sábado, 14 de dezembro de 2013

Na Era dos Relacionamentos Descartáveis


Alguém perguntou a um senhor, que completara sessenta e cinco anos de casamento:

— Qual é o segredo disso?
— Meu filho, nós nascemos em um tempo em que quando as coisas se quebravam, nos ensinavam a consertá-las — respondeu o senhor.

De verdade, em nossos dias, não é somente o casamento que se tornou descartável.
Muitas e variadas coisas nesses tempos modernos se tornaram dispensáveis.

Inconscientemente, o homem atual, de tanto descartar pratos e copos, sapatos e lenços, ampliou esses atos rotineiros para relações interpessoais.

Compactado pela demanda urgente da vida globalizada, o ser humano se esqueceu de que valores não se jogam no lixo, que amigos não são de plástico e o casamento não é de papel.

Nós precisamos entender que se não vale a pena consertar um sapato, em função da facilidade de se conseguir outro novinho sem pagar tanto por ele, amor, estima, respeito e consideração são valores que não devem ser descartados.

Vale muito, sim, a pena, cuidar dos relacionamentos, preservando as amizades e valorizando os vínculos familiares.

Entendamos que os amigos são como oásis ao longo dos desertos e a família é o grande ventre social, emocional e espiritual que nos protege e  nos equilibra diante das dificuldades no dia a dia da vida.

Compreendamos que as dificuldades que enfrentamos em nossos vínculos sociais e afetivos não se resolvem apertando botões e que o acesso aos corações daqueles que nos são caros, não se consegue com um clic.

A automação característica de nossos dias desabituou-nos à espera, tirou-nos a capacidade de ter paciência, de transigir, de reconhecer nossos erros e pedir perdão, atitudes sem as quais nos distanciamos e nos isolamos de quem amamos.

Valorizemos e cultivemos a família e os amigos, afinal são a eles que buscamos, quando a vida se torna difícil.


Texto do Pr. Bartolomeu Severino de Andrade (Angola Gospel)

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