De coletor de impostos
a apóstolo de Jesus
Mateus, filho de Alfeu, era publicano ou coletor de impostos, em Cafarnaum, quando Jesus o chamou. Na ocasião, o futuro apóstolo convidou Jesus para um banquete, que ofereceu também aos colegas de profissão. Coletar impostos para os dominadores romanos era tido pelos judeus como pecaminoso: daí o apelidarem de publicanos ou pecadores públicos aos coletores (Mt 9,9-10).
Os evangelistas Marcos (2,14) e Lucas (5,27), por delicadeza preferem dar a Mateus o seu segundo nome, Levi, bem mais honroso entre os israelitas.
Depois da ascensão de Jesus, Mateus continuou algum tempo na Palestina, pregando aos compatriotas. Não sabemos com total certeza aonde tenha, em seguida, levado a pregação, que por fim confirmou com o martírio: provavelmente à Arábia, à Etiópia, à Pérsia ou à região dos partas.
O primeiro Evangelho é atribuído a Mateus, sendo escrito para demonstrar aos israelitas que Jesus é o Filho de Deus, o Messias anunciado pelos profetas. Daí a constante referência a passagens do Antigo Testamento.
Conforme escreve Papias nos inícios do século II, "Mateus compôs em língua hebráica (o popular aramaico) os discursos do Senhor", entendendo, com o termo discursos, também os fatos da vida de Jesus, como o próprio Papias o atesta, quando mais adiante discorre sobre o Evangelho de Marcos.
Mateus escreveu entre os anos 50 e 54. Mas o aramaico, língua de quase toda a Palestina nos tempos de Jesus, era pouco falado na Diáspora, Sentiu-se logo a necessidade de redigir o Evangelho na língua universal da época, o grego popular. Essa tradução ou redação, segundo a maioria dos estudiosos, deve-se ao próprio Mateus, pouco mais tarde, ainda antes do ano 60. E nesse trabalho, muito lhe valeu o Evangelho de Marcos, já bastante conhecido.
O texto grego do primeiro Evangelho foi sempre aceito por todos, pois o aramaico se perdeu sem deixar vestígios, provavelmente nas desordens e destruições da guerra de 70.
Segundo o Martirológico Romano, que fixa a sua festa em 21 de setembro, são Mateus selou seu apostolado com o martírio na Etiópia. Suas relíquias veneram-se, desde o ano 954, na catedral de Salerno, na Itália meridional.
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