O blog é aberto a todas as pessoas interessadas em colaborarem no sentido da divulgação da Palavra de Deus, de forma não sectária e com respeito a todas as religiões, conforme as leis vigentes no país.
domingo, 2 de março de 2014
«Deixai vir a Mim os pequeninos»
Bem sabeis, minha Madre, que sempre desejei ser santa. Mas, ai de mim!, sempre verifiquei, ao comparar-me com os Santos, que há entre eles e eu a mesma diferença que existe entre uma montanha, cujo cume se perde nos céus, e o obscuro grão de areia pisado pelos pés dos caminhantes. Em vez de desanimar, disse para comigo: «Deus não pode inspirar desejos irrealizáveis. Posso, portanto, apesar da minha pequenez, aspirar à santidade. Fazer-me crescer a mim mesma é impossível; tenho de suportar-me tal como sou, com todas as minhas imperfeições. Mas quero procurar a maneira de ir para o céu por um caminhito muito direito, muito curto, um caminhito completamente novo.
Estamos num século de invenções. Agora já não se tem a maçada de subir os degraus de uma escada; em casa dos ricos, o ascensor substitui-a vantajosamente. Eu queria também encontrar um ascensor que me elevasse até Jesus, porque sou demasiado pequena para subir a rude escada da perfeição. Então, procurei nos Livros Sagrados a indicação do ascensor, objeto do meu desejo, e li estas palavras saídas da boca da Sabedoria eterna: “Se alguém for pequenino venha a mim!” (Prov 9,4).
Então aproximei-me, adivinhando que tinha encontrado o que procurava, e querendo saber, ó meu Deus!, o que faríeis ao pequenino que respondesse ao vosso apelo. Continuei as minhas buscas e eis o que encontrei: “Como uma mãe acaricia o seu filho, assim Eu vos consolarei; levar-vos-ei ao colo e embalar-vos-ei nos meus joelhos!” (Is 66,12-13) Ah! Nunca palavras tão ternas e tão melodiosas me vieram alegrar a alma! O ascensor que me deve elevar até ao céu são os vossos braços, ó Jesus! Para isso não tenho necessidade de crescer; pelo contrário, é preciso que permaneça pequena, e que me torne cada vez mais pequena. Ó meu Deus!, excedestes a minha esperança e eu quero cantar as vossas misericórdias.
Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja
Manuscrito autobiográfico C, 2 v°-3 r° (Ed. Carmelo, 2000)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário