terça-feira, 31 de março de 2015

Pedro nega Jesus




Comentário do dia:


«Em verdade te digo: não cantará o galo, antes de Me teres negado três vezes!»

Irmãos convertamo-nos: tomemos cuidado para que não ocorram entre nós disputas de precedência para nossa perdição. É verdade que os apóstolos discutiam entre si (cf Lc 22,24), mas isso não é desculpa para nós: é um convite a tomarmos cuidado. É certo que Pedro se converteu no dia em que respondeu ao chamamento do Mestre, mas quem pode afirmar que a sua própria conversão foi repentina? […]



O Senhor dá-nos exemplo. Nós tínhamos necessidade de tudo; Ele não precisa de ninguém e, no entanto, apresenta-Se como mestre de humildade, servindo os seus discípulos. […]


Pedro, rápido de espírito, mas ainda frágil nas disposições do corpo (cf Mt 26,41), foi prevenido de que iria negar o Senhor. A Paixão do Senhor encontra imitadores, mas não iguais. Assim, não censuro Pedro por ter negado o Senhor; felicito-o por ter chorado. Uma coisa vem da nossa condição humana, a outra é um sinal de virtude, de força interior. […] Mas, se nós o desculpamos, ele não se desculpou. […] Preferiu acusar-se do seu pecado e justificar-se com uma confissão, em vez de agravar o seu caso com negações. E chorou. […]


Pedro chorou, mas não se desculpou. Quem não se pode defender pode lavar-se: as lágrimas lavam as faltas que nos fazem corar quando as confessamos de viva voz. […] As lágrimas confessam a falta sem tremer […]; as lágrimas não pedem perdão e, no entanto, obtêm-no. […] Boas lágrimas, as que lavam a falta! E aqueles para quem Jesus olha sabem chorar. Pedro negou uma primeira vez e não chorou, porque o Senhor não estava a olhar. Negou uma segunda vez, ainda sem chorar, pois o Senhor ainda não estava a olhar. Negou uma terceira vez; Jesus olhou para ele e ele chorou amargamente. Olha para nós, Senhor Jesus, para que saibamos chorar os nossos pecados.

Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja
Tratado sobre São Lucas 10, 49-52, 87-89






Evangelho segundo S. João 13,21-33.36-38.


Naquele tempo, estando Jesus à mesa com os discípulos, sentiu-Se intimamente perturbado e declarou: «Em verdade, em verdade vos digo: Um de vós Me entregará».
Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saberem de quem falava.
Um dos discípulos, o predilecto de Jesus, estava à mesa, mesmo a seu lado.
Simão Pedro fez-lhe sinal e disse: «Pergunta-Lhe a quem Se refere».
Ele inclinou-Se sobre o peito de Jesus e perguntou-Lhe: «Quem é, Senhor?»
Jesus respondeu: «É aquele a quem vou dar este bocado de pão molhado». E, molhando o pão, deu-o a Judas Iscariotes, filho de Simão.
Naquele momento, depois de engolir o pão, Satanás entrou nele. Disse-lhe Jesus: «O que tens a fazer, fá-lo depressa».
Mas nenhum dos que estavam à mesa compreendeu porque lhe disse tal coisa.
Como Judas era quem tinha a bolsa comum, alguns pensavam que Jesus lhe tinha dito: «Vai comprar o que precisamos para a festa»; ou então, que desse alguma esmola aos pobres.
Judas recebeu o bocado de pão e saiu imediatamente. Era noite.
Depois de ele sair, Jesus disse: «Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi glorificado n’Ele.
Se Deus foi glorificado n’Ele, também Deus O glorificará em Si mesmo e glorificá-l’O-á sem demora.
Meus filhos, é por pouco tempo que ainda estou convosco. Haveis de procurar-Me e, assim como disse aos judeus, também agora vos digo: não podeis ir para onde Eu vou»
Perguntou-Lhe Simão Pedro: «Para onde vais, Senhor?». Jesus respondeu: «Para onde Eu vou, não podes tu seguir-Me por agora; seguir-Me-ás depois».
Disse-Lhe Pedro: «Senhor, por que motivo não posso seguir-Te agora? Eu darei a vida por Ti».
Disse-Lhe Jesus: «Darás a vida por Mim? Em verdade, em verdade te digo: Não cantará o galo, sem que Me tenhas negado três vezes».

Livro de Isaías 49,1-6.


