Diante dos problemas sociais, não cabe a indiferença
DÍVIDAS, DESEMPREGO,
BAIXOS SALÁRIOS E A
MISÉRIA DE MUITOS
O noticiário informa a situação de miséria que ainda atinge milhões e milhões de pessoas no mundo. As estatísticas apontam o elevado número de pessoas, especialmente, as crianças e os idosos que morrem vitimados pela fome. Ao mesmo tempo, o mesmo noticiário, mostra um outro lado perverso da sociedade onde se acumulam riquezas, egoísmo e esbanjamento, com o desperdício de alimentos e o descaso com a natureza.
Aos cristãos e pessoas de fé. Os que acreditam em um Ser superior, criador do mundo, questões como essas não devem ser vistas de forma desesperadora. A mensagem de Jesus é muito mais a de que devemos cuidar de nossos irmãos, inclusive de nossos inimigos do que ficarmos afastados do mundo, em nossa redoma, que seja a família, os amigos, o trabalho ou a igreja indiferentes às coisas ao redor.
Pelo contrário, é necessário muito cuidado ao lidar com essa situação, pois, como se não bastasse a pressão da ameaça de um desemprego (ele às vezes pega muitos de surpresa) ou mesmo do fracasso em um empreendimento (empresários antes enriquecidos, de repente são envolvidos por um mar de problemas e endividamento) é necessário a criação de uma nova consciência.
Independente da situação financeira de cada um, é preciso levantar na sociedade - como irmãos fraternos - a bandeira da luta contra o desperdício. O verdadeiro cristão e demais religiosos devem ter em mente que aos olhos do Criador é agradável tudo aquilo que é feito em prol da preservação da vida. Quando Jesus nos ensina na oração do Pai Nosso para que peçamos a Deus para que venha a nós o seu reino, de fato está defendendo a necessidade de nossa participação na melhoria das coisas do mundo.
Por isso, precisamos criar uma mentalidade - que sem abrir mão do conforto, como um direito de todos - que não nos iludamos com a falsa vida evidenciada por um consumismo desregrado, na qual as coisas sequer têm tempo de serem apreciadas. Quando o dinheiro nos chega com maior facilidade, muitas vezes esquecemos das necessidades do próximo e preenchemos o vazio de nossas vidas com produtos e excesso de tudo (comida, automóveis, aparelhos eletrodomésticos, roupas, etc).
Como cristãos, por isso, não devemos cultivar o hábito do exibicionismo, procurando, pelo contrário, simplificar nossas vidas, e sempre, dentro de nossas possibilidades, criarmos condições de procurar socorrer ao próximo, não apenas de forma assistencialista, mas criando as condições sociais para que todos tenha direito ao pleno emprego.
Muitas vezes, a falta de maior consciência serve de estímulo aos dirigentes políticos a agirem como novos faraós, utilizando os poucos recursos ou não existentes na construção de obras vistosas, mas que pouco acrescentam a melhor qualidade de vida das pessoas, principalmente as menos favorecidas socialmente e financeiramente. O cristão e os demais religiosos, de modo algum, podem fazer parte desse exército deslumbrado pelas luzes e brilhos falsos de um mundo que exclui a maioria do direito sagrado a uma vida mais digna.
Quantas vezes, em nosso lar ou igrejas nos envolvemos apenas na procura de Deus, mas desconhecendo o sofrimento do irmão ao nosso lado, que humildemente passa necessidades crônicas em seu lar, vítima do desemprego ou do subemprego, sem as condições mínimas de dar a sua família o acesso à educação, à saúde e a moradia digna.
Oramos a Deus pelos nosso problemas, mas esquecemos do amor que devemos ter para com o próximo.
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