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quinta-feira, 30 de outubro de 2014
Comentário do dia:
«Jerusalém […], quantas vezes Eu quis juntar os teus filhos»
Para além de monumentos célebres e esplêndidos, Jerusalém acolhe comunidades vivas de crentes cristãos, judeus e muçulmanos, cuja presença é um penhor e uma fonte de esperança para as nações que, em todas as partes do mundo, olham para a Cidade Santa como um património espiritual e um sinal de paz e de harmonia. Sim, enquanto pátria do coração de todos os descendentes espirituais de Abraão, que lhe votam um amor profundo, e enquanto local onde se encontram aos olhos da fé, da infinita transcendência de Deus e das coisas criadas, Jerusalém é um símbolo de encontro, de união e de paz para toda a família humana. A Cidade Santa encerra assim um firme convite à paz dirigido a toda a humanidade, e nomeadamente aos adoradores do Deus único e grande, Pai misericordioso dos povos. Infelizmente há que reconhecer que Jerusalém continua a ser motivo de persistente rivalidade, violência e reivindicações.
Esta situação e estas considerações trazem aos lábios as palavras do profeta: «Por amor de Sião não me calarei, por amor de Jerusalém não descansarei, até que a sua justiça brilhe como a aurora e a sua salvação como facho brilhante» (Is 62,1). Penso e espero com impaciência o dia em que todos sejamos verdadeiramente «instruídos por Deus» (Jo 6,45), para que escutemos a sua mensagem de reconciliação e de paz. Penso no dia em que os judeus, os cristãos e os muçulmanos possam trocar entre si, em Jerusalém, a saudação de paz que Jesus dirigiu aos discípulos após a sua ressurreição: «A paz esteja convosco» (Jo 20,19).
São João Paulo II (1920-2005), papa
Carta apostólica «Redemptionis anno», 20/04/1984
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