Carícia para os pobres
«Os pobres são a proposta forte que Deus faz à Igreja a fim de que cresça no amor e na fidelidade», sublinhou o Papa Francisco falando aos participantes no trigésimo oitavo congresso nacional das 220 Cáritas diocesanas da Itália, recebidos na Sala Paulo VI na manhã de 21 de abril. Depois de ter recordado que os necessitados esperam «a caridade, ou seja, a “carícia” misericordiosa do Senhor, através da “mão” da sua Igreja», o Pontífice esboçou uma espécie de decálogo sobre o modo como deve ser a misericórdia — tema do jubileu e dos trabalhos congressuais — «no mundo de hoje, complexo e interligado»: uma misericórdia — explicou — que seja ao mesmo tempo «atenta e informada, concreta e competente, pessoal mas também comunitária, credível, organizada e formada, responsável e coordenada, capaz de alianças e de inovação, delicada e acolhedora, aberta a todos, atenciosa». No início do encontro, respondendo à saudação que lhe foi dirigida pelo cardeal presidente da Cáritas italiana, Francesco Montenegro, o Papa relançou a opção preferencial pelos pobres, do organismo eclesial desejado por Paulo VI há quarenta e cinco anos. De resto, a missão das Cáritas — nacionais, diocesanas e paroquiais — continua a ser atual, disse o Pontífice, «diante dos desafios globais que semeiam medo, iniquidades e especulações financeiras». Como atual permanece também a necessidade de um trabalho diário no território, desempenhado pelo voluntariado cristão, «assumindo o compromisso de educar para o encontro respeitoso e fraterno entre culturas e civilizações». Por isso, encorajou a «promover comunidades que tenham a paixão pelo diálogo» e «a prosseguir no compromisso e na proximidade em relação às pessoas imigrantes», também porque, observou, «o fenómeno das migrações apresenta aspetos críticos que devem ser geridos com políticas orgânicas e clarividentes», mas «permanece sempre uma riqueza e um recurso», pelo que são bem-vindas «escolhas que favoreçam a integração».
Nenhum comentário:
Postar um comentário