terça-feira, 11 de agosto de 2015

Conduza-me às tuas pastagens




A ovelha perdida

Senhor Jesus Cristo, nosso Deus, não tenho um coração que empreenda partir à tua procura, nem arrependimento, nem ternura, nada daquilo que devolve aos filhos a sua herança. Mestre, não tenho lágrimas para Te implorar. Tenho o espírito obscurecido pelas coisas desta vida, sem forças para tender para Ti na sua dor. O meu coração permanece frio nas provas, sem que as lágrimas do amor por Ti consigam aquecê-lo. Mas Tu, Senhor Jesus Cristo, meu Deus, tesouro dos bens, dá-me um arrependimento total e um coração dorido, a fim de que parta à tua procura com toda a minha alma, pois sem Ti ficarei privado de todo o bem; ó bom Deus, dá-me a tua graça. Que o Pai, que, fora do tempo, na eternidade, Te gerou no seu seio, renove em mim as formas da tua imagem.


Eu abandonei-Te, não me abandones Tu. Saí de Ti; vem Tu à minha procura. Conduz-me às tuas pastagens; conta-me entre as ovelhas do teu rebanho eleito. Como a elas, alimenta-me com a erva verde dos teus mistérios divinos, cuja morada é um coração puro, esse coração que transporta em si o esplendor das tuas revelações, a consolação e a doçura daqueles que se esforçaram por Ti nos tormentos e nos ultrajes. Possamos ser dignos de tal esplendor, pela tua graça e o teu amor pelo homem, Tu, que és o nosso Salvador, Jesus Cristo, pelos séculos dos séculos. Amén.

Comentário do dia:

Isaac o Sírio (século VII), monge perto de Mossul
Discursos ascéticos, 1ª série, nº 2


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