de Cristo, e que veste com alegria a túnica que Cristo usou até à cruz e que deixou após a sua Ascensão.

Muitas vezes, nas epístolas, o autor inspirado exprime o seu desejo da segunda vinda, mas sem esquecer a primeira: a crucifixão e a ressurreição. [...] Assim, São Paulo convida os coríntios a esperar a vinda do Senhor Jesus Cristo (1Cor 1,7-8), mas não deixa de lhes dizer que tragam sempre no seu corpo a morte do Senhor, «para que a vida de Cristo Jesus se manifeste em nós» (2Cor 4,10). [...] O pensamento do que Cristo é hoje não deve apagar a lembrança do que Ele foi para nós. [...] Assim, na sagrada comunhão assistimos ao mesmo tempo à morte e à ressurreição de Cristo; lembrando-nos de uma e rejubilando com a outra, oferecemo-nos a nós próprios e recebemos uma bênção.

Vigiar é então viver desligado do presente, é viver no invisível, é viver no pensamento de Cristo tal como Ele veio a primeira vez e como virá no final dos tempos; é desejar a sua segunda vinda a partir da nossa lembrança, que ama e se sente reconhecida pela primeira.

Jesus

Evangelho segundo S. Lucas 21,34-36.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados com a intemperança, a embriaguez e as preocupações da vida e esse dia não vos surpreenda subitamente como uma armadilha;
como uma armadilha, pois ele atingirá todos os que habitam a face da terra.
Portanto, vigiai e orai em todo o tempo, para que possais livrar-vos de tudo o que vai acontecer e comparecer diante do Filho do homem».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -www.capuchinhos.org

Servos do Senhor, bendizei o Senhor

Livro de Daniel 3,82.83.84.85.86.87.
Homens, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Bendiga Israel o Senhor,
louve-O e exalte-O para sempre.

Sacerdotes do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Servos do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Espíritos e almas dos justos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Santos e humildes de coração, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.


Os que irão receber o reino são os santos do Altíssimo

Livro de Daniel 7,15-27.
Eu, Daniel, fiquei com o espírito perturbado por causa do que acontecera, e as visões que me passaram pela mente encheram-me de pavor.
Aproximei-me de um dos presentes e pedi-lhe que me dissesse o que significava tudo aquilo. Ele dirigiu-me a palavra para me explicar:
«Aqueles grandes animais, em número de quatro, são quatro reis que se levantarão da terra.
Os que irão receber o reino são os santos do Altíssimo; possuirão o reino para sempre e por toda a eternidade».
Depois também quis saber o que significava o quarto animal, que era diferente de todos os outros, extremamente terrível, com dentes de ferro e garras de bronze, que comia e triturava tudo e calcava aos pés o que sobrava.
Quis ainda saber o que significavam os dez chifres da sua cabeça e o outro chifre que surgiu e fez cair três dos primeiros, que tinha olhos e uma boca que dizia palavras arrogantes e parecia mais importante que os outros.
Enquanto olhava, vi esse chifre a fazer guerra aos santos e a levá-los de vencida,
até que veio o Ancião e fez justiça aos santos do Altíssimo, porque chegou a hora de os santos tomarem posse do reino.
Ele então explicou-me: «O quarto animal significa um quarto reino que surgirá sobre a terra diferente de todos os outros, que virá devorar, calcar aos pés e triturar a terra inteira.
Os dez chifres significam dez reis que surgirão desse reino. Outro chifre se levantará depois deles: será diferente dos anteriores e abaterá três reis.
Blasfemará contra o Altíssimo e perseguirá os seus santos. Tentará mudar as datas das festas e a Lei e os santos serão entregues nas suas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um tempo.
Depois o tribunal divino abrirá a sessão e retirará o poder a esse rei, para lho destruir e arruinar definitivamente.
A realeza e o poder e a grandeza dos reinos que existem debaixo dos céus serão entregues ao povo dos santos do Altíssimo. O seu reino é um reino eterno e todos os potentados O servirão Lhe prestarão obediência».