Terras de Além-Mar, escutai-me; povos de longe, prestai atenção. O Senhor chamou-me desde o ventre materno, disse o meu nome desde o seio de minha mãe.
Fez da minha boca uma espada afiada, abrigou-me à sombra da sua mão. Tornou-me semelhante a uma seta aguda, guardou-me na sua aljava.
E disse-me: «Tu és o meu servo, Israel, por quem manifestarei a minha glória».
E eu dizia: «Cansei-me inutilmente, em vão e por nada gastei as minhas forças». Mas o meu direito está no Senhor e a minha recompensa está no meu Deus.
E agora o Senhor falou-me, Ele que me formou desde o seio materno, para fazer de mim o seu servo, a fim de Lhe restaurar as tribos de Jacob e reconduzir os sobreviventes de Israel. Eu tenho merecimento diante do Senhor e Deus é a minha força.
Ele disse-me então: «Não basta que sejas meu servo, para restaurares as tribos de Jacob e reconduzires os sobreviventes de Israel. Farei de ti a luz das nações, para que a minha salvação chegue até aos confins da terra».

Livro de Salmos 71(70),1-2.3-4a.5-6ab.15.17.


Em Vós, Senhor, me refugio,
jamais serei confundido.
Pela vossa justiça, defendei-me e salvai-me,
prestai ouvidos e libertai-me.

Sede para mim um refúgio seguro,
a fortaleza da minha salvação.
Vós sois a minha defesa e o meu refúgio:
meu Deus, salvai-me do pecador.

Sois Vós, Senhor, a minha esperança,
a minha confiança desde a juventude.
Desde o nascimento Vós me sustentais,
desde o seio materno sois o meu protetor.


A minha boca proclama a Vossa justiça
todos os dias, a Vossa salvação que é incontável.
Desde a juventude Vós me ensinais

e até hoje anunciei sempre os vossos prodígios.



Santo do dia

Santo do dia
Terça-feira, dia 31 de Março de 2015
3a-FEIRA DA SEMANA SANTA
Santo do dia : Santo Amós, profeta, Santo Acácio, bispo, +250, Santa Balbina, virgem, mártir (+132), S. Guido, Leigo, Peregrino, séc. X e XI


Amós, profeta

Amós (nome que em hebraico significa "levar" e que parece ser uma forma abreviada da expressão Amosiá, que significa Deus levou) foi um Profeta do Antigo Testamento, autor do Livro de Amós.

O terceiro dos chamados profetas menores era um vaqueiro e cultivador de sicómoros (7:14), um fruto comestível que se parece com o figo, cujas frutas devem ser arranhadas com a unha ou com um objeto de metal antes de amadurecerem para que fiquem doces. Vivia em Técua (Teqoa), nos limites do deserto de Judá (1:1), perto de Bet-Lehem, povoado situado a menos de 20 Km ao sul de Jerusalém. Aproximadamente em 760 AC, deixou sua vida tranquila e foi anunciar e denunciar no Reino de Israel Setentrional, durante o reinado de Jeroboão II (1:1).

Nesse contexto, o luxo dos ricos insultava a miséria dos oprimidos e o esplendor do culto disfarçava a ausência de uma religião verdadeira. Amós denunciava essa situação com a rudeza simples e altiva e com a riqueza de imagens típica de um homem do campo.

A palavra de Amós incomodava porque ele anunciava que o julgamento de Deus iria atingir não só as nações pagãs, mas também, e principalmente, o povo escolhido; este já se considerava salvo, mas na prática era pior do que os pagãos (1:3-2:16). Amós não se contentava em denunciar genericamente a injustiça social, ele denunciava especificamente:

os ricos que acumulavam cada vez mais, para viverem em mansões e palácios (3:13-15; 6:1-7), criando um regime de opressão (3:10);
as mulheres ricas que, para viverem no luxo, estimulavam seus maridos a explorar os fracos (4:1-3);
os que roubavam e exploravam e depois iam ao santuário rezar, pagar dízimo, dar esmolas para aplacar a própria consciência (4:4-12; 5:21-27);
os juízes que julgavam de acordo com o dinheiro que recebiam dos subornos (2:6-7; 4:1; 5:7.10-13);
os comerciantes ladrões sem escrúpulo que deixavam os pobres sem possibilidades de comprar e vender as mercadorias por preço justo (8:4-8)[3].





Santo Acácio

Santo Acácio, cognominado Agatangelo, isto é, bom Anjo, viveu como bispo de Antioquia quando Décio era imperador romano. Em Antioquia existiam muitos Marcionitas, que abandonaram a religião, quando os católicos guiados pelo bispo, ficaram firmes na fé. O próprio bispo, por motivos de religião, foi citado perante o tribunal de Marciano. Este lhe disse: " Tens a felicidade de viver sob a proteção das leis romanas. Convém, pois, que honres e veneres os nossos príncipes, nossos defensores". Acácio respondeu-lhe: "Quem poderá ter nisso mais interesse que os cristãos, e por quem o imperador é mais amado, senão por eles? É a nossa oração constante, que tenha longa vida aqui no mundo, governe com justiça os povos e lhe seja conservada a paz; nós rezamos pela salvação dos soldados e de todas as classes do império".

