No mundo moderno, o afastamento de muitas pessoas, em especial os jovens, das igrejas se devem em muito a verdadeira guerra religiosa travada entre elas, inclusive, no mundo evangélico com a disputa entre as diversas denominações. A ênfase que deveria ser dada à Palavra de Deus acaba sendo centrada em intrincadas discussões sobre questões teológicas, com cada igreja se apresentado como sendo a verdadeira e acusando, mesmo que de maneira sutil nas pregações, as demais de não cumprirem fielmente as leis de Deus. São questões que vão desde de temas como o batismo a interpretações do que apontam como corretas de diversos pontos da lei. O livro do Apocalipse, por exemplo, por seu aspecto mas fechado serve de um dos instrumentos preferidos dos "pregadores" da verdade absoluta.
Repete-se, no mundo atual, o mesmo erro dos fariseus e doutores da lei mencionados por Jesus. Os ensinamentos de Cristo, por terem sido transmitidos de forma simples ("quem tem ouvido que ouça") acabam não sendo suficientes a muitos "pregadores", que procuram esmiuçar vários textos da Bíblia, a fim de passar a ideia aos fiéis que sem o seu preparo e conhecimentos profundos, todos irão para o caminho errado. Ao contrário de Jesus ser o caminho, o "pregador" - com sua sabedoria levada ao extremo - passa a ser o dono da verdade e condutor infalível do rebanho.
Tudo isso tão diferente dos ensinamentos de Cristo por meio do uso de parábolas, com exemplos simples e de fácil entendimento para as pessoas, facilitando a todos o entendimento sobre as coisas do Reino de Deus. Há uma verdade espiritual central para cada parábola . Ele ensinou aos apóstolos os verdadeiros significados , e depois de sua ressurreição eles foram capazes de ensiná-los aos crentes. A simplicidade dos Evangelhos na igreja primitiva permitiram o crescimento e popularização do cristianismo.
Mas, naquela época, essa maneira simples de ensinar as pessoas não era bem vista por muitos. Ela colocava em segundo plano a "sabedoria" dos doutores da lei. O
ensinamento de Jesus sobre as coisas de Deus, como nosso Pai, através da fé, com todas
as suas promessas de uma vida abundante tanto no mundo atual como na vida eterna, era uma ameaça grave para os responsáveis da
religião estabelecida.
Os ensinamentos de Jesus, por exemplo, entre outras coisas libertava as pessoas das 633 regras religiosas da vida
diária que escravizavam a muitos, colocando em primeiro plano o amor e a
bondade de Deus.
Como ocorre agora, com muitos "pregadores" mais interessados em coisas como inferno, diabo e condenação, o Mestre dava ênfase ao amor ao próximo e a Deus, lutando por uma transformação interna das pessoas como forma de libertação.
A simplicidade dos ensinamentos de Jesus é algo que, muitas vezes, não interessa aos que colocam suas igrejas acima de todas as coisas.
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