segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Combate à pobreza

Papa convoca movimentos sociais de todo o mundo a combater causas estruturais da pobreza 

O Papa falou sobre o termo solidariedade, ''uma palavra que não cai bem sempre – afirmou – eu diria que, algumas vezes, transformamos em uma má palavra; mas é uma palavra muito mais além do que alguns atos de generosidade esporádicos.
É pensar e atuar em termos de comunidade, de prioridade de vida de todos sobre a apropriação dos bens por parte de alguns.
Também é lutar contra as causas estruturais da pobreza, da
Alba Movimientos
desigualdade, da falta de trabalho, da terra e da moradia, a negação dos direitos sociais e trabalhistas.
É enfrentar os destruidores efeitos do império do dinheiro: os deslocamentos forçados, as emigrações dolorosas, o tráfico de pessoas, a droga, a guerra, a violência e todas essas realidades que muitos de vocês sofrem e que todos estamos chamados a transformar. A solidariedade, entendida, em seu sentido mais amplo, é um modo de fazer história e isso é o que fazem os movimentos populares''.
Também lembrou que o Encontro não responde a uma ideologia, já que os movimentos não trabalham com ideias, mas com realidades. ''Não se pode abordar o escândalo da pobreza promovendo estratégias de contenção que, unicamente, tranquilizem e convertam os pobres em seres domesticados e inofensivos” – continuou.
“Esse encontro nosso responde a um anseio muito concreto, algo que qualquer pai, qualquer mãe quer para seus filhos; um anseio que deve estar ao alcance de todos, mas, hoje, vemos, com tristeza, cada vez mais longe da maioria: terra, teto e trabalho. É estranho, mas se falo disso para alguns significa que o Papa é comunista''.
''Hoje, ao fenômeno da exploração e da opressão se soma uma nova dimensão, um matiz gráfico e duro da injustiça social; os que não podem ser integrados, os excluídos são dejetos, restos? Esta é a cultura do descarte... Isso acontece quando no centro de um sistema econômico está o deus dinheiro e não o homem, a pessoa humana. No centro de todo sistema social ou econômico tem que estar a pessoa, imagem de Deus, criada para que fosse o dominador do universo. Quando a pessoa é deslocada e vem o deus dinheiro ocorre essa inversão de valores''.
1134 Fatores Que Influenciam o Desemprego – PARTE 5
Francisco mencionou o problema do desemprego e acrescentou que ''todo trabalhador, esteja ou não esteja no sistema formal de trabalho assalariado, tem direito a uma remuneração digna, a seguridade social e a uma cobertura previdenciária. Há catadores, recicladores, vendedores ambulantes, costureiros, artesãos, pescadores, camponeses, pedreiros, mineiros, operários de empresas recuperadas, todo tipo de cooperativistas e trabalhadores de ofícios populares que estão excluídos dos direitos
trabalhistas, que lhes tem negada a possibilidade de se sindicalizarem, que não têm uma renda adequada e estável. Hoje, quero unir minha voz à suas e acompanhá-los em sua luta''.
O Pontífice também mencionou o tema da paz e da ecologia. ''Não pode haver terra, não pode haver teto, não pode haver trabalho se não temos paz e se destruímos o planeta... a criação não é uma propriedade, da qual podemos dispor a nosso bel prazer; nem muito menos é uma propriedade só de alguns, de poucos: a criação é um dom, é um presente, um dom maravilhoso que Deus nos deu para que cuidemos dele e o utilizemos em benefício de todos, sempre com respeito e gratidão''.
''Mas por que em vez disso nos acostumamos a ver como se destrói o trabalho digno, se despejam tantas famílias, se expulsam os camponeses, se faz a guerra e se abusa da natureza? Porque nesse sistema se tirou o homem, a pessoa humana, do centro, e o substituíram por outra coisa! Porque se rende um culto idolátrico ao dinheiro! Porque se globalizou a indiferença! – ‘para mim, só importa o que acontece com os outros desde que eu defenda o meu’. Porque o mundo se esqueceu de Deus, que é Pai; se tornou órfão porque deixou a Deus de lado''.
 Tanscrito do Correio MFC - Movimento Família Cristã

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