Talvez alguns entendam o «Verbo da Vida» como uma qualquer fórmula para designar Cristo, e não precisamente o corpo de Cristo, que as mãos tocaram. Mas vede o seguimento: «A Vida manifestou-se». Cristo era então o Verbo da Vida. E como Se manifestou esta vida? Porque, embora existisse desde o princípio, não Se manifestara aos homens: manifestara-se aos anjos, que a viam e que dela se alimentavam como de pão. É o que diz a Escritura: «todos comeram o pão dos anjos» (Sl 77,25).
Portanto, a própria Vida manifestou-se na carne: com a sua plena manifestação, uma realidade que apenas era visível pelo coração tornava-se visível também aos olhos, para assim sarar os corações. Porque só o coração vê o Verbo, a carne não O vê. Nós éramos capazes de ver a carne, mas não o Verbo. O Verbo fez-se homem […] para sarar em nós o que nos torna capazes de ver o Verbo […]. «Dela damos testemunho e anunciamos-vos a Vida eterna que estava junto do Pai e que Se manifestou a nós» (1Jo 1,2).
Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja
Comentário sobre a primeira carta de João, 1,1
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja
Comentário sobre a primeira carta de João, 1,1
Fonte: Evangelho Cotidiano
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