Santo do dia

Sabado, dia 28 de Novembro de 2015

Santa Catarina Labouré, religiosa, +1876

image 


Numa família profundamente cristã de remediados lavradores da Borgonha, em França, nasceu a 2 de Maio de 1806 Catarina Labouré. Órfã de mãe aos nove anos, veio, mais tarde, a ser convidada por uma cunhada, directora de um colegiozinho em Chatillon a ir viver para junto de si. Convivendo com as Irmãs da Caridade que viviam perto, acendeu nela o desejo de as imitar. Tendo feito o postulantado, seguiu para Paris onde iniciou o noviciado na Rua du Bac. Entrou naquela casa durante a solene novena que precedeu a trasladação das relíquias de S. Vicente de Paulo. Na noite de 17 para 18 de Julho de 1830, estando a dormir é acordada por uma criança aparentando quatro anos de idade que lhe diz: "Vem à capela; Nossa Senhora espera-te". Entrando na capela profusamente iluminada viu Nossa Senhora sentada numa cadeira. Seguiu-se um diálogo de duas horas. A Senhora descerrou-lhe o véu do futuro, prognosticando-lhe as desgraças que, daí a 40 anos, cairiam sobre a França. A esta aparição seguir-se-iam mais duas. Já referimos esta visão no dia de ontem (27 de Novembro) ao tratar de Nossa Senhora das Graças ou da Medalha Milagrosa.

Depois das aparições continuou a servir os pobres durante 46 anos. Catarina Labouré é realmente a santa do silêncio, da humildade. Enquanto viveu foi desconhecida. Faleceu a 3 de Dezembro de 1876. Foi beatificada em 1933 e canonizada em 1947.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Papa Francisco

Para uma vida autêntica

Uma confidência aos milhares de jovens reunidos no estádio Kasarani de Nairobi pode resumir a exortação que o Papa deixa ao Quénia. De facto, Bergoglio disse que tem sempre no bolso um terço e uma pequena via-sacra, porque são estes pequenos objectos que lhe recordam a única e verdadeira ajuda no caminho da vida, que vem da oração constante e da contemplação da Paixão de Jesus: um insucesso aos olhos humanos, mas concluído pela ressurreição. Por isso o Pontífice não perde a esperança, apesar de todas as dificuldades.
O Papa dialogou muito tempo com os jovens, pondo de lado o texto preparado para responder de coração às suas preocupações e improvisando em espanhol, como já tinha feito durante o encontro com oito mil religiosas, religiosos e sacerdotes. E imediatamente depois, numa sala do mesmo estádio, reuniu-se com os bispos. Assim os dois encontros, desprovidos de qualquer protocolo e precedidos pela visita a um dos bairros pobres da capital, Kangemi, concluíram os dias passados no Quénia, meta inicial da primeira viagem africana do Pontífice.
Por que o mal, o fanatismo, o tribalismo, a corrupção? As perguntas dos jovens cruzaram-se com a reflexão e a meditação do Papa e com a mensagem que lança, não só ao Quénia, não só à África. Com efeito, as questões são as de sempre e as dificuldades estão em toda a parte: assim, também no Vaticano há casos de corrupção, afirmou o Pontífice. E com uma imagem eficientíssima comparou esta ameaça, muito difundida na política, com a doçura do açúcar que faz adoecer seriamente, porque a corrupção é um caminho de morte.
Circunstanciada e severa foi a crítica à sociedade opulenta, «entorpecida pelo consumo desenfreado», no discurso que o Papa Francisco pronunciou em Kangemi. Onde se referiu à sabedoria dos bairros populares e à possibilidade de uma cultura diversa baseada nos «valores que não são cotados na bolsa», denunciando em perfeita coerência com o ensinamento social da Igreja a injustiça «atroz» da marginalização urbana, a falta de acesso a infra-estruturas e a serviços básicos (como a água potável) e as novas formas de colonialismo que oprimem a África.
Que outra mentalidade seja possível é demonstrado também pela obra de mulheres e homens que na consagração ao Senhor vivem de modo deveras alternativo, para seguir a chamada de Jesus. A todos eles o Papa falou, recordando a necessidade da oração e do reconhecimento dos próprios pecados, e agradecendo-lhes porque consomem «a vida na esperança». Vidas deveras autênticas, às quais no estádio o Pontífice exortou os jovens para que não desanimem nas dificuldades mas vivam para as superar, como atletas que competem sem se deixar corromper.
E na vigília da conferência de Paris sobre a mudança climática, na sede que as Nações Unidas têm em Nairobi, o Papa expressou de novo a sua preocupação. De facto, seria catastrófico se sobre o bem comum predominassem interesses particulares, enquanto é necessário que política e economia estejam ao serviço dos povos e se organizem para promover estilos de vida respeitadores da criação, cuja beleza deve ser transmitida às futuras gerações.
- See more at: http://www.osservatoreromano.va/pt/news/para-uma-vida-autentica#sthash.RFORQ1GS.dpuf

«O Verão está próximo»

«Senhor, dá-me a conhecer o meu fim e o número dos meus dias, para que veja como sou efémero» (Sl 38,5]. Se me permitisses conhecer o meu fim, diz o salmista, e se me desses a conhecer o número dos meus dias, poderia só por isso perceber o que me falta.


