«Recobrou a vista e seguia-O, glorificando a Deus»
Tenho um tesouro tão grande. Quereria gritar de alegria e proclamar a toda a Criação: louvai o Senhor, amai o Senhor, que é tão grande, que é Deus. […] O mundo não vê; o mundo está cego e Deus tem necessidade de amor. Deus tem necessidade de muito amor. Não consigo dar-Lhe tudo o que Ele me pede, sou pequeno, estou a enlouquecer, queria tanto que o mundo O amasse, mas o mundo é seu inimigo. Senhor, que grande suplício! Vejo-o e não consigo remediá-lo. Sou demasiado pequeno e insignificante. O amor que tenho por Ti esmaga-me, quereria que os meus irmãos, todos os meus amigos, todo o mundo, Te amasse muito. […]
Que pena me fazem os homens que, vendo passar o cortejo de Jesus e dos seus discípulos, ficam insensíveis. Que alegria não sentiriam os apóstolos e os amigos de Jesus de cada vez que uma alma abria os olhos, deixava tudo e se unia a eles, seguindo o Nazareno, a Ele, que não pedia senão um pouco de amor. Vamos segui-Lo, minha querida irmã? Ele vê as nossas intenções e olha para nós, sorri e ajuda-nos. Não há nada a temer; seremos os últimos do cortejo que percorre as terras da Judeia, em silêncio, mas alimentados por um amor enorme, imenso. Não são precisas palavras. Não precisamos de chegar ao seu alcance para que Ele nos veja. Não precisamos de grandes obras, nem de nada que Lhe chame a atenção: seremos os últimos amigos de Jesus, mas aqueles que O amam mais.
São Rafael Arnaiz Barón (1911-1938), monge trapista espanhol
Escritos espirituais, carta a sua tia, 16/11/1935
Nenhum comentário:
Postar um comentário