Nascido
em Guaratinguetá, em 1739, de uma família de muitas posses, descendia
dos primeiros povoadores da Capitania e corria em suas veias sangue de
bandeirantes. Foi ele próprio chamado "Bandeirante de Cristo", porque
tinha na alma a grandeza, o arrojo e fortaleza de um verdadeiro
bandeirante. Renunciou a uma brilhante situação no mundo e ingressou na
Ordem franciscana. Fundou, em 1774, juntamente com Madre Helena Maria do
Espírito Santo, o Mosteiro concepcionista de Nossa Senhora da Luz, na
cidade de São Paulo. Não somente formou e conduziu nas vias da
espiritualidade franciscana e concepcionista as religiosas desse
mosteiro, mas também o edificou materialmente, ao longo de quase 50 anos
de esforços contínuos. Foi o arquitecto, o engenheiro, o mestre de
obras e muitas vezes o operário da sua edificação, que somente se tornou
possível porque ele incansavelmente pedia, ao povo fiel, esmolas para a
magnífica construção. Entregou sua alma a Deus em 1822 e foi
beatificado em 1998. Até hoje sua sepultura, na capela do mosteiro, é
visitada por multidões que acorrem a pedir-lhe graças e milagres, e
também à procura das famosas e prodigiosas "pílulas de Frei Galvão".
A origem dessas pílulas é contada num folheto distribuído no próprio
mosteiro: "Certo dia, Frei Galvão foi procurado por um senhor muito
aflito, porque sua mulher estava em trabalho de parto e em perigo de
perder a vida. Frei Galvão escreveu em três papelinhos o versículo do
Ofício da Santíssima Virgem: «Post partum Virgo Inviolata permansisti:
Dei Genitrix intercede pro nobis (Depois do parto, ó Virgem,
permanecestes intacta: Mãe de Deus, intercedei por nós)». Deu-os ao
homem, que por sua vez os levou à esposa. Apenas a mulher ingeriu os
papelinhos, que Frei Galvão enrolara como uma pílula, a criança nasceu
normalmente. Caso idêntico deu-se com um jovem que se torcia com dores
provocadas por cálculos visicais. Frei Galvão fez outras pílulas
semelhantes e deu-as ao moço. Após ingerir os papelinhos, o jovem
expeliu os cálculos e ficou curado. Esta foi a origem dos milagrosos
papelinhos, que, desde então, foram muito procurados pelos devotos de
Frei Galvão, e até hoje o Mosteiro fornece para as pessoas que têm fé na
intercessão do Servo de Deus".
Canonizado por Bento XVI no dia 11 de Maio de 2007.
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