Ou talvez ele queira indicar com estas palavras que todo o trabalho tem um fim. Por exemplo, o objectivo de um empreendimento de construção é fazer uma casa; a finalidade de um estaleiro naval é construir um barco capaz de triunfar sobre as vagas do mar e de suportar as investidas dos ventos; e o objectivo de cada profissão é algo semelhante para cuja realização a própria profissão foi criada. Por isso, talvez haja também um certo objectivo na nossa vida e na existência do mundo, para o qual se faz tudo o que se faz na nossa vida ou para o qual o próprio mundo foi criado ou subsiste. Também o Apóstolo Paulo recorda desse objectivo quando diz: «Depois, será o fim: quando Ele entregar o reino a Deus Pai» (1Cor 15,24) É pois necessário que nos apressemos para essa meta, uma vez que o valor da obra é a razão pela qual fomos criados por Deus.


Assim como o nosso organismo corporal é pequeno e reduzido no momento em que nascemos e no entanto se desenvolve e tende para o limite do seu tamanho crescendo em idade; assim como também a nossa alma [...] recebe primeiramente uma linguagem balbuciante, que seguidamente se vai tornando mais clara, para chegar finalmente a uma forma de se exprimir perfeita e correcta; assim também toda a nossa vida começa no presente, decerto balbuciante, entre os homens deste mundo e se conclui e chega ao seu auge nos céus, perto de Deus.


Por este motivo, o profeta deseja conhecer o fim para que foi criado, porque, olhando para o objectivo, examinando os seus dias e considerando a sua perfeição, vê o que lhe falta em relação a essa meta para a qual tende. [...] É como se aqueles que saíram do Egipto tivessem dito: «Senhor, dá-me a conhecer o meu fim», que é uma terra boa e uma terra santa, «e o número dos meus dias» que percorro «para que veja como sou efémero», quanto ainda me falta caminhar para chegar à terra santa que me foi prometida.

Comentário do dia:

Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Primeira homilia sobre o salmo 38 (39) (a partir da trad. de SC 411, p. 355)

O reino de Deus

Evangelho segundo S. Lucas 21,29-33.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «Olhai a figueira e as outras árvores:
Quando vedes que já têm rebentos, sabeis que o Verão está próximo.
Assim também, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que está próximo o reino de Deus.
Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que tudo aconteça.
Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -www.capuchinhos.org

Mares e rios, bendizei o Senhor

Livro de Daniel 3,75.76.77.78.79.80.81.
Montes e colinas, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Plantas que germinam na terra, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Mares e rios, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Fontes, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Monstros e animais marinhos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Aves do céu, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Animais e rebanhos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

O seu poder é eterno, não passará jamais, e o seu reino jamais será destruído.

Livro de Daniel 7,2-14.
Contemplava eu as visões da noite, quando vi os quatro ventos do céu que agitavam o grande mar
e do mar subiam quatro animais monstruosos, cada um diferente dos outros.
O primeiro era semelhante a um leão com asas de águia. Eu estava a olhar, quando as asas lhe foram arrancadas; ele ergueu-se da terra e ficou de pé como um homem e foi-lhe dado um coração humano.
Depois apareceu um segundo animal semelhante ao urso, erguido sobre um lado, com três costelas na boca, entre os dentes. E disseram-lhe: «Levanta-te e come carne com abundância».
Eu estava a olhar, quando apareceu outro animal, semelhante ao leopardo, que tinha quatro asas de pássaro nas costas; tinha também quatro cabeças e foi-lhe dado um poder soberano.
A seguir, contemplava eu as visões da noite, quando apareceu um quarto animal, terrível, pavoroso e extremamente forte; tinha enormes dentes de ferro, com os quais comia, triturava e calcava aos pés o que sobrava. Era diferente de todos os animais que o tinham precedido e tinha dez chifres.
Enquanto eu observava esses chifres, surgiu no meio deles outro chifre mais pequeno e três dos primeiros foram arrancados para lhe dar lugar. Nesse chifre havia olhos semelhantes aos do homem e uma boca que dizia palavras arrogantes.
Estava eu a olhar, quando foram colocados tronos e um Ancião sentou-se. Tinha vestes brancas como a neve e os cabelos eram como a lã pura. O seu trono eram chamas de fogo, com rodas de lume vivo.
Um rio de fogo corria, irrompendo diante dele. Milhares de milhares o serviam e miríades de miríades o assistiam. O tribunal abriu a sessão e os livros foram abertos.
Eu estava a olhar, por causa das palavras arrogantes que o chifre dizia, quando vi que o animal foi morto e o seu corpo destruído e lançado às chamas ardentes.
Quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o poder, mas a vida foi-lhes prolongada até certo tempo e determinada data.
Contemplava eu as visões da noite, quando, sobre as nuvens do céu, veio alguém semelhante a um Filho do homem. Dirigiu-Se para o Ancião venerável e conduziram-no à sua presença.
Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza, e todos os povos, nações e línguas O serviram. O seu poder é eterno, não passará jamais, e o seu reino jamais será destruído.

