Que cristianismo é este que lhe apresentaram?
Texto de Karyne M. Lira Correia
Recentemente li uma queixa de uma irmã que dizia mais ou menos assim: “quando não somos da igreja, nos tratam com paciência e amor, depois que nos batizamos nos tratam como se devêssemos saber tudo.” Eu não me recordo completamente das palavras, mas a ideia era essa.
Recentemente li uma queixa de uma irmã que dizia mais ou menos assim: “quando não somos da igreja, nos tratam com paciência e amor, depois que nos batizamos nos tratam como se devêssemos saber tudo.” Eu não me recordo completamente das palavras, mas a ideia era essa.
Ela estava certa em sua queixa. É isso mesmo que tem ocorrido em nossas igrejas, em alguns casos. Em outros casos tenho visto uma atitude semelhantemente equivocada – tratar membros como se fossem pessoas que desconhecem o evangelho, permitindo todo tipo de prática que foge ao ideal cristão.
Pensando sobre esse e outros assuntos, veio ontem a minha mente a seguinte pergunta: Que cristianismo é este que estamos apresentando às pessoas? Que cristianismo é esse que apresentamos a elas quando estão lá fora, e que as atraia, mas que lhes é um fardo quando estão aqui dentro? Que cristianismo é esse que não causa mudança e transformação, permitindo que pessoas estejam há anos dentro da igreja sem que precisem se comprometer com a verdade de forma prática?
Algumas pessoas me criticam pela forma direta e incisiva de defender o que creio. Mas, queridos, somos chamados a não titubear e ter medo de dizer o que é correto ser dito. Então, sendo bem direta, eu lhe pergunto – que cristianismo é esse que lhe apresentaram?
Alguns se equivocam de que cristãos são aqueles que creem em Cristo. A própria Palavra de Deus (Tiago 2:19) diz que até os demônios creem. E, cá entre nós, os demônios não seguem nenhum tipo de conduta cristã! Então, Cristianismo não é só acreditar que Jesus existe, que Ele é Deus e que Ele morreu para nos salvar.
Cristão é aquele que vive a serviço de Deus, “os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá” (Apocalipse 14:4). Eles são os que ouvem a ordem “vem, toma a cruz, e segue-me” (Marcos 10:21), e atendem a essa ordem. Ser cristão não é uma condição permanente. Não é como um título que ganhamos de Mestre ou Doutor em algo, e que, independente de nossa prática, permanece conosco. Alguém pode ser cristão hoje e amanhã não ser mais. A história de que uma vez salvo somos salvos para sempre é uma falácia. Precisamos ser salvos sempre que caímos. Jesus veio nos salvar de nossos pecados (Mateus 1:21). Por isso, quando pecamos precisamos novamente de salvação.
Mas até aqui, queridos, muitos aceitam. O problema é o que vou escrever a seguir. Você crê na Palavra de Deus? Crê que ela é a verdade? Então veja: a Palavra de Deus diz que “Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo.” (I João 3:8). Existem coisas na Bíblia que são duras não é mesmo? Eu já chorei e lutei contra muitas verdades por serem duras. Acredite, eu entendo quando você também luta com uma verdade que denuncia quem nós somos, como esse texto de I João.
Isso significa queridos que quando pecamos estamos a serviço de outro que não Cristo. Sendo bem direta, quando vivemos o cristianismo estamos a serviço de Cristo, mas quando pecamos, estamos a serviço do diabo. Isso é muito pesado. Mas Jesus foi claro sobre isso. “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.” (Mateus 6:24). No momento em que servimos a um, não podemos servir a outro.
É por isso que o cristão vive uma vida diferente do mundo, pratica coisas que não combinam com as coisas praticadas pelo mundo. Porque o cristão está a serviço de Deus, e enquanto ele serve a Deus, ele não pode servir ao diabo. É IMPOSSÍVEL.
Ah Karyne, mas eu conheço um irmão que saía para dar estudo bíblico, e saindo do estudo traía a esposa. Quando ele estava trabalhando pela salvação de almas (se esse era realmente o propósito do ato de dar estudos) ele estava a serviço de Deus, e quando ele adulterava ele estava a serviço do diabo. E se ele dava estudos como forma de disfarçar seu pecado, ao dar estudos bíblicos ele já estava a serviço do diabo. É mais ou menos assim. E você não precisa ir tão longe. Pode pensar em si mesmo. Pode pensar em quando você estava louvando a Deus para adorá-lo e quando estava louvando a Deus para exaltar a si mesmo. O mesmo ato, a serviço de dois senhores diferentes.
Queridos, somos chamados a servir a Deus. Somos propriedade exclusiva dEle (Deuteronômio 7:9; I Pedro 2:9). Está a serviço dEle é que nos confere o “título” de cristãos. E estar a serviço de Deus requer de nós uma conduta coerente com a vontade dEle. A liderança da Divisão Sul Americana preparou um documento sobre conduta cristã, e é propósito da Divisão que cada membro da IASD conheça o conteúdo deste documento. Eu já ouvi críticas ao documento única e simplesmente por ser sobre conduta cristã, e atualmente, muitos adventista não querem ouvir o que é próprio da conduta cristã e o que não pertence à conduta cristã. Em outras palavras, o que um cristão faz/deve fazer e o que um cristão não faz/não deve fazer.
