segunda-feira, 21 de março de 2016

Papa Francisco

Com o respiro da Igreja

· ​Ao caminho neocatecumenal o Pontífice recordou que cada carisma existe para a comunhão ·

Quando se vive o carisma como graça de Deus para fazer crescer a comunhão «respira-se na Igreja e com a Igreja», recordou Francisco aos seguidores do caminho neocatecumenal, recebidos na manhã de sexta-feira, 18 de março.
Sete mil pessoas encheram a sala Paulo VI para a audiência papal, durante a qual o Pontífice com o gesto da entrega do crucifixo, enviou em missão trezentas famílias que darão vida a cinquenta e seis novasmissio ad gentes em trinta países nos cinco continentes.
«Agradeço-vos, em meu nome mas também em nome de toda a Igreja – disse Francisco, dirigindo-se aos missionários prestes a partir – este gesto de ir, ir ao encontro do desconhecido e até sofrer. Porque haverá sofrimento, mas também a alegria da glória de Deus, a glória que se encontra na cruz».
No seu discurso o Papa confiou ao caminho três palavras-chave na perspectiva da missão: unidade, glória e mundo. E recordando que a última oração de Jesus antes da paixão foi pela comunhão na Igreja, advertiu sobre a tentação de se considerar «bons, talvez melhores do que os outros», alimentando assim julgamentos, fechamentos e divisões. «Cada carisma é uma graça de Deus para aumentar a comunhão» afirmou. Mas, acrescentou, «o carisma pode deteriorar-se quando nos fechamos ou nos orgulhamos, quando queremos distinguir-nos dos outros». Eis o convite a conservá-lo seguindo a «via mestra» da «unidade humilde e obidiente». A Igreja – explicou – não «é um instrumento para nós», nem «uma organização que procura seguidores, nem um grupo que vai em frente seguindo a lógica das suas ideias». Mas, ela é «uma mãe que transmite a vida recebida de Jesus»; e «esta fecundidade exprime-se através do ministério e da guia dos pastores».
Depois, o Pontífice exortou a evitar a «glória mundana», que «se manifesta quando somos importantes, admirados, quando possuímos bens e temos sucesso». Ao contrário, a glória verdadeira «revela-se na cruz: é o amor que ali resplandece e difunde-se». Trata-se de «uma glória paradoxal: sem fragor, lucro nem aplausos»; mas «só esta glória torna o Evangelho fecundo».
Por fim, Francisco recordou que «Deus não se deixa atrair pela mundanidade, aliás, detesta-a; ama o mundo que criou e ama os seus filhos no mundo». E dirigindo-se aos missionários concluiu: «Não será fácil para vós a vida nos países distantes, noutras culturas, não será fácil. Mas é a vossa missão. E fazeis isto por amor, por amor à mãe Igreja, à unidade desta mãe fecunda; fazeis para que a Igreja seja mãe e fecunda».
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