O Filho do homem virá buscar-nos consigo

Comentário 
São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
2.º sermão para a Ascensão

«Esse Jesus que, ao separar-Se de vós, Se elevou nos céus voltará um dia da mesma forma como O vistes subir» (Act 1,11). Virá, dizem aqueles anjos, da mesma forma. Virá então para nos buscar num cortejo único e universal, descerá precedido de todos os anjos e seguido de todos os homens para julgar os vivos e os mortos? Sim, é bem certo que Ele virá, mas virá da mesma forma como subiu aos céus e não da forma como desceu da primeira vez. Na verdade, quando Ele veio para salvar as nossas almas, foi na humildade; mas, quando vier para arrancar este cadáver ao sono da morte, para «o tornar semelhante ao seu corpo glorioso» (Fil 3,21) e encher de honra este vaso que hoje é tão frágil, mostrar-Se-á em todo o seu esplendor. Então veremos em todo o seu poder e majestade aquele que outrora estava escondido sob a fraqueza da nossa carne. [...]
Sendo Deus, Cristo não podia crescer, porque não há nada acima de Deus. E, contudo, Ele achou um meio de crescer: descendo, vindo encarnar, sofrer e morrer para nos arrancar à morte eterna. «Foi por isso que Deus O exaltou» (Fil 2,9). Deus ressuscitou-O, e Ele está sentado à direita do Pai. «Quem se exalta será humilhado; quem se humilha será exaltado» (Lc 14,11).
Feliz, Senhor Jesus, aquele que só Te tem a Ti por guia! Possamos nós seguir-Te, nós que somos «o teu povo e as ovelhas do teu pasto» (Sl 78,13), possamos nós ir por Ti para Ti, porque Tu és «o caminho, a verdade e a vida» (Jo 14,6). O caminho pelo exemplo, a verdade pelas tuas promessas, a vida porque és Tu a nossa recompensa. «Tu tens palavras de vida eterna e nós sabemos e acreditamos que Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo» (Jo 6,69; Mt 16,16), e que Tu próprio és Deus, mais alto que todas as coisas, bendito para sempre!

Nossa Senhora das Graças


Sexta-feira, dia 27 de Novembro de 2015


Nossa Senhora das Graças ou da Medalha Milagrosa


A aparição de Nossa Senhora das Graças ocorreu no dia 27 de Novembro de 1830 a Santa Catarina Labouré, irmã de caridade (religiosa de S. Vicente Paulo). A santa encontrava-se em oração na capela do convento, em Paris (rua du Bac), quando a Virgem Santíssima lhe apareceu. Tratava-se de uma "Senhora de mediana estatura, o seu rosto tão belo e formoso... Estava de pé, com um vestido de seda, cor de branco-aurora. Cobria-lhe a cabeça um véu azul, que descia até os pés... As mãos estenderam-se para a terra, enchendo-se de anéis cobertos de pedras preciosas ..."
A Santíssima Virgem disse: "Eis o símbolo das graças que derramo sobre todas as pessoas que mas pedem ...".
Formou-se então em volta de Nossa Senhora um quadro oval, em que se liam em letras de ouro estas palavras: "Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós". Nisto voltou-se o quadro e eu vi no reverso a letra M encimada por uma cruz, com um traço na base. Por baixo, os Sagrados Corações de Jesus e Maria - o de Jesus cercado por uma coroa de espinhos e a arder em chamas, e o de Maria também em chamas e atravessado por uma espada, cercado de doze estrelas. Ao mesmo tempo ouvi distintamente a voz da Senhora a dizer-me: "Manda, manda cunhar uma medalha por este modelo. As pessoas que a trouxeram por devoção hão de receber grandes graças".
O Arcebispo de Paris Dom Jacinto Luís de Quélen (1778-1839) aprovou, dois anos depois, em 1832, a medalha pedida por Nossa Senhora; em 1836 exortou todos os fiéis a usarem a medalha e a repetir a oração gravada em torno da Santíssima Virgem: "Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós".
Esta piedosa medalha - segundo as palavras do Papa Pio XII - "foi, desde o primeiro momento, instrumento de tão numerosos favores, tanto espirituais como temporais, de tantas curas, protecções e sobretudo conversões, que a voz unânime do povo lhe chamou desde logo Medalha Milagrosa".
Santo do dia
Quinta-feira, dia 26 de Novembro de 2015
Santo do dia : Beato Tiago Alberione, presbítero, fundador, +1971, S. João Berchmans, jovem seminarista, +1621

