sexta-feira, 18 de abril de 2014

Toda a transgressão humana apagaste

 

«Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-no a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda» (Lc 23,33)
Ao contrário da árvore produtora de morte,

Plantada no meio do Paraíso (Gn 3,3),

Tu levaste aos ombros o madeiro da Cruz

E carregaste-o até ao lugar do Gólgota.


Conforta a minha alma, caída no pecado,

Debaixo de carga tão pesada!

Conforta-a, graças ao «jugo suave»

E ao «fardo leve» da Cruz (Mt 11,30).


À sexta-feira, às três horas,

Dia em que o primeiro homem foi seduzido,

Foste pregado na Cruz, Senhor,

Ao mesmo tempo que o malfeitor e ladrão.


As tuas mãos, que haviam criado a Terra,

Estendeste sobre a Cruz, ao contrário

Das de Adão e Eva, estendidas para a árvore

Onde foram colher a morte.


A mim, pecador como eles, e até muito mais

Do que eles, perdoa, Senhor, os delitos,

Como já a eles perdoaste na região

Donde toda a esperança foi banida (1Ped 3,19).


Tendo subido à Santa Cruz,

Toda a transgressão humana apagaste
E ao inimigo da natureza humana

Nela cravaste para sempre.


Fortalece-me sob a proteção

Desse Santo Signo, sempre vencedor,

E mal ele apareça a oriente (Mt 24,27.30)

Ilumina-me com a sua luz!


Ao ladrão que estava à tua direita

Abriste as portas do Paraíso:

Assim Te lembres de mim quando vieres

Na realeza de teu Pai! (Mt 26,64)


Assim eu próprio possa um dia

Ouvir proclamar a sentença que faz exultar:

«Hoje mesmo estarás comigo

No jardim do Éden, tua primeira pátria!» (Lc 23,43; Gn 2,8)

São Narsés Snorhali (1102-1173), patriarca arménio
Jesus, Filho Unigénito do Pai, §§ 727-736; SC 203







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