No início do ano, o pastor de uma igrejinha no interior apresentou aos fiéis o seu candidato a vereador da cidade. Disse que as pessoas eram livres para fazerem a escolha, mas se não tivessem candidato deveria dar a atenção ao que ele indicava, pois se tratava de um evangélico e que certamente entraria na política com o intuito de servir melhor a Deus.
Passado um tempo e mais recentemente o pastor apresentou um novo candidato, dizendo que se enganara em relação ao anterior, alegando se tratar de um oportunista e por isso, agora estava indicando um candidato realmente compromissado com a palavra do Senhor.
Misturar política com religião, nem sempre é um bom caminho. Muitos interesses entram em jogo e nem sempre a Palavra de Deus tende a prevalecer. Por isso, Jesus declarou: "A César o que é de César e a Deus o que é de Deus".
Problemas como esses - o de transferir a escolha de um candidato a opinião de terceiros - ocorre quando a pessoa se mostra alienada das coisas do mundo. A política interfere em todas as áreas da sociedade, inclusive na religiosa.
Por isso, não há nada demais que em suas pregações o pastor trace o perfil de um bom candidato sobre o ponto de vista religioso, mas deixando que o fiel procure por si mesmo verificar qual o que preenche o perfil recomendado. Quando passa a indicar nominalmente, no pulpito, o candidato de sua preferência, o pastor vai além do que seria desejável. Fora do âmbito da igreja, se for o caso, ele pode se manifestar. Contudo, o desejável é que a igreja seja apenas destinada as coisas de Deus.
Participar da vida religiosa não impede que o fiel procure ter uma visão política do mundo que o cerca. Deixar-se guiar como um rebanho sem capacidade de desenvolver criticamente o seu pensamento, procurando verificar o que é melhor em termos políticos, é cometer um grande erro.
Na hora em que se tiver de decidir entre Cristo ou Barrabás, o fiel alienado poderá fazer a escolha errada, pois o voto do pastor muitas vezes pode ser um grande equívoco.
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