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

«Todos vos odiarão»

Comentário do dia:

São Gregório de Nissa (c. 335-395), monge, bispo
Grande Catequese, 29-30



Se a dádiva que Deus deu ao mundo ao enviar-lhe o Seu Filho é tão boa, tão digna de Deus, porque adiou Ele tanto este benefício? Dado que o mal no mundo estava ainda no seu início, porque não cortou Deus pela raiz o seu desenvolvimento posterior? A esta objeção, há que responder brevemente que foi a sabedoria, a previdência e a bondade de Deus que O fez adiar este benefício. Com efeito, tal como no caso das doenças físicas, [...] em que os médicos esperam que a doença, inicialmente escondida no interior do corpo, se manifeste no exterior, de modo a aplicarem o tratamento necessário quando ela está a descoberto, assim também quando a doença do pecado se abateu sobre a raça humana, o Médico do universo esperou até que nenhuma forma de perversidade permanecesse dissimulada.

Eis a razão por que Deus não aplicou o seu tratamento ao mundo imediatamente após o ciúme de Caim e o assassínio de Abel, seu irmão. [...] Foi quando o vício atingiu o seu auge e não restava mais nenhuma perversidade que os homens não tivessem ousado, que Deus começou a tratar a doença. Não no seu início, mas no seu desenvolvimento pleno. Deste modo, o tratamento divino pôde abarcar todas as enfermidades humanas. [...]

Mas então por que razão a graça do Evangelho não se difundiu de imediato a todos os homens? É verdade que a graça do Evangelho abarca todos sem distinção de condição, idade ou raça. [...] Mas Aquele que tem a livre disposição de todas as coisas nas suas mãos levou até ao extremo o respeito pelo homem, permitindo que cada um de nós dispusesse de um domínio do qual é o único dono e senhor: a vontade, a faculdade que ignora a escravatura, que se mantém livre, fundada na autonomia da razão. A fé está, portanto, à livre disposição daqueles que recebem o anúncio do Evangelho.

Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas

Evangelho segundo S. Lucas 21,12-19.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Deitar-vos-ão as mãos e hão-de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome.
Assim tereis ocasião de dar testemunho.
Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa.
Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer.
Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós
e todos vos odiarão por causa do meu nome;
mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá.
Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas».

Filhos de Deus

Eu quero ser reconhecido como
filho do Senhor
Mas para que isso ocorra preciso
agir como filho que verdadeiramente
segue os ensinamentos do pai
Isso, no entanto, só é possível com a
ajuda imprescindível do Criador.
Sem Ele nada podemos.
Por isso, Senhor humildemente vos peço
para que me aceites como seu filho e
me ajude a seguir e entender tua Palavra

Chuvas e orvalhos, bendizei o Senhor

Livro de Daniel 3,62.63.64.65.66.67.
Sol e lua, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Estrelas do céu, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Chuvas e orvalhos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Todos os ventos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Fogo e calor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Frio e geada, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Daniel

