segunda-feira, 28 de março de 2016

Papa Francisco

​Todas as cruzes da humanidade

· ​A oração composta e recitada por Francisco no final da Via-Sacra no Coliseu ·

A cruz de Cristo está impressa hoje nos mil rostos do sofrimento e da miséria do homem. No final da Via-Sacra presidida no Coliseu no início da noite do dia 25 de março, Sexta-feira Santa, o Papa Francisco dirigiu o olhar para aquela cruz «símbolo do amor divino e da injustiça humana, ícone dos sacrifício supremo por amor e pelo egoísmo extremo devido à estultice, instrumento de morte e caminho de ressurreição, sinal da obediência e emblema da traição, patíbulo da perseguição e estandarte da vitória».
Na conclusão das catorze estações, ritmadas pelas meditações escritas pelo cardeal Gualtiero Bassetti, o Pontífice recitou uma longa e intensa oração composta por ele. Um brado de dor e uma denúncia das tragédias que ferem a humanidade, deixando no coração do nosso tempo o sinal ainda vivo da cruz de Cristo.
Na invocação de Francisco ressoou o drama dos numerosos irmãos e irmãs «assassinados, queimados vivos, degolados e decapitados com as espadas barbáricas e com o silêncio velhaco». O Papa deu voz à angústia das «crianças, das mulheres e das pessoas, exaustas e amedrontadas que fogem das guerras e das violências e que, muitas vezes, encontram a morte e tantos Pilatos de mãos lavadas». Evocou a imagem inquietante do Mediterrâneo e do Egeu «que se tornaram um cemitério insaciável, imagem da nossa consciência insensível e narcotizada». Mas apontou também os fundamentalismos e o terrorismo «dos sequazes de algumas religiões que profanam o nome de Deus, utilizando-o para justificar as suas violências inauditas». E condenou o cinismo dos poderosos e dos mercantes de armas «que alimentam a fornalha das guerras com o sangue inocente dos irmãos».
Com tons de esperança, o Pontífice rezou também pelas inúmeras testemunhas do amor e da justiça que trabalham pelo bem da Igreja e do mundo. E concluiu recordando que «a alvorada do sol é mais forte do que a obscuridade da noite».
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