Nesta terceira etapa da caminhada para a Páscoa somos chamados, mais uma vez, a repensar a nossa existência. O tema fundamental da liturgia de hoje é a "conversão". Com este tema enlaça-se o da "libertação": o Deus libertador propõe-nos a transformação em homens novos, livres da escravidão do egoísmo e do pecado, para que em nós se manifeste a vida em plenitude, a vida de Deus.
O Evangelho contém um convite a uma transformação radical da existência, a uma mudança de mentalidade, a um re-centrar a vida de forma que Deus e os seus valores passem a ser a nossa prioridade fundamental. Se isso não acontecer, diz Jesus, a nossa vida será cada vez mais controlada pelo egoísmo que leva à morte.
A segunda leitura avisa-nos que o cumprimento de ritos externos e vazios não é importante; o que é importante é a adesão verdadeira a Deus, a vontade de aceitar a sua proposta de salvação e de viver com ele numa comunhão íntima.
A primeira leitura fala-nos do Deus que não suporta as injustiças e as arbitrariedades e que está sempre presente naqueles que lutam pela libertação. É esse Deus libertador que exige de nós uma luta permanente contra tudo aquilo que nos escraviza e que impede a manifestação da vida plena.
S. Torcato, bispo, séc. I
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São Torcato, bispo
São Torcato é considerado o primeiro dos Varões Apostólicos, bispos enviados ainda no século I para evangelizar a Península Ibérica. A sua história está envolvida em lenda. Aparentemente, terá aportado a Cádis, no sul de Espanha, onde teria morrido e sido sepultado. O seu corpo terá sido trazido para o norte da Península no século VIII, quando os cristãos de Cádis fugiram da invasão dos mouros, e depositado no mosteiro de Celanova, perto de Ourense. Mais tarde, as suas relíquias foram distribuídas por vários mosteiros da Galiza e do norte de Portugal. No ano de 1059 (cerca de cem anos antes da independência de Portugal), já existia o mosteiro de S. Torcato, perto de Guimarães, o mais célebre centro português da devoção ao santo bispo, o qual veio a dar o nome a muitas aldeias no Minho.
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Beato Daniel Brottier, presbítero, +1936
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Beato Daniel Brottier
Daniel Brottier era natural da França. Nasceu no dia 7 de setembro de 1876. Ingressou na Congregação do Espírito Santo (Padres Espiritanos) e por sete anos foi missionário no Senegal (Äfrica). Na Primeira Guerra Mundial, alistou-se voluntariamente como capelão militar nas linhas de frente. Por quatros anos, assistiu os moribundos, cuidou dos feridos, deu assistência espiritual a seus compatriotas. No fim da Guerra foi condecorado com a Cruz da Guerra e com a Legião de Honra. Em 1923, tornou-se diretor da Casa dos Órfãos Aprendizes de Auteuil, que chegou a abrigar cerca de mil e quatrocentos jovens abandonados e carentes. Fundou também a União Nacional dos Antigos Combatentes, com cerca de dois milhões de associados. Sua fé, sua oração, sua grande capacidade inventiva e de organização fizeram dele um apóstolo e homem de empresa, empreendedor e contemplativo. Daniel Brottier foi um homem de nosso tempo. Morreu no dia 28 de fevereiro de 1936. Foi beatificado pelo Papa João Paulo II, em 1984, em Roma.
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