sexta-feira, 29 de março de 2013

Sexta-feira da Paixão!

AS ÚLTIMA HORAS DE JESUS

Sexta-feira 7 de abril 30 d.C - Hora aproximada - entre 1h e 3h da madrugada -

No relato de Mateus 26, 57; Lucas - 22,54; e João - 18, 12, 24, o detacamento, o tribuno e os guardas dos judeus prenderam a Jesus e ataram-no. Depois, conduziram-no primeiro à presença de Anás, pois era o sogro de Caifás, o pontífice daquele ano. Fora Caifás quem aconselhara aos judeus: "É melhor morrer um só homem por todo o povo".

Na ocasião, então, o sumo sacerdote interrogou a Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. Respondeu-lhe Jesus: "Eu falei abertamente ao mundo; ensinei sempre na sinagoga e no Templo, onde se reúnem os judeus; nada falei às ocultas. Por que me interrogas? Pergunta aos que me ouviram o que lhes ensinei; eles bem sabem o que eu disse". A estas palavras, um dos guardas que lá estavam deu uma bofetada em Jesus, dizendo: "É assim que respondes ao pontífice? Respondeu-lhe Jesus: "Se falei mal, mosta onde está o mal; mas se falei bem, por que me bates?"

             "Tu o disseste. Aliás, vos declaro: de agora 
      em diante vereis o Filho do homem assentado à direita                 do Poder, e vir sobre as nuvens do céu".


Anás enviou-o, então, manietado, a Caifás, o pontífice.

Quem foi Anás - Anás - uma abreviação de Ananias - foi Sumo Sacerdote, do ano 6 ao ano 15. Sendo deposto pelo procurador romano Valério Grato, continuava gozando de grande influência, como se, de direito, estivesse ainda no poder. Além do genro Caifás, também cinco filhos se ocuparam sucessivamente do cargo. Ele foi o animador da luta contra Jesus, e, assim se compreende por que o prisioneiro tenha sido primeiro submetido por ele a um interrogatório.

Quem foi Caifás - José Caifás foi Sumo Sacerdote do ano 18 ao ano 35. A ele cabia presidir o Sinédrio (palavra grega que quer dizer assembleia) isto é, o Supremo tribunal hebraico formado por 71 juízes, chefes de famílias sacerdotais, descendentes de famílias nobres, e um certo número de peritos nas leis (escribas).

No encontro com Caifás, conforme os Evangelhos, Jesus permanecia calado, quando o Sumo Sacerdote lhe disse: "Eu te conjuro pelo Deus vivo que nos digas se és o Messias, o Filho de Deus". Respondeu-lhe Jesus: "Tu o disseste. Aliás, vos declaro: de agora em diante vereis o Filho do homem assentado à direita do Poder, e vir sobre as nuvens do céu".Então o Sumo Sacerdote rasgou as vestes, exclamando: "Blasfemou! Que necessidade temos ainda de testemunhas? Eis que acabais de ouvir a blasfêmia! Que vos parece? Eles responderam: "É réu de morte!"

No período de 1h às 3h da madrugada, na Sexta-Feira Santa, Jesus é injuriado e espancado e também ocorre a tríplice negação de Pedro. De 1h às 8h da manhã ocorre a segunda reunião do Sinédrio, quando se indaga se Jesus é o Filho de Deus e Ele responde: "Vós dizeis bem: eu o sou", sendo levado a Pôncio Pilatos, pois a autoridade romanda tinha proibido o Sinédrio de executar as sentenças de morte.

Entre 6h e 8h da manhã, Judas suicida-se e Jesus é levado diante de Pilatos. Em 7 de abril do ano 30 depois de Cristo (d.C), Jesus é levado diante de Herodes Antipas (naquele mesmo dia Herodes e Pilatos fizeram as pazes, pois eram inimigos até então).

Já entre 9h e 11 horas da manhã, Pilatos propõe que o povo escolha entre Jesus e Barrabás, qual deverá ser libertado. Com a escolha pela libertação de Barrabás, Jesus é flagelado, ocorrendo também a coroação de espinhos.

Alguns estudiosos afirmam que Pilatos, pagão, cético, mas supersticioso, sentiu um certo temor diante de Jesus, temendo ser o autor de uma grande injustiça. "As tentativa de Pilatos para libertar Jesus, não são dirigidas somente pelo senso de justiça, mas também pelo temor que este homem lhe incute. Por sua vez, os judeus recorrem a uma outra armadilha, colocando-o no dilema: ou trair a justiça, ou tornar-se inimigo do imperador. O ato de lavar-se as mão publicamente não o livrou de sua responsabilidade".

Os cálculos sobre o horário dos últimos dias de Jesus dão conta que próximo do meio-dia, Simão Cireneu é obrigado a ajudar a Jesus a carregar a cruz (provavelmente, segundo o costume romano, a cruz levada por Jesus era só o tronco transversal, enquanto a parte vertical estava preparada com antecedência no lugar do suplício). A crucificação ocorre também por volta do meio-dia, com todo processo se desenrolando até às 15 horas da tarde, incluindo o episódio do diálogo de Jesus com "o bom ladrão".

Em seu suplício Jesus declara em alta voz: "Eloí, Eloí, lama sabactani?", isto é, "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?"

Trata-se de uma declaração de Jesus, em língua aramáica, que é, justamente, o começo do Salmo 21, no qual o salmista, interpretando profeticamente o estado de alma do Messias, na hora da provação, exprime com diversas comparações um sofrimento inaudito. Jesus, recitando a primeira frase, quer afirmar que todo o salmo se refere a Ele. Não é portanto, um grito de desespero, e sim, mais uma afirmação implícita que dele falaram os profetas.

Fonte: Bíblia Sagrada; o Evangenho de Jesus, sob a direção do Monsenhor Enrico Galbiati; Guia Visual da História da Bíblia - National Geogrraphic.

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