domingo, 10 de maio de 2015

«Tal como o Pai Me amou, assim Eu vos amei. Permanecei no meu amor.»



Comentário do dia:


O Senhor Jesus afirma que dá aos seus discípulos um mandamento novo, o mandamento do amor mútuo. [...] Mas este mandamento não existiria já na lei antiga, uma vez que está escrito: «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» (Lv 19,18)? Porque é que o Senhor chama novo a um mandamento que é claramente tão antigo? Será um mandamento novo porque, despojando-nos do homem velho, Ele nos reveste do homem novo (Ef 4,24)? É certo que o homem que escuta este mandamento, ou melhor, que lhe obedece não foi renovado por um amor qualquer, mas por aquele que o Senhor cuidadosamente distingue do amor natural, ao precisar: «como eu vos amei». [...] Cristo deu-nos pois o mandamento novo de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou; é esse amor que nos renova, que faz de nós homens novos, herdeiros da nova aliança, capazes de entoar o «cântico novo» (Sl 95,1).


Esse amor, caríssimos irmãos, renovou os justos de outrora, os patriarcas e os profetas, tal como mais tarde renovou os santos apóstolos. É ele que agora renova as nações pagãs. De todo o género humano, disperso por toda a terra, esse amor suscita e reune o povo novo, o corpo da nova Esposa do Filho de Deus.

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Tratados sobre S. João, nº 65

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