sábado, 13 de dezembro de 2014

Comentário do dia

Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja
Elias e o jejum; PL14, 697


«Irá à frente, diante do Senhor, com o espírito e o poder de Elias» (Lc 1,17)


O que é o jejum, senão a essência e a imagem do céu? O jejum é o conforto da alma e o alimento do espírito. O jejum é a vida dos anjos; o jejum é a morte do pecado, a destruição dos erros, o remédio da salvação, a raiz da graça, o fundamento da castidade. Por esta escada, chegamos mais depressa a Deus. Elias subiu por esta escada, antes de subir no carro; e ao partir para o céu, deixou ao seu discípulo essa herança da sobriedade e da abstinência (cf 2Rs 2,11-15).


Foi com a força e o espírito de Elias que João veio (Lc 1, 17). Com efeito, também no deserto ele se entregava ao jejum, alimentando-se de gafanhotos e mel silvestre (Mt 3,4). Por tal razão, esse que pelo seu autodomínio submeteu as necessidades da vida humana foi considerado, não como um homem, mas como um anjo. Lemos a este propósito: «Um profeta? Sim, Eu vo-lo digo, e mais que um profeta. É aquele acerca de quem se escreveu: Eis que Eu envio um anjo diante de ti, para te guardar no caminho e para te fazer entrar no lugar que Eu preparei» (Mt 11, 9-10; Ex 23, 20). Quem com mera força humana conseguiria montar cavalos de fogo, um carro de fogo e subir pelos ares [como Elias], a não ser aquele que havia transformado a natureza do corpo humano pela força do jejum, que lhe proporciona uma natureza imperecível?







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