Meu apelo, para você que está lendo esse texto, é que você faça uma análise pessoal. Verifique se há em você alguma resistência em viver a vida que o Senhor deseja que você viva. Se houver, acredite, Jesus deseja lhe ajudar a vencer essa resistência. Mas, primeiro você precisa reconhecer que ela existe, e que ela lhe faz chatear-se quando alguém se levanta para dizer que precisamos voltar à prática das primeiras obras (Apocalipse 2:5).
Deus deseja, e requer para o nosso tempo, um povo reavivado e reformado. Conduta cristã tem a ver com Reforma. E esta ocorre em conjunto com o Reavivamento. Não se oponha a algo tão sério e necessário para este tempo. Decida hoje fazer parte do povo que segue o Cordeiro onde quer que Ele vá. Esses vivem à luz do exemplo de Jesus, e por assim fazer, seu caráter e obras se assemelham cada dia mais aos de seu Salvador.
ESPIRITISMO É CIÇNCIA, FILOSOFIA E RELIGIÃO
ResponderExcluirVIVA JESUS!
Bom-dia! queridos irmãos.
Faz mais de cinquenta anos que integro o quadro de trabalhadores da Legião Espírita, na cidade de Porto Alegre, no extremo sul do Brasil. Esta sociedade é integrante da Federação Espírita do Estado do Rio Grande do Sul, que por sua vez é filiada à Federação Espírita Brasileira. No decorrer de todo esse tempo, ao estudar a doutrina e exercer as mais variadas funções nesta casa, de recepcionista a presidente, foi se solidificando em mim a forte convicção de que o Espiritismo é amor ao próximo, Ciência, Filosofia e... também Religião, por que não? E quero aproveitar esta crônica para difundir minha opinião sobre o tema, que é idêntica à da Legião Espírita, pois muitos antagonistas dos nossos ideais e até mesmo algumas correntes que se intitulam espíritas insistem na afirmação de que o Espiritismo não é Religião.
Baseiam-se no fato de não termos liturgia, dogmas ou um corpo sacerdotal organizado. Convenhamos, isso é algo que nunca nos fez falta. Alegam também que Allan Kardec não considerou o Espiritismo uma Religião. Sob esse enfoque, basta lembrar que na época do Codificador a ideia de religiosidade estava ligada à intolerância, à dominação e ao proselitismo. Havia também uma orgulhosa casta sacerdotal, com todo seu cortejo de hierarquias e cerimônias, onde se pregava o temor a Deus, deixando em segundo plano a sua infinita bondade. Os líderes religiosos de então estavam ligados ao poder político e tinham por hábito rituais de muita pompa. Ora, a doutrina que Kardec codificou não tem nada disso. Prima pela simplicidade, é desprovida de interesses mundanos e nela cada um tem que ser o seu próprio sacerdote, sem privilégios. Entretanto, apesar destes contrastes, mesmo cercado de tantas ideias distorcidas sobre Religião, na conclusão de O Livro dos Espíritos, o Codificador já vislumbrava que o “primeiro e mais geral efeito do Espiritismo consiste em desenvolver o sentimento religioso até naquele que, sem ser materialista, olha com absoluta indiferença para as questões espirituais”.
E como Kardec sempre asseverou que esta é uma doutrina evolucionista, convém admitirmos que – se antes não era – o Espiritismo evoluiu até tornar-se uma Religião nos dias de hoje, pelo menos, nos termos em que é praticado no Brasil e em Portugal... É Religião no legítimo sentido etimológico desta palavra, ao religar a criatura ao seu Criador, através do Evangelho redivivo de Jesus, nossa prática diária. Quanto à sua parte científica, o Espiritismo trata da origem, da natureza e do destino dos Espíritos, além das relações entre o mundo corporal e espiritual. Como Filosofia mostra que somos os autores do nosso próprio destino, que o nosso hoje é consequência do nosso ontem, assim como neste momento estamos a construir o nosso amanhã.
Emmanuel, o saudoso mentor de Chico Xavier, estava com a razão quando asseverou que: “no aspecto religioso repousa a grandeza divina do Espiritismo, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus Cristo”. E a inspirada Joanna de Ângelis, pela psicografia de Divaldo Franco, afirma: “à Religião cumpre a tarefa relevante de invitar o homem aos deveres mais elevados, que são os espirituais, armando-o com recursos hábeis e preciosos para lográ-lo”. Não é exatamente isso que o Espiritismo faz com todos nós? Assim, da próxima vez que um pesquisador bater em nossa porta e perguntar que Religião praticamos, respondamos alto e bom som, com entusiasmo e alegria: Espiritismo. Caso contrário, ele pode assinalar que somos ateus...
Pedro Fagundes Azevedo
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