São João Paulo II (1920-2005), papa
Carta apostólica para o 6.º centenário da morte de Santa Catarina de Sena
Quando, em 1347, Catarina vê a luz do dia, vive-se uma situação muito difícil em Itália e na Europa: anunciava-se a peste negra, que haveria de semear a devastação; a sociedade estava perturbada pela Guerra dos Cem Anos e pelas invasões de mercenários; os papas tinham tido de trocar Roma por Avinhão e o cisma do Ocidente prolongar-se-ia até 1417. Filha de um tintureiro, Catarina toma rapidamente consciência das necessidades do mundo que a rodeia. Atraída pela forma de vida apostólica das Dominicanas, pede para ser agregada à ordem terceira (as chamadas «mantellate»), que não eram propriamente religiosas nem viviam em comunidade, mas usavam o hábito branco e o manto preto dos frades pregadores. [...]
Catarina estava rodeada de uma multidão heterogénea de discípulos de todo o tipo e com múltiplas origens, que se sentiam atraídos pela pureza da sua fé e pela liberdade da sua aceitação da palavra de Deus, desprovida de matizes e cedências. [...] Atingiu o auge do seu progresso interior nas núpcias espirituais [...], pelo que seria de esperar que a sua vida passasse a decorrer na solidão da contemplação. Mas Deus tinha-a atraído a Si para que ela estivesse unida a Ele na obra no seu Reino. [...] Era desígnio de Cristo uni-la estreitamente a Si pelo amor ao próximo, isto é, quer pela doçura dos laços da alma, quer pelos trabalhos exteriores, naquilo a que se chama uma mística social. [...]
Depois de se ter dedicado à conversão dos pecadores individuais, passou à reconciliação de pessoas e famílias atingidas por conflitos, e depois à pacificação de cidades e de Estados. [...] O impulso interior do Mestre divino abriu-lhe, por assim dizer, uma nova humanidade. Foi assim que esta humilde filha de um artesão, iletrada, praticamente sem estudos nem cultura, teve a inteligência das necessidades do seu tempo, a ponto de ultrapassar os limites da sua cidade e de alcançar, com a sua actividade, uma dimensão mundial.
Catarina estava rodeada de uma multidão heterogénea de discípulos de todo o tipo e com múltiplas origens, que se sentiam atraídos pela pureza da sua fé e pela liberdade da sua aceitação da palavra de Deus, desprovida de matizes e cedências. [...] Atingiu o auge do seu progresso interior nas núpcias espirituais [...], pelo que seria de esperar que a sua vida passasse a decorrer na solidão da contemplação. Mas Deus tinha-a atraído a Si para que ela estivesse unida a Ele na obra no seu Reino. [...] Era desígnio de Cristo uni-la estreitamente a Si pelo amor ao próximo, isto é, quer pela doçura dos laços da alma, quer pelos trabalhos exteriores, naquilo a que se chama uma mística social. [...]
Depois de se ter dedicado à conversão dos pecadores individuais, passou à reconciliação de pessoas e famílias atingidas por conflitos, e depois à pacificação de cidades e de Estados. [...] O impulso interior do Mestre divino abriu-lhe, por assim dizer, uma nova humanidade. Foi assim que esta humilde filha de um artesão, iletrada, praticamente sem estudos nem cultura, teve a inteligência das necessidades do seu tempo, a ponto de ultrapassar os limites da sua cidade e de alcançar, com a sua actividade, uma dimensão mundial.
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