terça-feira, 17 de março de 2015

Santo do dia

Terça-feira, dia 17 de Março de 2015
S. Patrício, bispo, +461


Terça-feira, dia 17 de Março de 2015
Santo do dia : S. Patrício, bispo, +461, Beata Bárbara Maix, religiosa, +1873




S. Patrício, bispo

"Felizes os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática" (Lc 11,28).

Todos já ouvimos falar da Catedral de São Patrício (Saint Patrick), de Nova York. Mas poucos se lembram que ele está profundamente ligado à Irlanda. E a Irlanda toda fala deste Santo.

São Patrício (386-493) nasceu na Grã-Bretanha e, com 16 anos, foi capturado e vendido com escrivão para a Irlanda. Seis anos mais tarde, conseguiu escapar e voltar à sua terra natal. Começou então uma vida religiosa e regressou à ilha onde tinha vivido para a evangelizar. Tornou-se apóstolo, como padre e bispo, de toda a Irlanda. Além de converter os chefes dos diversos clãs, ele ainda criou os mosteiros, como centros de irradiação do cristianismo e da cultura. Converteu centenas de pessoas, muitas delas se tornaram monges, missionários por toda a Europa.

Para explicar como a Santíssima Trindade era três e um ao mesmo tempo utilizava o trevo de três folhas e por isso o mesmo tem papel importante na cultura Irlandesa. Foi incentivador do modo particular de se celebrar o sacramento da Confissão (Reconciliação), tal como o conhecemos hoje, visto que antes o mesmo era realizado de forma comunitária. Um século mais tarde essa prática propagou-se pelo resto da Europa.


Beata Bárbara Maix

Bárbara nasceu em Viena, Áustria, filha de José Maix e Rosália Mauritz. Cresceu num lar muito pobre, solidamente edificado na fé cristã. Seu pai era camareiro do Imperador no palácio de Schonbrunn, mas a família vivia na miséria. A desnutrição ocasionou a morte de vários filhos do casal. Seus pais, porém, transmitiram a Bárbara o espírito de luta e coragem.
Aos 15 anos ela ficou órfã de pai e mãe. As 5 irmãs perderam inclusive a casa em que viviam. Enfrentando a vida praticamente sozinha, fez curso de modista, habilitando-se a ensinar corte e costura, bordado e artes femininas. Passava horas inteiras em oração na Igreja de Nossa Senhora da Escada, onde, à luz da pregação dos padres redentoristas, percebeu a necessidade de se empenhar na solução dos graves problemas sociais de Viena. Pensou em fundar a Congregação do Sagrado Coração de Maria, e em 1843 abriu uma pensão destinada a acolher moças desempregadas. Com Bárbara já estavam reunidas 18 congregadas, sob a orientação espiritual e apoio do Pe. João Nepomuceno Pöckl, redentorista.
Em 1848 explodiu a revolução liberal em Viena, perseguindo a Igreja e associações religiosas. Bárbara e suas companheiras foram obrigadas a abandonar a sua residência. Dispôs-se a ir para a América do Norte. Reuniu 21 companheiras. Enquanto aguardavam, no porto de Hamburgo, aportou um barco com destino ao Brasil, e entendeu Bárbara ser esta a vontade de Deus. Decidiu partir, e acompanhou-as o Pe. Pöckl, que também tencionava fundar a Congregação dos Irmãos do Sagrado Coração de Maria, e mais dois jovens da família Hamberger.
Chegaram ao Rio de Janeiro em 9 de novembro, “sem dinheiro, sem conhecimento de ninguém, sem saber a língua, com muita fome, mas cheias de confiança em Deus e em Nossa Senhora”, escreveu Isabel, uma das congregadas. A pedido de Dom Manuel do Monte Rodrigues de Araújo, Bispo do Rio de Janeiro, foram acolhidas pelas Irmãs Concepcionistas por seis meses. Particularmente, preparavam-se para o dia da vestição religiosa, que ficou marcada para o dia 8 de maio de 1849. Emitiram os votos religiosos e ficou ereta, juridicamente, a Congregação do Sagrado Coração de Maria, já com 22 membros. Me. Bárbara recebeu o nome religioso de Me. Maria Bárbara da Santíssima Trindade.
Bárbara sentia-se comprometida com os pobres e necessitados. Acolhiam mulheres que procuravam asilo, dedicavam-se à educação das jovens mais abandonadas e cuidavam dos doentes. As primeiras experiências de trabalho pastoral junto ao povo foram nos colégios, e ocorreram em circunstâncias adversas para a Congregação. Eram pobres, não tinham casa própria, experimentavam muitas privações e insegurança.
A Vontade de Deus norteava a vida de Bárbara, e estava sempre aberta para entender o que Deus lhe pedia. Assim, devido ao problema da orfandade no Brasil, que se ia agravando em conseqüência das epidemias e da Guerra do Paraguai, Madre Bárbara passou a prestar serviço em diversos Asilos do Império: em Niterói (RJ), Pelotas e Porto Alegre (RS). As Irmãs cuidavam também dos empestados e vítimas da guerra.
Foram grandes e incontáveis os sofrimentos da Fundadora. Nos Asilos mantidos por sociedades leigas, pertencentes à maçonaria, Bárbara sofreu toda sorte de hostilidade. Lutas e contradições, dificuldades de toda espécie foram, aos poucos, consolidando e definindo as posições das Irmãs com relação à Fundadora. Um grupo de Irmãs do Asilo de Pelotas, influenciado e apoiado pela Diretoria, separou-se da Congregação.
Em Porto Alegre, algumas Irmãs apresentaram a Dom Sebastião Dias Laranjeira, Bispo do Rio Grande do Sul, acusações contra a Fundadora, ocasionando a visita canônica ao Asilo Providência, onde residia Madre Bárbara. Críticas infundadas e calúnias difamaram a fundadora e as irmãs que lhe eram fiéis. Bárbara sofreu muito. Na sua simplicidade e humildade, aceitou mais essa provação e deixou Porto Alegre. Nas suas cartas ofereceu a todas o seu perdão.
Em 31 de dezembro de 1870, Bárbara partiu para o Rio de Janeiro, onde assumiu a Escola Doméstica, destinada a acolher moças órfãs, e aí permaneceu até um mês antes de sua morte. Faleceu em Catumbi (RJ), onde morava com quatro Irmãs, numa casa emprestada. Era de saúde frágil, sofria da asma e do coração. No dia 17 de março de 1873, sentiu-se mal após a missa, e acompanhada por uma irmã, sentou-se em sua cadeira de braços onde muitas vezes passava as noites nos momentos de crise, e faleceu com um sorriso nos lábios, um sorriso de paz. Tinha 55 anos. Sua fé foi imbatível. Deixou o perdão como herança, e a todos o perfume da sua santidade.







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