Quarta-feira, dia 05 de Novembro de 2014
Beato Mariano de la Mata, religioso, +1983
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Beato Mariano de la Mata
31 de dezembro de 1905. No aconchego de uma família eminentemente
cristã, nasceu, em Barrio de la Puebla, Palência (Espanha), o menino
Mariano.
Seus pais, Manuel e Martina, foram formando a consciência e educando o
filho Mariano e os outros sete irmãos (três varões e quatro mulheres),
semeando com a palavra e o testemunho de uma vida verdadeiramente
cristã, a semente da fé e do amor, que seriam depois a essência da vida
daquele menino. Nesse ambiente familiar e cristão, não foi difícil
surgir a vocação para a vida sacerdotal e religiosa agostiniana; vocação
ainda reforçada pelo incentivo dos outros três irmãos varões, que
também tinham abraçado a Ordem Agostiniana.
O menino Mariano fez os primeiros estudos de latim na pequena cidade
vizinha de Barriosuso de Valdavia. Em 29 de agosto de 1921, ingressou no
seminário agostiniano de Valladolid, Espanha, completando, assim, o
marco agostiniano mais precioso daquela família abençoada. De ânimo
sereno e honesto nas suas atitudes, vive o seu primeiro período de
formação em Valladolid, preparando-se para compromissos posteriores. No dia 10 de julho de 1922, realiza a sua primeira profissão (dos votos religiosos de pobreza, obediência e castidade). No dia 2 de janeiro de 1926, por meio da profissão solene, se entrega, definitivamente, à Ordem Agostiniana. Em
25 de julho de 1930 é ordenado sacerdote. Estava pronto para iniciar
sua missão e coroar definitivamente sua vocação. Pe. Mariano era
sacerdote e agostiniano. Estava preparado para os grandes desafios que a
obediência deveria encomendar-lhe na Espanha e, a partir de 21 de
agosto de 1931, em terras brasileiras.
Aqui chegou em 21 de agosto de 1931 e atuou na paróquia de
Taquaritinga. Em 1933, foi transferido para o Colégio Santo Agostinho,
de São Paulo, onde foi professor, secretário e ecônomo. Entre 1945 e
1948, foi superior da Vice-província Agostiniana do Brasil. Em 1949, foi
para o Colégio de Engenheiro Schmidt, onde foi diretor, por três anos, e
professor e conselheiro da Vice-província, até 1960. Em 1960,
transferiu-se de novo para o Colégio de Santo Agostinho, de São Paulo,
onde permaneceu até o fim da vida.
O exemplo dos tios, Pe. Hermenegildo, Ir. Tomás, Ir. Baltasar e
Pe. Mariano, penetrou no mais íntimo dos lares das quatro irmãs, de tal
maneira que, anos depois, abraçariam também a vida religiosa agostiniana
três sobrinhos e três sobrinhas. Como gostava o Pe. Mariano de
viver intensamente essa feliz realidade agostiniana, que tanto
enriquecia e unia aquelas quatro famílias! Para os sobrinhos, o Pe.
Mariano era o "tio". Assim o chamavam os sobrinhos com muito carinho.
Dois deles acompanhariam, bem de perto, os últimos momentos da sua vida
aqui na terra, vindos da Colômbia e do Peru, onde realizavam o seu
trabalho pastoral e missionário, como religioso e religiosa
agostinianos.
A natureza o contagiava. O cultivo e cuidado das plantas e das
flores eram seu divertimento. Falava com elas, acariciava suas folhas,
se emocionava diante delas. Cada planta, mesmo a mais raquítica e pouco
vistosa, para nós sem valor, era para Pe. Mariano, uma exaltação da
beleza da criação. Tinha seu jardim no terraço do Colégio. Ali estava
nos seus momentos de relaxamento. Essa sensibilidade adquiria uma
dimensão portentosa quando se tratava da família, dos amigos, dos
ex-alunos, dos sofredores, dos mais necessitados. É difícil esquecer
aquele momento, quando recém operado de catarata em Belo Horizonte, em
visita realizada à Igreja, emocionado exclamou, ao ver a imagem de Nossa
Senhora da Consolação: "Estou vendo as suas cores". Acolhia com
alegria, se entregava com generosidade, acompanhava com espírito
samaritano, servia com o coração aberto. Possuía um coração
verdadeiramente sensível. Grandes amores do Pe. Mariano: a eucaristia – Nossa Senhora – as crianças – os pobres – os enfermos. Grandes paixões do Pe. Mariano: a natureza – a família – as oficinas de Santa Rita de Cássia – as vocações agostinianas.
De caráter firme, mas generoso, espontâneo, desprendido e muito
sensível diante da dor; de talante samaritano e autêntico servidor, o
Pe. Mariano terá sua vida marcada pelo amor aos que sofrem. Verdadeiro
mensageiro do amor, levará aos doentes o conforto da sua presença e da
sua palavra de esperança. Não importavam as deficiências auditivas e
visuais que o acompanharam durante muitos anos de sua vida. O amor era
mais forte, a caridade o impelia, "a morte não espera", dizia, a solidão
aumenta a dor. Sem preocupação de horários, saía o Pe. Mariano pela
cidade de São Paulo, com seu fusca, sem pensar em riscos, enfrentando
desafios, mas animado por uma alegria interior e levando um raio de
esperança aos doentes e aos que precisavam do seu amor, assim como o
incentivo da sua presença e da sua palavra às Associadas das Oficinas de
Caridade de Santa Rita de Cássia. Verdadeiro mensageiro do amor, alegrou muitos lares, confortou muitas vidas, foi portador de esperança para muitos desanimados. Sua
maneira de falar e sua figura austera, o carinho que colocava no que
realizava e o sacrifício da sua vida, transformada num contínuo ato de
amor, fizeram do Pe. Mariano um verdadeiro apóstolo da caridade.
Os doentes eram o seu ponto forte: uma necessidade de um doente
antepunha-se a tudo. Nunca tinha preguiça para deixar o que quer que
fosse, de dia e de noite, para atender os doentes. Ao saber que em
alguma família havia algum doente, lá estava ele confortando o enfermo e
os familiares. Era muito conhecido no Hospital do Câncer, por exemplo.
Sua presença era um bálsamo, levando a comunhão e os demais sacramentos.
Lá ele gozava fama de santo, parecendo o Cristo, semeando coragem e
entrega total a Deus. Será enfim essa mesma doença que o levará um dia
para o céu. Como Cristo, Pe. Mariano foi o cordeiro levado ao matadouro e
imolado, sem se queixar, sem murmurar, crucificado no seu leito de dor.
Faleceu no dia 5 de abril de 1983.
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