Marciano: "Tudo isto é muito louvável, mas para dar ao imperador uma prova de submissão, vem comigo e oferece o sacrifício aos deuses". Acácio: "Já te disse que faço oração ao supremo Deus pelo imperador; mas criatura nenhuma poderá exigir de nós que sacrifiquemos a outros deuses". Marciano interrogou-o : " Dize-me, pois, a que Deus adoras, para que possamos acompanhar-te em tuas orações". Acácio: "Oxalá o conheças!" Marciano: "Que nome tem ele?" Acácio: "É o Deus de Abraão, Isaac e Jacó" Marciano: "São deuses também?" Acácio: "Não são deuses, mas homens a quem Deus se comunicou. Há um só Deus a quem é devida toda a oração". Marciano: "Afinal, quem é esse Deus?" Acácio: "É o Altíssimo, que tem seu trono sobre Querubins e Serafins" Marciano: "Que coisa é Serafim? " Acácio: "Um mensageiro do altíssimo e príncipe dos mais distintos da corte celestial" . Marciano: "Deixa de contar-nos as tuas fantasias. Abandona aqueles seres invisíveis e adora os deuses visíveis". Acácio: "Dize-me que deuses são" Marciano: " É Apolo, o salvador dos homens, que nos defende contra a peste e a fome, que ilumina e governa o mundo" Acácio: "Eu adorar a Apolo, que não pode salvar-se a si mesmo;a Apolo, cujas paixões inconfessáveis são conhecidas por Dafne e Narciso; a Apolo que, como um companheiro de Neptuno, trabalhou como pedreiro, para ganhar pão; eu adorar a Apolo? Pelo mesmo motivo podia queimar incenso a Esculápio, vítima do assassino Júpiter, à lúbrica Venus e a outros aventureiros do vosso culto. Isto eu nunca farei, embora me custe a vida . Como poderia adorar divindades, cuja imitação é uma vergonha e cujos imitadores são punidos pela lei?" Marciano: "Sei que vós cristãos, injuriais os nossos deuses. Por isso eu te ordeno que me acompanhes ao banquete, que será dado em homenagem a Júpiter e Juno" Acácio: " Poderia eu adorar um homem , cujo túmulo ainda existe na ilha de Creta? Por acaso ressuscitou?" Marciano: "Basta de palavras: escolhe entre o sacrifício ou a morte" Acácio: "Esta é a linguagem dos saltadores na Dalmácia: a bolsa ou a vida! Nada. Nada receio; se fosse eu um adúltero, salteador ou ladrão, eu mesmo me julgaria; se, porém, me condenam por ter adorado o Deus vivo e verdadeiro, a injustiça está do lado do juiz". Marciano: "Tenho ordem de obrigar-te ao sacrifício ou punir a tua desobediência" Acácio: "Ordem minha é não negar a Deus; devo obedecer ao Deus poderoso e eterno que disse que negará perante seu Pai àquele que O negar diante dos homens" Marciano: "Estás confessando o erro da tua seita, em dizer que Deus tem um filho". Acácio: "Sem dúvida, que tem". Marciano: "Quem é este Filho de Deus?" Acácio: "A palavra da verdade e da graça". Marciano: "Este é seu nome?" Acácio: "Não me perguntes pelo seu nome, mas quem era" Marciano: " Qual é pois seu nome?" Acácio: " Jesus Cristo". Marciano: "De que esposa teve Deus este filho?" Acácio: "Deus tem seu filho, não de maneira humana, gerado de mulher; pois o primeiro homem foi criado por suas mãos. Do barro da terra formou o corpo humano e deu-lhe um espírito. O Filho de Deus, o Verbo da Verdade, saiu do coração de Deus, como está escrito: meu coração produziu boa palavra". (S. 44,1).

