quinta-feira, 31 de março de 2016

Incredulidade - desespero




  
Incredulidade: Desespero
“Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos... a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre” (Apocalipse 21.8). Esta é a sentença que Deus profere contra esse pecado.
Por que os incrédulos estão ameaçados de tão severo castigo? Por que a incredulidade, o desespero, são pecados tão graves? Porque, pela sua conduta, os incrédulos mostram não confiar em Deus. Se um pai ama seu filho e tudo sacrifica para ajudá-lo, poderá o filho ofendê-lo mais do que se mostrando descrente nele e sentindo que “Meu pai não se interessa em fazer algo em meu favor”? Jesus condena tal desconfiança na parábola dos talentos replicando ao servo que diz “Senhor, sabendo que és homem severo” (Mateus 25.24), com a sentença: “E o servo inútil lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes” (Mateus 25.30).
Assim, vemos que não é pecado inocente ficar desesperado, abrir a porta à incredulidade e nela persistir. As conseqüências serão terríveis. O reino dos céus estará fechado para nós enquanto as portas das trevas se abrirão para receber-nos.
Será, então, inútil tentar desculpar nossa incredulidade, como talvez procuremos fazer agora, dizendo que, para nós, é difícil crer, ou compadecendo-nos de nós mesmos por “não sermos capazes de crer”. Não! Pois, se Jesus nos exorta a crer, quando diz “Tende fé em Deus” (Marcos 11.22), então podemos crer. Se não cremos, estamos pecando. É reflexo de nosso orgulho. O orgulho e a arrogância levam-nos a criticar Deus, dizendo: “Afinal de contas, Jesus não pode ajudar-me! Ninguém, nem o próprio Deus é capaz de tirar-me do aperto, dessa situação desesperadora, das minhas tentações e pecados. São fortes demais.” Quando dizemos tais coisas, pensamos ser mais sábios que a Palavra de Deus, que declara: “Invoca-me no dia da angústia: eu te livrarei” (Salmo 50.15), “De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei” (Hebreus 13.5), “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões” (Isaías 43.25).
É realmente sintoma de grande orgulho quando nos colocamos acima da Palavra de Deus baseados em nossas opiniões, pensamentos e julgamentos, pensando que só eles são certos, rejeitando arrogantemente, como inválidas, as promessas de Deus. É por isso que o servo que disse “Senhor, sabendo que és homem severo”, foi repreendido pelas rigorosas palavras de Jesus, que lhe disse que seu lugar seria no inferno, no reino de Satanás, que personifica o ódio e a descrença.

E esta condenação nos alcançará se persistirmos na incredulidade. Geralmente dizemos, embora com aparência piedosa: “Estou desesperado”. O que deveríamos fazer é admitir que estamos nos rebelando e pensando que sabemos mais do que Deus. Mas, se em nosso orgulho, agimos como se Ele não pudesse auxiliar-nos, estamos insultando a Deus, que realizou tão grande sacrifício, entregando Seu Filho à morte na cruz, para mostrar-nos Seu amor. Como podemos, depois disso, recusar confiar no Seu amor? Podemos porque somos excessivamente orgulhosos para admitir o fato de que somos pecadores ante Deus e ante o homem e que, vez por outra, nos enganamos. Somos, também, muito orgulhosos para concordarmos com a punição dos nossos pecados pelo amor paternal de Deus - tal como os pais terrenos punem e corrigem seus filhos. Nós nos rebelamos contra essa disciplina, embora, naquele momento Deus esteja agindo exatamente por nós, com o fim de auxiliar-nos, de livrar-nos daquilo que nos está perturbando: o pecado. Ele age por amor, como um Pai, que nos castiga de modo a poder dar-nos, mais tarde, muitas outras coisas boas.
O orgulho, a descrença e a tentativa de esquivar-nos à cruz são, na realidade, as razões por que caímos. Ficamos revoltados contra a correção, contra aquilo que nos é difícil, embora sejam somente nossa personalidade complicada e os muitos enganos que nos humilham e nos cobrem de vergonha. Sim, nossa revolta está no mais fundo do nosso coração, embora a disfarcemos com uma fachada diferente. Dissimulamos nosso ressentimento quando coisas amargas nos sucedem, dizendo: “Não consigo mais crer no amor de Deus”. Com essa descrença, não apenas impedimos Deus de operar em nós, como deixamos de oferecer aos outros um testemunho de fé, e permitimos que o nosso trabalho no Reino de Deus perca o poder. Os discípulos experimentaram exatamente isso. Quando perguntaram a Jesus por que não tinham bastante poder, Sua resposta foi: “Por causa da pequenez da vossa fé!” (Mateus 17.20).
É por isso que devemos lutar contra a incredulidade ao ponto de derramar o sangue. Ela nos fará infelizes aqui na terra e, um dia, fará com que habitemos no reino das trevas. Não importa o quanto custe, precisamos livrar-nos desse pecado de maneira a alcançarmos a glória por toda a eternidade. O primeiro passo na luta contra a incredulidade e o desespero é respeitar a verdade e admitir que estamos em falta se não experimentarmos o amor e o auxílio de Deus. Porque a descrença quebra nossa associação e levanta uma barreira entre nós e Ele, que impede que o fluxo de Seu amor e auxílio chegue até nós.
Com tal atitude não nos surpreendemos se o amor de Deus, bem como todas as coisas boas que Ele preparou para nós, não penetrarem em nosso coração e em nossa vida. Lemos nas Escrituras o exemplo do Seu povo no deserto, o povo que recebera a promessa de uma terra. Mas lemos, também, que os israelitas não puderam entrar naquela terra por causa de sua incredulidade. É por isso que as Escrituras nos exortam: “Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia, segundo o exemplo da desobediência” (Hebreus 4.11).
Para que não caiamos, importa que Deus nos mostre a razão mais profunda de nossa incredulidade: o orgulho. O objetivo seguinte de nossa fé, de modo a vencermos a incredulidade e o desespero, deve ser admitirmos, diante de Deus e dos homens, que o orgulho nos faz cegos ao amor do Pai. Somente o humilde terá os olhos abertos para ver Deus, o Pai, em Seu amor infinito. O humilde receberá auxílio. O humilde e o abatido se apegam às promessas de Deus. Faça o mesmo!
Se crer se torna difícil para nós, e nos sentimos em risco de chegarmos ao desespero, devemos orar em voz alta assim: “Meu Pai. Não sei o modo pelo qual me ajudarás, mas sei que me ajudarás. Tenho certeza, porque Tu és Amor! Meu Pai, dou-Te graças porque tens solução para este problema, pois Tu és Amor. Dou-Te graças porque és maior do que tudo, maior ainda que minhas dificuldades, e porque estás sempre me socorrendo. Agradeço-Te por responderes minha oração e por me acudires. Senhor Jesus, agradeço-Te por seres meu Redentor e tão certo quanto cumpres Tuas promessas - me libertarás das cadeias do meu pecado.” 
Se, com humildade, dissermos essas palavras, como filho Seu, estaremos usando nossa fé e venceremos a incredulidade e o desespero. Precisamos nos aproximar dEle que diz “Eu sou humilde de coração”, porque Ele ofereceu o sacrifício no Calvário de modo a podermos nos tornar como Ele e crer no Pai com coração humilde e cheio de amor - ainda que seja preciso fazê-lo alta noite. Ele nos dará fé humilde. Fomos remidos por amor, confiando na bondade e na fidelidade do Pai, e na perfeita redenção do Filho em qualquer prova e tentação.

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