quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Ele é o Verbo eterno

Comentário do dia:

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 293,3 para a natividade de João Baptista

«Imediatamente se lhe abriu a boca […] e começou a falar, bendizendo a Deus»

Zacarias cala-se e perde a fala até ao nascimento de João, precursor do Senhor, que lhe devolve a fala. O silêncio de Zacarias significa que a profecia desapareceu e que, antes do anúncio de Cristo, está como que escondida e fechada, abrindo-se ao seu advento, tornando-se clara para a chegada daquele que estava profetizado. A fala devolvida a Zacarias aquando do nascimento de João corresponde ao véu rasgado aquando da morte de Jesus na cruz (Mt 27,51). Se João se tivesse anunciado a si mesmo, a boca de Zacarias não se teria reaberto.

A fala é-lhe devolvida por causa do nascimento daquele que é a voz. Com efeito, perguntaram a João, que já anunciava o Senhor: «Tu, quem és?» E ele respondeu: «Eu sou a voz que clama no deserto.» A voz é João, enquanto o Senhor é a Palavra: «No princípio existia o Verbo.» João é a voz durante algum tempo; Cristo é o Verbo no princípio, Ele é o Verbo eterno.

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