Marciano insistiu que sacrificasse aos deuses e imitasse os exemplos dos Montanitas, dando assim um bom exemplo de obediência. Acácio, porém, respondeu: " O povo obedece a Deus e não a mim" Marciano: "Dize-me os nomes daqueles que compõem o teu povo" Acácio: "Estão escritos no livro da vida" Marciano: "Onde estão os feiticeiros teus companheiros e pregadores de nova doutrina?" Acácio: "Ninguém condena a feitiçaria mais do que nós a condenamos" Marciano: "Esta nova religião, que introduzís, é feitiçaria" Acácio: "É feitiçaria atirar ao chão ídolos feitos por mão humana? Nós só tememos aquele, que é Senhor do Universo, que nos ama como um Pai, que como Pastor misericordioso, nos salvou da morte e do inferno". Marciano: "Dize-me os nomes que te pedi, se quiseres poupar-te aos tormentos". Acácio: "Aqui estou diante do tribunal. Desejas saber o meu nome e dos meus companheiros. Como vencerás os outros, se eu sozinho te envergonho? Pois seja feita a tua vontade. Eu me chamo Acácio, ou Agatangelo, e com este nome sou mais conhecido. Meus companheiros são Piso, bispo de Tróia e o sacerdote Menandro. Agora faze o que entenderes" Marciano: "Hás de ficar preso, até que o imperador tenha tomado conhecimento do teu processo".

Décio ficou comovido pela leitura das atas e concedeu a Acácio plena liberdade no exercício da religião. Ignora-se a data da morte do Santo. Os gregos, egípcios e todas as Igrejas do Oriente celebram a sua festa no dia 31 de março.




Santa Balbina

Balbina era filha de Quirino (militar e tribuno). Converteu- se à fé cristã e foi batizada pelo papa Alexandre, jurando voto de virgindade.

Por causa de sua riqueza e nobreza espirituais, muitos jovens a pediram em matrimônio, mas ela manteve seu voto incorruptível e livre de qualquer mácula.

Estando gravemente enferma, o pai a levou ao Papa, que estava encarcerado, e ela foi curada.

Em 132, mais provavelmente no dia 31 de Março, foi arrastada com o pai por ordem do imperador Adriano e, com barbaridade, cortaram- lhe a cabeça. Devido a sua bravura diante da morte e por ter morrido em nome da fé, foi elevada, pelos hagiógrafos, à categoria de mártir e santa, sendo- lhe dedicada uma Basílica Menor em Roma.

Está sepultada, ao lado de seu pai, num antigo cemitério entre as vias Ápia e Ardeatina, o qual recebeu o seu nome.


S. Guido
Guido viveu entre os séculos X e XI, e terá nascido em Brabante, Bélgica. Desde a infância, ele já demonstrava o seu desapego dos bens terrenos, tanto que na juventude distribuiu aos pobres tudo o que possuía e ganhava. Na ânsia de viver uma vida ascética, Guido abandonou a casa dos pais, que eram bondosos cristãos camponeses e foi ser sacristão do vigário de Laken, perto de Bruxelas, pois assim poderia ser mais útil às pessoas carentes e também dedicar-se às orações e à penitência. Quando ficou órfão, decidiu ser comerciante, pois teria mais recursos para auxiliar e socorrer os pobres e doentes. Mas, seu navio repleto de mercadorias afundou nas águas do Sena. Então, o comerciante Guido teve a certeza de que tinha escolhido o caminho errado. Convenceu do equívoco cometido ao abandonar sua vocação religiosa para trabalhar no comércio, mesmo que sua intenção fosse apenas ajudar os mais necessitados. Sendo assim, Guido deixou a vida de comerciante, vestiu o hábito de peregrino e pôs-se novamente no caminho da religiosidade, da peregrinação e da assistência aos pobres e doentes. Percorreu durante sete anos as inseguras e longas estradas da Europa para visitar os maiores santuários da cristandade. Depois da longa peregrinação incluindo a Terra Santa, Guido voltou para o seu país de origem, já fraco e cansado. Ficou hospedado na casa de um sacerdote na cidade de Anderlecht, perto de Bruxelas, de onde herdou o sobrenome. Pouco tempo depois, morreu, com fama de santidade. Foi sepultado nesta cidade e a sua sepultura tornou-se um pólo de peregrinação. Assim com o passar do tempo foi erguida uma igreja a elededicada, para guardar suas relíquias. Com o passar dos séculos, a devoção a São Guido de Anderlecht cresceu, principalmente entre os sacristãos, trabalhadores da lavoura, camponeses e cocheiros. Aliás, ele é tido como protetor das cocheiras, em especial dos cavalos. Diz a tradição que Guido não resistiu a uma infecção que lhe provocou forte desarranjo intestinal, muito comum naquela época pelos poucos recursos de saneamento e higiene das cidades. Seu nome até hoje é invocado pelos fiéis para a cura desse mal. A sua festa litúrgica, tradicionalmente celebrada no dia 12 de setembro, traz uma carga de devoção popular muito intensa. Na cidade de Anderlecht, ela é precedida por uma procissão e finalizada com uma benção especial, concedida aos cavalos e seus cavaleiros.











segunda-feira, 30 de março de 2015

«Os pobres sempre os tendes convosco, mas a Mim não me tendes sempre.»




