domingo, 29 de setembro de 2013

O combate ao consumismo

Um dos males do mundo moderno tem sido o excesso de consumo pelas pessoas. Também os cristãos e demais religiosos não estão livres desse mau hábito. Não que devamos ser contrários ao progresso, mas muitas vezes contribuímos para a má qualidade de vida, pelo simples fatos de acumularmos em nossas casas todos os tipos de quinquilharia deixando-nos levar por uma propaganda fascinante que nos faz adquirir coisas inúteis.

São aparelhos eletrônicos que, como crianças mimadas, depois de usarmos por pouco tempo acabamos deixando-os esquecidos nos armários. O mesmo se dá com a compulsão na compra de roupas e sapatos e de brinquedos para as crianças, que desde cedo adquirem o vício de acumular coisas sem que, realmente, desfrutem delas.

E quantas vezes fazemos sacrifícios para irmos a shows, comprometendo nossas poucas economias, pelo simples fato de depois podermos dizer aos outros que estávamos presentes. O mesmo se dá com eventos esportivos e viagens que acabam comprometendo nosso orçamento. A diversão é algo bom, pois não vivemos apenas do trabalho, mas ela deve ser feita de maneira comedida, sem que nos leve a endividamentos desnecessários.

Sonhamos em obter um automóvel e com pouco tempo de uso passamos a sonhar com um modelo novo, por achá-lo mais potente, mais reluzente e sobretudo por chamar mais a atenção de vizinhos e amigos. Acumulamos coisas não para nosso prazer, mas pelo efeito que possam causar na sociedade.

 

“6 Mas é grande ganho a piedade com contentamento. 7 Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. 8 Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.” (1 Timóteo 6: 6-8)

Ficar satisfeitos significa limitar os desejos e ficarmos felizes quando as necessidades diárias são supridas, se você ficar empenhando-se para para satisfazer os seus desejos de ter mais não irão lhe ajudar em nada, apenas servirá para deixá-lo triste com a situação. O religioso, por isso, não pode se deixar levar pela sociedade de consumo. Ele deve saber conquistar as verdadeiras alegrias da vida, muitas vezes constituídas de coisas simples, como o convívio com os amigos ou uma conversação com os amigos. Quantas vezes deixamos de lado o bom hábito da leitura de um livro ou o simples escutar de uma música ou até mesmo um passeio pela nossa própria cidade ou lugares próximos que não resultarão em gastos dispendiosos?

“mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e a cobiça doutras coisas, entrando, sufocam a palavra, e ela fica infrutífera.” (Marcos 4: 19)

Um autor ao descrever o assunto diz que "a nossa preocupação fica clara quando analisamos a verdade dos fatos, via de regra a nosso medo vêm porque não estávamos a viver com o necessário, o desejo de manter o padrão anterior nos faz aumentar a ansiedade. Devemos atentar se não são suas atitudes que fazem as coisas parecerem mais insuportáveis do que realmente são e não a situação em sí. Em situações como essa, devemos deixar de pensar como gostaria que fosse e pensarmos o que Deus quer nos passar como lição. Devemos ficar grato e satisfeito com que Deus providência para nos mantemos firmes a cada dia, com certeza tornará a ser uma pessoa muito mais equilibrada e feliz com que têm."

Mas de verdade a presença de Deus tem, realmente, suprido o vazio na vida de muitos cristãos e demais religiosos? Nesse caso, não estaríamos transferindo nossas necessidades para o "deus dinheiro", "deus consumo", "deus das falsas aparências"? Não seria ideal revermos nossa maneira de viver e principalmente levando a nossos filhos valores mais sólidos do que os estabelecidos pela sociedade de consumo?
“Se as suas necessidades de hoje foram supridas, porque então não acreditar que amanhã elas também serão.”Ter uma atitude altiva e correta é a melhor forma de enfrentar o problema, o desafio de viver com menos e providenciado direto de Deus nos faz mais próximo Dele.

Não seria esse mundo da busca do luxuoso, um falso mundo de insatisfação que entre outros graves problemas caminhos para coisas maléficas como o consumo de drogas quer lícitas ou ilícitas?

“Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se senta primeiro a calcular as despesas, para ver se tem com que a acabar?” (Lucas 14: 28)

Será que as críticas que fazemos aos governantes e aos gestores públicos pelos maus gastos e falta de planejamento, não é o mesmo que ocorre conosco em nosso dia a dia? Os gastos desnecessários e contrairmos dívidas as quais teremos dificuldades de pagar não são coisas que muitas vezes fazemos de maneira impensada?

O combate ao consumismo pelos cristãos e religiosos em geral, bem como, por todas as demais pessoas, é antes de tudo uma forma de lutarmos pela construção de um mundo melhor, onde não exista tanto desperdício e que possibilite o atendimento das necessidades de um maior número de pessoas.

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