quarta-feira, 29 de abril de 2015

Eu te bendigo, ó Pai



«Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do Céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos.»

Tu, Trindade eterna, és como um oceano profundo: quanto mais em Ti procuro, mais encontro; quanto mais encontro, mais procuro. Tu sacias-nos sem fim a alma, pois nas tuas profundezas sacias de tal modo a alma, que ela se torna indigente e faminta, porque continua a aspirar e a desejar ver-Te na tua luz (Sl 35,10), ó luz, Trindade eterna [...].


Experimentei e vi com a luz da minha inteligência e na tua luz, Trindade eterna, ao mesmo tempo, a imensidão das tuas profundezas e a beleza da tua criatura. Então vi que, ao revestir-me de Ti, me tornaria tua imagem (Gn 1, 27), porque Tu dás-me, ó Pai eterno, uma participação no teu poder e na tua sabedoria, nessa sabedoria que é o atributo do teu Filho unigénito. E o Espírito Santo, que procede de Ti, Pai, e do teu Filho, concedeu-me a vontade que me tornou capaz de amar. Porque Tu, eterna Trindade, és o Criador, e eu a criatura. Deste modo,iluminada por Ti na nova criação que fizeste de mim pelo sangue do teu Filho unigénito, soube que foste tomado de amor pela beleza da tua criatura.


Comentário do dia:

Santa Catarina de Sena (1347-1380), terceira dominicana, doutora da Igreja, copadroeira da Europa
Diálogos, 167

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