Comentário do dia:

«Maria ungiu os pés de Jesus com uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, e enxugou-Lhos com os seus cabelos. A casa encheu-se com a fragrância do perfume.» Eis o facto histórico; procuremos o simbólico. Sejas tu quem fores, se quiseres ser uma alma fiel, unge com Maria os pés do Senhor com perfume. Esse perfume é a rectidão. […] Deita perfume sobre os pés do Senhor. Segue as pegadas do Senhor com uma vida santa. Enxuga os seus pés com os teus cabelos: se tens coisas supérfluas, dá-as aos pobres e assim terás enxugado os pés do Senhor. […] Talvez os pés do Senhor na terra sejam os necessitados. Pois não é dos seus membros (Ef 5,30) que Ele dirá no fim do mundo: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25,40)?


«A casa encheu-se com a fragrância do perfume.» Quer dizer, o mundo encheu-se da boa reputação desta mulher, porque o bom odor é como a boa reputação. Aqueles que associam o nome de cristãos a uma vida desonesta injuriam a Cristo […]; se o nome de Deus é blasfemado por esses maus cristãos, ele é, pelo contrário, louvado e glorificado pelos bons: «somos em toda a parte o bom odor de Cristo» (cf 2Cor 2,14-15). E diz também o Cântico dos Cânticos: «A tua fama é odor que se difunde» (1,3).

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermões sobre o evangelho de João, n° 50, 6-7

Livro de Salmos 27(26),1.2.3.13-14.


O Senhor é minha luz e salvação:
a quem hei-de temer?
O Senhor é a defesa da minha vida:
de quem hei-de ter medo?

Quando os malvados me assaltaram
para devorar a minha carne,
foram eles, meus inimigos e adversários,
que vacilaram e caíram.

Se um exército me vier cercar,
o meu coração não temerá.
Se contra mim travarem batalha,
mesmo assim terei confiança.

Espero vir a contemplar a bondade do Senhor
na terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte.
Tem confiança e confia no Senhor.



Livro de Isaías 42,1-7.


«Eis o meu servo, a quem Eu protejo, o meu eleito, enlevo da minha alma. Sobre ele fiz repousar o meu espírito, para que leve a justiça às nações.
Não gritará, nem levantará a voz, nem se fará ouvir nas praças;
não quebrará a cana fendida, nem apagará a torcida que ainda fumega: mas proclamará fielmente a justiça.
Não desfalecerá nem desistirá, enquanto não estabelecer a justiça na terra, a doutrina que as ilhas longínquas esperam».
Assim fala o Senhor Deus, que criou e estendeu os céus, consolidou a terra e o que ela produz, dá vida ao povo que a habita e respiração aos que sobre ela caminham:
«Fui Eu, o Senhor, que te chamei segundo a justiça; tomei-te pela mão, formei-te e fiz de ti a aliança do povo e a luz das nações,
para abrires os olhos aos cegos, tirares do cárcere os prisioneiros e da prisão os que habitam nas trevas».

Evangelho segundo S. João 12,1-11.


Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde vivia Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos.
Ofereceram-Lhe lá um jantar: Marta andava a servir e Lázaro era um dos que estavam à mesa com Jesus.
Então Maria tomou uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-Lhos com os cabelos; e a casa encheu-se com o perfume do bálsamo.
Disse então Judas Iscariotes, um dos discípulos, aquele que havia de entregar Jesus:
«Porque não se vendeu este perfume por trezentos denários, para dar aos pobres?»
Disse isto, não porque se importava com os pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa comum, tirava o que nela se lançava.
Jesus respondeu-lhe: «Deixa-a em paz: ela tinha guardado o perfume para o dia da minha sepultura.
Pobres, sempre os tereis convosco; mas a Mim, nem sempre Me tereis».
Soube então grande número de judeus que Jesus Se encontrava ali e vieram, não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos.
Entretanto, os príncipes dos sacerdotes resolveram matar também Lázaro,
porque muitos judeus, por causa dele, se afastavam e acreditavam em Jesus.




Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Santo do dia

Segunda-feira, dia 30 de Março de 2015

2a-FEIRA DA SEMANA SANTA


Santo do dia : S. Leonardo Murialdo, confessor, +1900, Santa Irene, virgem (séc. IX), S. João Clímaco, religioso, +649



S. Leonardo Murialdo

Nasceu em 1828 em Turim - Itália, numa família burguesa.