Livro de Daniel 5,1-6.13-14.16-17.23-28.
Naqueles dias, o rei Baltasar ofereceu um grande banquete a um milhar dos seus dignitários, na presença dos quais bebeu vinho.
Sob a ação do vinho, Baltasar mandou buscar os vasos de ouro e de prata que seu pai, Nabucodonosor, tinha tirado do templo de Jerusalém, para beberem por eles o rei, os seus dignitários, as suas mulheres e as suas concubinas.
Trouxeram então os vasos de ouro que tinham sido tirados do templo de Deus, em Jerusalém, e beberam por eles o rei, os seus dignitários, as suas mulheres e as suas concubinas.
Beberam vinho e entoavam louvores aos seus deuses de ouro e de prata, de bronze e de ferro, de madeira e de pedra.
De repente, apareceram dedos de mão humana, que escreveram em frente do candelabro, na cal da parede do palácio real. Ao ver essa mão que escrevia,
o rei mudou de cor e os seus pensamentos perturbaram-no; cederam as articulações dos seus quadris e os joelhos batiam um contra o outro.
Daniel foi introduzido à presença do rei e o rei dirigiu-lhe estas palavras: «És tu Daniel, um dos exilados de Judá, que o rei meu pai trouxe de Judá para aqui?
Ouvi dizer que está em ti o espírito divino e que tens uma luz, uma inteligência e uma sabedoria superiores.
Ouvi dizer também que podes interpretar e decifrar os enigmas. Se conseguires ler esta escrita e dar-me a sua interpretação, vestir-te-ás de púrpura, trarás ao pescoço o colar de ouro e serás o terceiro no governo do reino».
Então Daniel tomou a palavra e disse ao rei: «Podes ficar com os teus dons e dar a outros os teus presentes. Contudo, vou ler ao rei essa escrita e dar a sua interpretação.
Foi contra o Senhor do Céu que te ergueste, ao mandares buscar os vasos do seu templo, pelos quais bebeste vinho, com os teus dignitários, as tuas mulheres e as tuas concubinas. E entoaste louvores aos deuses de ouro e de prata, de bronze e de ferro, de madeira e de pedra, que não ouvem, não vêem nem entendem, mas não glorificaste o Deus que domina a tua respiração e dirige os teus caminhos.
Por isso Ele enviou aquela mão que escreveu essas palavras.
Eis a escrita que foi traçada: ‘Mené, Téquel, Parsin’:
e esta é a sua interpretação: ‘Mené’, quer dizer, ‘Contado’: Deus contou o tempo do teu reinado e pôs-lhe termo;
‘Téquel’, quer dizer, ‘Pesado’: foste pesado na balança e achado sem peso;
‘Parsin’, quer dizer, ‘Dividido’: o teu reino foi dividido e dado aos medos e aos persas».

Santo do dia

Quarta-feira, dia 25 de Novembro de 2015

Santa Catarina de Alexandria, virgem, mártir, +305




É sem dúvida uma das santas mais populares da História da Igreja, universalmente venerada.

De acordo com um relato muito antigo de sua vida, era uma jovem de grande beleza e tinha recebido de Deus o dom da sabedoria.

Conduzida diante do imperador por ser cristã, censurou-o corajosamente por perseguir a Religião verdadeira, fez a apologia do Cristianismo e demonstrou a falsidade dos cultos idolátricos.

Não conseguindo discutir com ela, o imperador convocou os cinquenta filósofos mais cultos do Egipto para que refutassem os argumentos da jovem, mas eles também não o conseguiram e, ao final do debate, declararam-se cristãos.

O imperador, encolerizado, condenou à morte os cinquenta sábios e sua mestra, a qual teve o corpo dilacerado por rodas com lâminas cortantes.

www.santododia.com.br

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Grão de areia


Papa Francisco

Com a força da verdade

· No Angelus o Papa opõe a lógica de Cristo à mundana que usa as armas do medo, da chantagem e da manipulação ·

«A lógica mundana baseia-se na ambição, na competição, combate com as armas do medo, da chantagem e da manipulação das consciências»; ao contrário, a lógica «do Evangelho exprime-se na humildade e na gratuitidade, afirma-se silenciosa mas eficazmente com a força da verdade», salientou o Papa no Angelus de domingo 22 de Novembro, falando sobre a solenidade de Cristo Rei aos numerosos fiéis presentes na praça de São Pedro. «Falar de poder e de força – disse o Pontífice – para o cristão significa fazer referência ao poder da Cruz e à força do amor de Jesus: um amor que permanece firme e íntegro, inclusive diante da rejeição, e que se manifesta como o cumprimento de uma vida dedicada na oferta total de si a favor da humanidade».
- See more at: http://www.osservatoreromano.va/pt/news/com-forca-da-verdade#sthash.4vN6x6hW.dpuf

A vossa libertação

Comentário do dia:

São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja
Sobre Isaias, III, 1 (a partir da trad. Sr Isabelle de la Source, Lire la Bible, t. 6, p. 76)

«Quando estas coisas começarem a acontecer, cobrai ânimo e levantai as vossas cabeças, porque a vossa libertação está próxima» (Lc 21, 28

«Reduzistes a cidade a um montão de pedras; a cidadela dos orgulhosos está aniquilada, jamais será reedificada. Por isso um povo forte vos glorifica» (Is 25,2-3). Pertence ao desígnio constante de Deus omnipotente e aos seus conselhos irrepreensíveis reduzir as «cidadelas» a «montões de pedra», abalá-las desde os fundamentos, sem esperança de voltarem a erguer-se. «Jamais será reedificada», diz o texto. Estas cidades destruídas não são, a nosso ver, aquelas que são perceptíveis pelos sentidos, nem são os homens que nelas vivem. Parece-nos que se trata antes das potências más e hostis, e sobretudo de Satanás, aqui chamado cidade e «cidadela». [...]


