Tomás de Celano (c. 1190-c. 1260), biógrafo de São Francisco e de Santa Clara
Vida de Santa Clara, §§ 25-28
Havia já quarenta anos que Clara, segundo a comparação utilizada por São Paulo (1Cor 9,24), corria no estádio da grande pobreza, aproximando-se da meta da sua vocação celeste e da recompensa prometida ao vencedor. [...] A Divina Providência apressava-Se a cumprir o que havia previsto para Clara: Cristo queria introduzir a pobrezinha no seu palácio real no termo da sua peregrinação. Quanto a ela, aspirava com todo o arrebatamento do seu desejo [...] contemplar, reinando no alto em toda a sua glória, o Cristo que imitara na Terra na sua pobreza. [...]
Todas as suas filhas estavam reunidas em torno do leito da mãe. [...] Dirigindo-se então a si mesma, Clara disse à sua alma: «Parte com toda a segurança, pois tens um bom guia para o caminho. Parte, pois Aquele que te criou também te santificou; Ele sempre te protegeu e amou com um amor terno, como uma mãe ama o seu filho. Abençoado sejas, Senhor, Tu que me criaste!» Uma irmã perguntou-lhe a quem se dirigia e Clara respondeu: «À minha alma abençoada.» O seu guia para o caminho não estava longe. Com efeito, voltando-se para uma das suas filhas, perguntou-lhe: «Estás a ver o Rei de glória que eu entrevejo?» [...]
Bendita seja a sua saída deste vale de misérias, uma saída que foi para ela a entrada na vida bem-aventurada! Em recompensa dos seus jejuns neste mundo, conhece agora a alegria que reina à mesa dos santos; em troca dos andrajos e das cinzas, entrou na posse da beatitude do Reino dos Céus, onde está revestida com as vestes da glória eterna.
Todas as suas filhas estavam reunidas em torno do leito da mãe. [...] Dirigindo-se então a si mesma, Clara disse à sua alma: «Parte com toda a segurança, pois tens um bom guia para o caminho. Parte, pois Aquele que te criou também te santificou; Ele sempre te protegeu e amou com um amor terno, como uma mãe ama o seu filho. Abençoado sejas, Senhor, Tu que me criaste!» Uma irmã perguntou-lhe a quem se dirigia e Clara respondeu: «À minha alma abençoada.» O seu guia para o caminho não estava longe. Com efeito, voltando-se para uma das suas filhas, perguntou-lhe: «Estás a ver o Rei de glória que eu entrevejo?» [...]
Bendita seja a sua saída deste vale de misérias, uma saída que foi para ela a entrada na vida bem-aventurada! Em recompensa dos seus jejuns neste mundo, conhece agora a alegria que reina à mesa dos santos; em troca dos andrajos e das cinzas, entrou na posse da beatitude do Reino dos Céus, onde está revestida com as vestes da glória eterna.
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