Conheceu cedo a riqueza que a vida de oração, de sacrifício e de caridade pode proporcionar para o amadurecimento humano, e também o discernimento em todas as coisas.
Foi uma pessoa muita atenta aos sinais dos tempos e sensível à opressão dos mais pobres. E foi assim que ele discerniu e quis ser um padre para os pobres.

Leonardo voltou-se para as classes mais desprezadas, a que realiza os trabalhos simples. Até criou um jornal chamado 'A voz dos operários'. De fato, tinha uma fé solidária. Ele foi sinal de esperança para Igreja e para a sociedade.

O santo de hoje foi ponte para que muitos se encontrassem com Cristo no mistério da cruz e do sofrimento.

Ele se consumiu na evangelização, na caridade, na promoção humana, falecendo no ano de 1900.
Peçamos sua intercessão para que sejamos sinais de esperança na Igreja e no Mundo.




Santa Irene

Santa Iria ou Irene é uma mártir lendária da cidade de Nabância (próxima da moderna Tomar).

Nascida de uma rica família de Nabância, Iria recebeu educação esmerada e professou num mosteiro de monjas beneditinas, o qual era governado pelo seu tio, o Abade Sélio.

Devido à sua beleza e inteligência, Iria cedo congregou a afeição das religiosas e das pessoas da terra, sobretudo dos jovens e dos fidalgos, que disputavam entre si as virtudes de Iria.

Entre estes adolescentes contava-se Britaldo, herdeiro daquele senhorio, que alimentou por Iria doentia paixão. Iria, contudo, recusava as suas investidas amorosas, antes afirmando a sua eterna devoção a Deus.

Dos amores de Britaldo teve conhecimento Remígio, um monge director espiritual de Iria, ao qual também a beleza da donzela não passara despercebida. Ardendo de ciúmes, o monge deu a Iria uma tisana embruxada, que logo fez surgir no corpo sinais de prenhez.

Por causa disso foi expulsa do convento, recolhendo-se junto do rio para orar. Aí, foi assassinada à traição por um servo de Britaldo, a quem tinham chegado os rumores destes eventos.

Lançado ao rio, o corpo da mártir ficou depositado entre as areias do Teja, aí permanecendo, incorruptível, através dos tempos.



S. João Clímaco

A história do santo de hoje está intimamente ligada com o Monte Sinai, citado na Bíblia, isso porque São João Clímaco foi um dos inúmeros homens que buscaram nos mosteiros do Monte Sinai, o ideal da Santidade. Nasceu na Palestina em 579, e recebeu dos pais exemplar formação literária e cristã. João Clímaco, para começar a rica experiência, renunciou livremente aos bens familiares e a uma próspera vida religiosa, para entrar na linda família monástica. Inicialmente, colocou-se na direção espiritual de martírio, depois, perto da cela de um outro eremita, prosseguiu seu caminho de oração, jejum, estudos, trabalhos e principalmente silêncio. Por meio dos jejuns e mortificações, este santo conseguia, em Cristo, vencer o demônio e viver com os outros irmãos, com os quais se encontrava aos sábados e domingos. Do conjunto de mosteiros e celas que povoavam o Sinai, São João, que era muito respeitado pela santidade e conhecimento da doutrina, foi eleito abade geral, até entrar na Vida Eterna no ano de 649.






domingo, 29 de março de 2015

Homília para a Festa de Ramos





Comentário do dia:

«Eis que o teu rei vem a ti […], humilde, montado num jumento, sobre um jumentinho, filho de uma jumenta» (Zac 9,9)

«Exulta de alegria, filha de Sião!» Mantém-te em júbilo, Igreja de Deus: «eis que o teu rei vem a ti» (Zac 9,9). Vai à sua frente, corre para contemplares a sua glória. Eis a salvação do mundo: Deus vem até à cruz, e o Desejado das nações (Ag 2,8 Vulg) faz a sua entrada em Sião. Eis que vem a luz; aclamemos com o povo: «Hossana ao Filho de David. Bendito seja o que vem em nome do Senhor!» O Senhor Deus apareceu-nos, a nós que jazíamos nas trevas e na sombra da morte (Lc 1, 79). Ele apareceu, ressurreição dos caídos, libertação dos cativos, luz dos cegos, consolação dos aflitos, repouso dos fracos, fonte dos sedentos, vingador dos perseguidos, resgate dos perdidos, união dos divididos, médico dos doentes, salvação dos dispersos.


