sábado, 11 de abril de 2015

«Anunciai a Boa Nova a toda a criação»

Comentário do dia:


Ouvistes o que o Senhor disse aos seus discípulos depois da ressurreição. Enviou-os a pregar o Evangelho, e eles assim fizeram. Escutai: «O seu eco ressoou por toda a terra, e a sua palavra até aos confins do mundo» (Sl 19 (18), 5). Passo a passo, o Evangelho chegou até nós e até aos confins da terra. Em poucas palavras, o Senhor disse aos seus discípulos, e por eles a todos nós, o que temos de fazer e o que devemos esperar. Com efeito, Ele disse, como haveis escutado: «Quem acreditar e for batizado será salvo.» Ele pede a nossa fé e oferece-nos a salvação. É tão precioso o que nos oferece, que o que nos pede não é nada.


«Ó Deus, […] os filhos dos homens refugiam-se debaixo das tuas asas […], Tu os inebrias no rio das tuas delícias. Em Ti está a fonte da vida» (Sl 35, 8ss). Jesus Cristo é a fonte da vida. Antes de a fonte da vida ter vindo até nós, só tínhamos uma salvação humana, uma salvação semelhante à dos animais de que fala o salmo: «Tu, Senhor, salvas os homens e os animais» (Sl 35, 7). Mas agora a fonte da vida veio até nós, a fonte da vida morreu por nós. Como poderá recusar-nos a sua vida Aquele que Se ofereceu à morte por nós? Ele é a salvação, e esta salvação não é ineficaz como a outra. Porquê? Porque não desaparece. O Salvador veio. Ele morreu, mas matou a morte; em Si, pôs fim à morte; assumiu-a e matou-a. Onde está agora a morte? Procurai-a em Cristo e não a encontrareis. Esteve nele, mas foi morta nele. Ó vida, morte da morte! Recuperai a coragem: também em nós ela morrerá. O que foi alcançado na Cabeça também será realizado nos membros, e a morte morrerá também em nós.

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 233; PL 38, 1112

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