Quando o Emanuel apareceu e brilhou neste mundo, o exército ímpio das potências adversas foi derrubado, Satanás foi abalado nos seus fundamentos e caiu, enfraquecido para sempre, sem esperança de voltar a erguer-se, de levantar de novo a cabeça.


Por isso, o povo pobre e a cidade dos homens oprimidos bendirá o Senhor. Israel foi chamado ao conhecimento de Deus pela pedagogia da Lei, foi cumulado de todos os bens por Deus. Sim, Israel foi salvo e obteve em herança a terra da promessa. Mas a multidão das nações que estão sob o céu estava privada destes bens espirituais. [...] Quando Cristo apareceu em pessoa e, destruindo a tirania do demónio, as conduziu a seu Deus e seu Pai, foram enriquecidas com a luz da verdade pela participação na glória divina, pela grandeza da vida do Evangelho. É por isso que cantam hinos de acções de graças a Deus Pai: «Vós realizastes os vossos maravilhosos desígnios» (v.1), tudo recapitulando em Cristo. Vós iluminastes aqueles que se encontravam nas trevas (cf Lc 1,79), derrubando as potências que dominam o mundo (cf Ef 6,12) como se derrubam cidadelas. «Por isso um povo forte vos glorifica».

Jesus disse-lhes:

Evangelho segundo S. Lucas 21,5-11.
Naquele tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus disse-lhes:
«Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído».
Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?».
Jesus respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não os sigais.
Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim».
Disse-lhes ainda: «Há-de erguer-se povo contra povo e reino contra reino.
Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu».

Anjos do Senhor, bendizei o Senhor

Livro de Daniel 3,57.58.59.60.61.
Obras do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Céus, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Anjos do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Águas que estais sobre os céus, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Poderes do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Naqueles dias, Daniel disse ao rei Nabucodonosor

Livro de Daniel 2,31-45.
Naqueles dias, Daniel disse ao rei Nabucodonosor: «Tu, ó rei, tiveste esta visão: apareceu uma grande estátua, uma estátua gigantesca e de extraordinário esplendor: erguia-se diante de ti e o seu aspeto era terrível.
A cabeça da estátua era de ouro fino, o peito e os braços eram de prata, o ventre e as coxas eram de bronze,
as pernas eram de ferro e os pés eram em parte de ferro e em parte de barro.
Estavas a olhar para ela, quando uma pedra se deslocou sem intervenção de mão alguma e foi bater nos pés da estátua, que eram de ferro e de barro, e reduziu-os a pó.
Então pulverizaram-se ao mesmo tempo o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, e ficaram como a moinha das eiras no verão: levou-os o vento e não ficou rasto deles. A pedra que tinha batido na estátua tornou-se uma grande montanha e encheu toda a terra.
Foi esse o sonho; e daremos a sua interpretação diante do rei:
Tu, ó rei, és o rei dos reis, a quem o Deus do Céu deu a realeza, o poder, a força e a glória.
Ele entregou-te nas mãos os filhos dos homens, os animais dos campos e as aves do céu, onde quer que eles habitem, e fez-te senhor de todos eles. És tu a cabeça de ouro.
Depois de ti surgirá outro reino, inferior ao teu; a seguir, um terceiro reino, um reino de bronze, que dominará toda a terra.
E haverá um quarto reino, duro como o ferro. Assim como o ferro tudo esmaga e despedaça, esse reino esmagará e despedaçará todos os outros.
Os pés e os dedos que viste, em parte de barro de oleiro e em parte de ferro, significam um reino dividido. Terá a solidez do ferro e por isso viste o ferro misturado com o barro mole.
Mas se os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro é porque o reino será em parte forte e em parte frágil.
Viste o ferro misturado com a argila: assim também as duas partes se hão-de ligar por geração humana; mas não se hão-de unir solidamente, como o ferro não pode misturar-se com o barro.
No tempo desses reis, o Deus do Céu fará surgir um reino que jamais será destruído e cuja soberania nunca passará a outro povo. Esmagará e reduzirá a nada todos esses reinos, mas ele permanecerá para sempre.
É o que significa a pedra que viste desprender-se da montanha sem intervenção de mão alguma e pulverizar o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. O grande Deus fez saber ao rei o que vai acontecer em seguida. O sonho é verdadeiro e fidedigna a sua explicação».