Ontem, Cristo ressuscitou Lázaro dos mortos; hoje, avança para a morte. Ontem, arrancou Lázaro às faixas que o ligavam; hoje, estende as mãos àqueles que querem atá-Lo; hoje, pelos homens, enterra-Se nas trevas e na sombra da morte. E a Igreja está em festa. Ela inaugura a festa das festas, porque recebe a seu Rei como esposo, porque o seu Rei está no meio dela.

Homilia atribuída a Santo Epifânio de Salamina (?-403), bispo
1ª homilia para a Festa dos Ramos; PG 43, 427ss.


Evangelho segundo S. Marcos 14,1-72.15,1-47.


Faltavam dois dias para a festa da Páscoa e dos Ázimos, e os príncipes dos sacerdotes e os escribas procuravam maneira de se apoderarem de Jesus à traição, para Lhe darem a morte.
Mas diziam: «Durante a festa, não, para que não haja algum tumulto entre o povo».
Jesus encontrava-Se em Betânia, em casa de Simão o Leproso, e, estando à mesa, veio uma mulher que trazia um vaso de alabastro com perfume de nardo puro de alto preço. Partiu o vaso de alabastro e derramou-o sobre a cabeça de Jesus.
Alguns indignaram-se e diziam entre si: «Para que foi esse desperdício de perfume?
Podia vender-se por mais de duzentos denários e dar o dinheiro aos pobres». E censuravam a mulher com aspereza.
Mas Jesus disse: «Deixai-a. Porque estais a importuná-la? Ela fez uma boa ação para comigo.
Na verdade, sempre tereis os pobres convosco e, quando quiserdes, podereis fazer-lhes bem; mas a Mim, nem sempre Me tereis.
Ela fez o que estava ao seu alcance: ungiu de antemão o meu corpo para a sepultura.
Em verdade vos digo: Onde quer que se proclamar o Evangelho, pelo mundo inteiro, dir-se-á também em sua memória o que ela fez».
Então, Judas Iscariotes, um dos Doze, foi ter com os príncipes dos sacerdotes para lhes entregar Jesus.
Quando o ouviram, alegraram-se e prometeram dar-lhe dinheiro. E ele procurava uma oportunidade para entregar Jesus.
No primeiro dia dos Ázimos, em que se imolava o cordeiro pascal, os discípulos perguntaram a Jesus: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?».
Jesus enviou dois discípulos e disse-lhes: «Ide à cidade. Virá ao vosso encontro um homem com uma bilha de água. Segui-o e, onde ele entrar,
dizei ao dono da casa: ‘O Mestre pergunta: Onde está a sala, em que hei-de comer a Páscoa com os meus discípulos?’.
Ele vos mostrará uma grande sala no andar superior, alcatifada e pronta. Preparai-nos lá o que é preciso»
Os discípulos partiram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito e prepararam a Páscoa.
Ao cair da tarde, chegou Jesus com os Doze.
Enquanto estavam à mesa e comiam, Jesus disse:«Em verdade vos digo: Um de vós, que está comigo à mesa, há-de entregar-Me».
Eles começaram a entristecer-se e a dizer um após outro: «Serei eu?».
Jesus respondeu-lhes: «É um dos Doze, que mete comigo a mão no prato.
O Filho do homem vai partir, como está escrito a seu respeito, mas ai daquele por quem o Filho do homem vai ser traído! Teria sido melhor para esse homem não ter nascido».
Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, recitou a bênção e partiu-o, deu-o aos discípulos e disse: «Tomai: isto é o meu corpo».
Depois tomou um cálice, deu graças e entregou-lho. E todos beberam dele.
Disse Jesus: «Este é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado pela multidão dos homens.
Em verdade vos digo: Não voltarei a beber do fruto da videira, até ao dia em que beberei do vinho novo no reino de Deus».
Cantaram os salmos e saíram para o monte das Oliveiras.
Disse-lhes Jesus: «Todos vós Me abandonareis, como está escrito: ‘Ferirei o pastor e dispersar-se-ão as ovelhas’.
Mas depois de ressuscitar, irei à vossa frente para a Galileia».
Disse-Lhe Pedro: «Embora todos Te abandonem, eu não».
Jesus respondeu-lhe: «Em verdade te digo: Hoje, esta mesma noite, antes de o galo cantar duas vezes, três vezes Me negarás»
Mas Pedro continuava a insistir: «Ainda que tenha de morrer contigo, não Te negarei». E todos afirmaram o mesmo.
Entretanto, chegaram a uma propriedade chamada Getsémani, e Jesus disse aos seus discípulos:
«Ficai aqui, enquanto Eu vou orar». Tomou consigo Pedro, Tiago e João e começou a sentir pavor e angústia. Disse-lhes então:
