Trigésimo Domingo do Tempo Comum
A liturgia do 30º domingo Comum diz-nos, de forma clara e
inquestionável, que o amor está no centro da experiência cristã. O que
Deus pede – ou antes, o que Deus exige – a cada crente, é que deixe o
seu coração ser submergido pelo amor. O Evangelho diz-nos, de forma
clara e inquestionável, que toda a revelação de Deus se resume no amor –
amor a Deus e amor aos irmãos. Os dois mandamentos não podem
separar-se: «amar a Deus» é cumprir a sua vontade e estabelecer com os
irmãos relações de amor, de solidariedade, de partilha, de serviço, até
ao dom total da vida. Tudo o resto é explicação, desenvolvimento,
aplicação à vida prática dessas duas coordenadas fundamentais da vida
cristã. A primeira leitura garante-nos que Deus não aceita a perpetuação
de situações intoleráveis de injustiça, de arbitrariedade, de opressão,
de desrespeito pelos direitos e pela dignidade dos mais pobres e dos
mais débeis. A título de exemplo, a leitura fala da situação dos
estrangeiros, dos órfãos, das viúvas e dos pobres vítimas da especulação
dos usurários: qualquer injustiça ou arbitrariedade praticada contra um
irmão mais pobre ou mais débil é um crime grave contra Deus, que nos
afasta da comunhão com Deus e nos coloca fora da órbita da Aliança. A
segunda leitura apresenta-nos o exemplo de uma comunidade cristã (da
cidade grega de Tessalónica) que, apesar da hostilidade e da
perseguição, aprendeu a percorrer, com Cristo e com Paulo, o caminho do
amor e do dom da vida; e esse percurso — cumprido na alegria e na dor —
tornou-se semente de fé e de amor, que deu frutos em outras comunidades
cristãs do mundo grego. Dessa experiência comum, nasceu uma imensa
família de irmãos, unida à volta do Evangelho e espalhada por todo o
mundo grego. |
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