sábado, 14 de novembro de 2015

Papa Francisco

A Europa rica acolha
os irmãos famintos

· O Papa Francisco à «Romano Guardini Stiftung» ·

«Deus enviou à Europa rica o faminto para que lhe deem de comer, o sedento para que lhe deem de beber, o forasteiro para que o acolham e o nu para que o vistam». Frisou o Papa Francisco, aplicando ao nosso tempo as reflexões de Romano Guardini. Recebendo na manhã de 13 de Novembro a fundação intitulada ao famoso teólogo, o Pontífice salientou como do seu ensinamento é possível procurar «descobrir a mão de Deus nos acontecimentos actuais», por exemplo em matéria de migrações. 
Porque também quem deixa a própria pátria em busca de um presente e de um futuro melhores é nosso irmão. «A história – comentou – demonstrá-lo-á: se formos um povo, certamente o acolheremos»; mas, advertiu com palavras fortes, «se formos apenas um grupo de indivíduos mais ou menos organizados, seremos tentados a salvar antes de tudo a nossa pele, mas não teremos continuidade». Eis então os votos conclusivos de que «a obra de Guardini faça compreender cada vez mais o valor dos fundamentos cristãos, da cultura e da sociedade».
No seu discurso o Pontífice saudou os participantes no congresso promovido pela universidade Gregoriana por ocasião do 130 aniversário do nascimento de Guardini, e agradeceu ao presidente da fundação berlinense, von Pufendorf, «por ter anunciado a iminente publicação de um texto inédito» de Guardini, e encorajou a fazer entrar o seu pensamento «num diálogo polifónico com os âmbitos da política, da cultura e da ciência». Em seguida o Papa comentou um excerto do livroO mundo religioso de Dostoevski, no qual o autor retoma entre outros um episódio de Os irmãos Karamazov: aquele no «qual as pessoas vão ao starec Zosima para lhe apresentar as suas preocupações e dificuldades». Aproxima-se também uma camponesa que diz que matou o marido doente, o qual a tinha maltratado muito. O starec vê que a mulher está convencida que será condenada, e por isso lhe «mostra uma saída: «a sua existência tem um sentido – explicou – porque Deus a acolhe no arrependimento». E ela é transformada e recebe de novo esperança». Destas premissas tira-se a lição de que são precisamente as pessoas mais simples que compreendem «o que significa uma existência de vida na fé, capaz de ver que Deus está próximo dos homens». A isto Guardini chama «unidade viva» com Deus e «consiste na relação concreta das pessoas com o mundo e com os outros».
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