Alguém perguntou a um senhor, que completara sessenta e cinco anos de casamento:
— Qual é o segredo disso?
— Meu filho, nós nascemos em um tempo em que quando as coisas se quebravam, nos ensinavam a consertá-las — respondeu o senhor.
De verdade, em nossos dias, não é somente o casamento que se tornou descartável.
De verdade, em nossos dias, não é somente o casamento que se tornou descartável.
Muitas e variadas coisas nesses tempos modernos se tornaram dispensáveis.
Inconscientemente,
o homem atual, de tanto descartar pratos e copos, sapatos e lenços,
ampliou esses atos rotineiros para relações interpessoais.
Compactado
pela demanda urgente da vida globalizada, o ser humano se esqueceu de
que valores não se jogam no lixo, que amigos não são de plástico e o
casamento não é de papel.
Nós precisamos entender que se não vale a pena consertar um sapato, em função da facilidade de se conseguir outro novinho sem pagar tanto por ele, amor, estima, respeito e consideração são valores que não devem ser descartados.
Vale muito, sim, a pena, cuidar dos relacionamentos, preservando as amizades e valorizando os vínculos familiares.
Entendamos
que os amigos são como oásis ao longo dos desertos e a família é o
grande ventre social, emocional e espiritual que nos protege e nos
equilibra diante das dificuldades no dia a dia da vida.
Compreendamos que as
dificuldades que enfrentamos em nossos vínculos sociais e afetivos não
se resolvem apertando botões e que o acesso aos corações daqueles que nos
são caros, não se consegue com um clic.
A
automação característica de nossos dias desabituou-nos à espera,
tirou-nos a capacidade de ter paciência, de transigir, de reconhecer
nossos erros e pedir perdão, atitudes sem as quais nos distanciamos e
nos isolamos de quem amamos.
Valorizemos e cultivemos a família e os amigos, afinal são a eles que buscamos, quando a vida se torna difícil.
Texto do Pr. Bartolomeu Severino de Andrade (Angola Gospel)
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