Santo do dia



Terça-feira, dia 24 de Novembro de 2015

Santo André Dung Lac e companheiros, presbíteros, mártires vietnamitas, séc. XVIII e XIX




No dia 9 de junho de 1988, João Paulo II canonizou 116 mártires pertencentes à Igreja do Vietnam. Desses, 96 eram de origem vietnamita e os demais missionários provenientes da Espanha e da França. Desde 1624, quando os primeiros jesuítas fundaram ali as bases do cristianismo, os cristãos sofreram contínuas e sangrentas perseguições. Eram acusados de destruir, com sua pregação, os valores culturais e religiosos do país. Durante a perseguição de 1843, um deles, Paulo Le Bao-Tinh escrevia da prisão:
"O meu cárcere é verdadeiramente uma imagem do fogo eterno. Aos cruéis suplícios de todo género, como grilhões, algemas e ferros, juntam-se ódio, vingança, calúnias, palavrões, acusações, maldades, falsos testemunhos, maldições e, finalmente, angústia e tristeza. Mas Deus, tal como outrora libertou-me dessas tribulações, que se tornaram suaves, porque a sua misericórdia é eterna!"
Santo André Dung-Lac, era de família pobre, reconheceu a riqueza do Dom Sacerdotal e foi ordenado Padre em 1823; no meio das perseguições desejava ardentemente testemunhar Jesus Cristo com o martírio, pois dizia que "aqueles que morrem pela fé sobem ao céu".

Papa Francisco

Horizontes abertos

· O Pontífice convidou os professores cristãos a experimentarem novos métodos inclusivos ·

Educar, com novos métodos e horizontes abertos, para os valores da humanidade e para a transcendência: foi a exortação que o Papa Francisco dirigiu aos participantes no congresso mundial promovido pela Congregação para a educação católica, recebidos na manhã de 21 de Novembro na sala Paulo VI. Num clima de festa e de diálogo, caracterizado por uma presença preponderante de jovens, o Pontífice respondeu directamente a três perguntas que lhe foram dirigidas por um director escolar, um religioso e uma religiosa.
Depois de ter recomendado que nunca se faça proselitismo nas escolas, o Papa partiu do pressuposto que não se pode falar de educação católica sem falar de humanidade. Com efeito, é preciso guiar os jovens e as crianças para os valores humanos, com particular atenção ao transcendente. Segundo Francisco, a maior crise da educação, em especial hoje, é o fechamento à transcendência. Porque — disse, criticando abertamente a tendência que o neopositivismo imperante tem de apostar apenas nas realidades imanentes — nenhum fechamento contribui para a educação.
Sucessivamente, o Pontífice expressou solidariedade aos educadores católicos, relevando que estão entre as categorias de profissionais mais mal remuneradas. A propósito, constatou também a ruptura do pacto educativo entre família e escola, e entre família e Estado. Depois, denunciou como a educação está a tornar-se demasiado selectiva, com a consequência de que nem todas as crianças têm acesso à mesma. Também porque, observou, o elitismo em vez de aproximar os povos, afasta-os, separa os ricos dos pobres, divide as culturas. Então, é urgente um novo pacto social, acompanhado pela necessidade de procurar novos caminhos, como fez a seu tempo dom Bosco, com a sua «educação de emergência», que se caracteriza por ser informal e inclusiva. Ao contrário da actual, que é formal e depauperada, porque se funda no tecnicismo intelectualista.
Entre os exemplos positivos actuais, Francisco citou o método de Scholas occurrentes que, afastando-se de esquemas tradicionais, educa também através do desporto e da arte, agindo sobre a linguagem da cabeça, do coração e das mãos. Enquanto, ao contrário, as escolas geralmente apostam na criação de super-homens — aqueles que têm dinheiro para pagar as melhores — porque se inspiram apenas no critério do interesse, do fantasma do dinheiro que arruína a humanidade.
Outra consequência é a rigidez, quando na realidade seriam necessários o diálogo, a fraternidade e a universalidade. Também por este motivo, acrescentou, o verdadeiro educador deve ser um «mestre de risco», como cada pai sabe ser, quando ensina o filho a caminhar.
Finalmente, com referência à crónica recente, o Pontífice afirmou que no momento de conflito a tentação são os muros; mas a maior falência é precisamente a de educar dentro dos muros. Ao contrário, repetiu, é preciso ir às periferias, porque as realidades se entendem melhor dali que do centro. Portanto, ir às periferias não significa só fazer beneficência e dar de comer, mas também levar pela mão, acompanhar. E concluiu, esclarecendo que sobretudo nesta perspectiva a Europa deve ser novamente educada para os valores da inclusão. 
- See more at: http://www.osservatoreromano.va/pt/news/horizontes-abertos-por#sthash.9Q3WUoyj.dpuf