Sabado, dia 13 de Dezembro de 2014
Santa Luzia, virgem, mártir, +303
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Santa
Luzia, como se lê nas Actas, pertencia a uma família rica de Siracusa. A
mãe dela, Eutíquie, ficou viúva e havia prometido dar a filha como
esposa a um jovem concidadão. Luzia, que tinha feito voto de se
conservar virgem por amor a Cristo, obteve que as núpcias fossem
adiadas, também porque a mãe foi atingida por uma grave doença. Devota
de Santa Águeda, a mártir de Catânia, que vivera meio século antes,
Luzia quis levar a mãe enferma em visita ao túmulo da Santa. Desta
peregrinação a mulher voltou perfeitamente curada e por isso concordou
com a filha, dando-lhe licença para seguir a vida que havia escolhido;
consentiu também que ela distribuísse aos pobres da cidade os bens do
seu rico dote. O noivo rejeitado vingou-se acusando Luzia de ser cristã
ao procônsul Pascásio. Ameaçada de ser exposta ao prostíbulo para que se
contaminasse, Luzia deu ao procônsul uma sábia resposta: "O corpo
contamina-se se a alma consente."
O procônsul quis
passar das ameaças aos factos, mas o corpo de Luzia ficou tão pesado que
dezenas de homens não conseguiram carregá-lo sequer um palmo. Um golpe
de espada pôs fim a uma longa série de sofrimentos, mas mesmo a morrer, a
jovem continuou a exortar os fiéis a antepôr os deveres para com Deus
àqueles para com as criaturas, até que os companheiros de fé, que faziam
um círculo em volta dela, selaram o seu comovente testemunho com a
palavra: Amén.
Testemunham-lhe a antiga devoção, que
se difundiu muito rapidamente não só no Ocidente, mas também no Oriente.
O episódio da cegueira, ao qual ordinariamente chamam a atenção as
imagens de Santa Luzia, está provavelmente vinculado ao nome: Luzia
(Lúcia) derivada de lux (= luz), elemento indissolúvel unido não só ao
sentido da vista, mas também à faculdade espiritual de captar a
realidade sobrenatural. Por este motivo Dante Alighieri, na Divina
Comédia, atribui a Santa Lúcia ou Luzia a função de graça iluminadora.
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