sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Comentário do Dia



Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja
Sermão 293, para a natividade de São João Baptista; PL 38, 1327 (trad. breviário 24/06)

O silêncio de Zacarias

O futuro pai de João não acredita que este possa nascer e é castigado com a mudez; Maria acredita e Cristo é concebido pela fé. […] Se não formos capazes de perscrutar toda a profundeza de tão grande mistério por falta de capacidade ou de tempo, melhor vo-lo ensinará Aquele que fala dentro de vós, mesmo estando nós ausentes, Aquele em quem pensais com amor filial, que recebestes no vosso coração e de Quem vos tornastes templos. […]

Zacarias cala-se e perde a fala até ao nascimento de João, o precursor do Senhor; e então recupera a fala. […] O facto de Zacarias recuperar a fala ao nascer João tem o mesmo significado que o rasgar-se do véu do templo, ao morrer Cristo na cruz. Se João se anunciasse a si mesmo, Zacarias não abriria a boca. Solta-se-lhe a língua porque nasce aquele que é a voz. Com efeito, quando João já anunciava o Senhor, perguntaram-lhe: «Quem és tu?» E ele respondeu: «Eu sou a voz que clama no deserto» (Jo 1,23). João é a voz; mas o Senhor, «no princípio, era a Palavra» (Jo 1,1). João é a voz passageira; Cristo é, no princípio, a Palavra eterna.



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