sábado, 29 de novembro de 2014

Comentário do dia:


«Velai, pois, orando continuamente»

Meu amigo, quando queremos agradar a Deus, oramos, e isso parece-me muito belo. […] Acima de tudo, sê assíduo na oração sem te cansares, como está escrito, pois Nosso Senhor disse: «orai continuamente.» Sê assíduo nas vigílias, afasta de ti a sonolência, vigia dia e noite sem te desencorajares.
Vou-te mostrar os modos de oração; com efeito, existe a oração de súplica, de acção de graças e de louvor (cf Fil 4,6): de súplica, quando pedimos misericórdia pelos nossos pecados; de acção de graças, quando agradeces a teu Pai que está no céu; e de louvor, quando O louvas pelas suas obras. Quando estiveres em perigo, apresenta a tua súplica; quando estiveres provido de bens, dá graças Àquele que tos dá; e quando te sentires de humor alegre, apresenta o teu louvor.
Deves levar todas as tuas preces diante de Deus segundo as circunstâncias. Vê o que o próprio David dizia constantemente: «A meio da noite levanto-me para Te louvar, por causa das tuas justas sentenças» (Sl 119,62). Noutro salmo diz também: «Louvai ao Senhor do alto dos céus; louvai-O nas alturas!» (148,1). E diz ainda: «Em todo o tempo bendirei o Senhor; o seu louvor estará sempre nos meus lábios» (34,2). Pois não deves rezar só de uma maneira, mas de acordo com as circunstâncias.
E eu, meu amigo, tenho a firme convicção de que tudo o que os homens pedem com assiduidade, Deus lho dá. Mas aquele que oferece com hipocrisia não é aprovado, segundo o que está escrito: aquele que faz uma oração, que olhe bem para ela, para ver se não lhe encontra defeito, e só depois a ofereça, pois de outro modo a sua oferenda ficará por terra (cf Mt 5,23-24; Mc 11,25). E o que são as oferendas, senão orações? […] De todas as oferendas, com efeito, a oração pura é a melhor.
Afraates (?-c. 345), monge e bispo perto de Mossul
Exposições, n°4; SC 349



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