domingo, 28 de fevereiro de 2016

Papa Francisco

Uma economia de todos e para todos 

· Aos empresários italianos o Papa recordou que precariedade e desemprego privam os jovens da dignidade, e convidou-os a rejeitar parcialidades, favoritismos e desonestidade ·

Deve ser «o bem comum» a «bússola que orienta a atividade produtiva», para fazer crescer «uma economia de todos e para todos», que não seja «insensível ao olhar dos necessitados», recomendou o Papa aos empresários italianos reunidos em congresso, recebendo-os em audiência na manhã de 27 de fevereiro. 
Depois de ter promovido um seminário de estudos em Roma, que teve como slogan «agir juntos» a confederação dos industriais viveu um dia jubilar na sala Paulo VI, culminado no encontro com o Pontífice que, com a Evangelii gaudiumna mão, confirmou que uma economia solidária só é deveras possível se «a simples proclamação da liberdade financeira não prevalecer sobre a liberdade concreta do homem e sobre os seus direitos» e «se o mercado não for um absoluto, mas honre as exigências da justiça e, em última análise, da dignidade da pessoa, pois não há liberdade sem justiça, não há justiça sem o respeito pela dignidade».
Pensando nas novas gerações, o Papa referiu-se em especial a «todos os potenciais trabalhadores, em particular os jovens que, prisioneiros da precariedade ou de longos períodos de desemprego, não são interpelados por um pedido de trabalho que lhes confira um salário honesto e também a dignidade da qual às vezes se sentem privados». Além disso, «a atenção à pessoa concreta exige uma série de escolhas importantes», como «dar a cada um o seu, tirando mães e pais de família da angústia de não poder dar um futuro e nem sequer um presente aos seus filhos; saber dirigir, mas também ouvir, compartilhando com humildade e confiança projetos e ideias; fazer com que o trabalho crie mais trabalho, a responsabilidade crie mais responsabilidade, a esperança crie mais esperança». Por isso, convidou os industriais italianos a empreender a «via mestra» da justiça, rejeitando «os atalhos dos parcialidades e favoritismos, bem como os desvios perigosos da desonestidade e dos compromissos fáceis».
«A lei suprema seja sempre — concluiu — a atenção à dignidade do outro», que não pode ser «espezinhada em nome de exigências de produção, que mascaram miopias individualistas, egoísmos e sede de lucro».
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