Dado que «Deus nos acariciou com a sua misericórdia», os cristãos estão chamados a «levar aquela carícia aos outros», sobretudo «a quantos necessitam, àqueles que têm um sofrimento no coração ou estão tristes»: sublinhou o Papa Francisco na audiência jubilar de sábado, 20 de Fevereiro, a segunda do ano santo.
Aos mais de cinquenta mil fiéis presentes na praça de São Pedro, o Pontífice falou do vínculo entre compromisso e misericórdia, comentando o trecho bíblico tirado da Carta aos Romanos (8, 31a – 34). O Papa partiu do pressuposto que o «Jubileu é uma verdadeira oportunidade para entrar em profundidade dentro do mistério da bondade e do amor de Deus», para explicar em seguida que sobretudo «durante a Quaresma, a Igreja convida a conhecer mais o Senhor, e a viver de maneira coerente com a fé». Em síntese, esclareceu, trata-se de «oferecer o sinal concreto da proximidade de Deus», através de «pequenos gestos de amor, de ternura e de cuidado», sugeriu acrescentando como de costume sugestões práticas ao texto preparado. E assim, por conseguinte, «abre-se a porta da misericórdia».
Depois de ter recordado que «devemos comprometer-nos nas coisas que fazemos: na oração, no trabalho, no estúdio, mas também no desporto, nas atividades livres», Francisco fez referência também ao compromisso de Deus: que se manifestou sobretudo na criação e doando o seu filho Jesus.
De facto, através de Cristo, o Senhor «comprometeu-se de maneira completa para restituir esperança aos pobres, a quantos estavam sem dignidade, aos estrangeiros, aos doentes, aos presos, e aos pecadores que acolhia com bondade». E também sobre este aspeto o Pontífice inseriu uma consideração pessoal: «Se nos pensarmos de modo humano – confidenciou – o pecador seria um inimigo de Deus, mas Ele aproximava-se deles com bondade, amava-os e transformava o seu coração. Todos nós somos pecadores. Mas devemos confiar: Ele aproxima-se para nos dar o conforto, o perdão».
Eis então a conclusão que «a partir do amor misericordioso» de Jesus «também nós podemos e devemos corresponder ao seu amor com o nosso empenho. E isto sobretudo – auspiciou Francisco – nas situações de maior necessidade, onde há mais sede de esperança», como por exemplo entre «as pessoas abandonadas, quantos têm deficiências significativas, os doentes graves, os moribundos, e quantos não são capazes de expressar gratidão».
JUBILEU EXTRAORDINÁRIO DA MISERICÓRDIA
PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA JUBILAR
Sábado, 20 de Fevereiro de 2016
Locutor:
Neste tempo da Quaresma, somos convidados a conhecer melhor o Senhor Jesus e a viver de forma coerente a fé, com um estilo de vida que exprima a misericórdia do Pai. É um compromisso, uma responsabilidade, um dever que somos chamados a assumir. Mas que significa comprometermo-nos? Significa que pomos a melhor vontade e toda a nossa força naquilo que fazemos, concretamente a viver a nossa fé de forma coerente com o estilo de Deus. Como é este estilo de Deus Pai? Dar tudo a quem nada lhe pode dar; é pura misericórdia. No-lo ensina São Paulo: Ele «nem sequer poupou o seu próprio Filho, mas entregou-O por todos nós», e, com Ele, deu-nos tudo aquilo de que necessitamos. Em Jesus, Deus pôs todo o seu empenho em restituir a esperança aos pobres, a quantos vivem privados da sua dignidade, aos doentes, aos presos e aos pecadores que acolhia com bondade. Em tudo isto, Jesus era a expressão viva da misericórdia do Pai. E nós devemos corresponder ao seu amor com o nosso empenho, o nosso compromisso. Que este Jubileu possa ajudar a nossa mente e o nosso coração a moldar-se segundo este estilo de empenho que Deus assumiu a favor de cada um de nós, para, deste modo, se transformar a nossa vida num compromisso de misericórdia para com todos.
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Santo Padre:
Carissimi pellegrini di lingua portoghese, un fraterno saluto a tutti voi. Nel compiere questo pellegrinaggio giubilare, Dio vi benedica con un coraggio grande per abbracciare quotidianamente la vostra croce e con un vivo anelito di santità per illuminare di speranza la croce degli altri fratelli. Conto sulle vostre preghiere per me. Buon cammino di Quaresima!
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Locutor:
Amados peregrinos de língua portuguesa, a minha saudação fraterna para todos vós. Ao realizardes esta peregrinação jubilar, que Deus vos abençoe com uma grande coragem para abraçardes diariamente a vossa cruz e um vivo anseio de santidade para iluminardes com a esperança a cruz dos outros irmãos. Conto com as vossas orações por mim! Bom caminho de Quaresma!
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