«A minha alma está numa tristeza de morte. Ficai aqui e vigiai».
Adiantando-Se um pouco, caiu por terra e orou para que, se fosse possível, se afastasse d’Ele aquela hora. Jesus dizia:
«Abá, Pai, tudo Te é possível: afasta de Mim este cálice. Contudo, não se faça o que Eu quero, mas o que Tu queres».
Depois, foi ter com os discípulos, encontrou-os a dormir e disse a Pedro: «Simão, estás a dormir? Não pudeste vigiar uma hora?
Vigiai e orai, para não entrardes em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca».
Afastou-Se de novo e orou, dizendo as mesmas palavras.
Voltou novamente e encontrou-os a dormir, porque tinham os olhos pesados e não sabiam que responder.
Jesus voltou pela terceira vez e disse-lhes: «Dormi agora e descansai... Chegou a hora: o Filho do homem vai ser entregue às mãos dos pecadores.
Levantai-vos. Vamos. Já se aproxima aquele que Me vai entregar».
Ainda Jesus estava a falar, quando apareceu Judas, um dos Doze, e com ele uma grande multidão, com espadas e varapaus, enviada pelos príncipes dos sacerdotes, pelos escribas e os anciãos.
O traidor tinha-lhes dado este sinal: «Aquele que eu beijar, é esse mesmo. Prendei-O e levai-O bem seguro».
Logo que chegou, aproximou-se de Jesus e beijou-O, dizendo: «Mestre».
Então deitaram-Lhe as mãos e prenderam-n’O.
Um dos presentes puxou da espada e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe uma orelha.
Jesus tomou a palavra e disse-lhes: «Vós saístes com espadas e varapaus para Me prender, como se fosse um salteador.
Todos os dias Eu estava no meio de vós, a ensinar no templo, e não Me prendestes! Mas é para se cumprirem as Escrituras».
Então os discípulos deixaram-n’O e fugiram todos.
Seguiu-O um jovem, envolto apenas num lençol. Agarraram-no,
mas ele, largando o lençol, fugiu nu.
Levaram então Jesus à presença do sumo sacerdote, onde se reuniram todos os príncipes dos sacerdotes, os anciãos e os escribas.
Pedro, que O seguira de longe, até ao interior do palácio do sumo sacerdote, estava sentado com os guardas, a aquecer-se ao lume.
Entretanto, os príncipes dos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam um testemunho contra Jesus para Lhe dar a morte, mas não o encontravam.
Muitos testemunhavam falsamente contra Ele, mas os seus depoimentos não eram concordes.
Levantaram-se então alguns, para proferir contra Ele este falso testemunho:
«Ouvimo-l’O dizer: ‘Destruirei este templo feito pelos homens e em três dias construirei outro que não será feito pelos homens’».
Mas nem assim o depoimento deles era concorde.
Então o sumo sacerdote levantou-se no meio de todos e perguntou a Jesus: «Não respondes nada ao que eles depõem contra Ti?».
Mas Jesus continuava calado e nada respondeu. O sumo sacerdote voltou a interrogá-l’O: «És Tu o Messias, Filho do Deus bendito?».
Jesus respondeu: «Eu Sou. E vós vereis o Filho do homem sentado à direita do Todo-poderoso vir sobre as nuvens do céu»
O sumo sacerdote rasgou as vestes e disse: «Que necessidade temos ainda de testemunhas?
Ouvistes a blasfémia. Que vos parece?». Todos sentenciaram que Jesus era réu de morte.
Depois, alguns começaram a cuspir-Lhe, a tapar-Lhe o rosto com um véu e a dar-Lhe punhadas, dizendo: «Adivinha». E os guardas davam-Lhe bofetadas.
Pedro estava em baixo, no pátio, quando chegou uma das criadas do sumo sacerdote.
Ao vê-lo a aquecer-se, olhou-o de frente e disse-lhe: «Tu também estavas com Jesus, o Nazareno».
Mas ele negou: «Não sei nem entendo o que dizes» .Depois saiu para o vestíbulo, e o galo cantou.
A criada, vendo-o de novo, começou a dizer aos presentes: «Este é um deles».
Mas ele negou segunda vez. Pouco depois, os presentes diziam também a Pedro: «Na verdade, tu és deles, pois também és galileu».
Mas ele começou a dizer imprecações e a jurar: «Não conheço esse homem de quem falais».
E logo o galo cantou pela segunda vez. Então Pedro lembrou-se do que Jesus lhe tinha dito: «Antes de o galo cantar duas vezes, três vezes Me negarás». E desatou a chorar.
Logo de manhã, os sumos sacerdotes reuniram-se em conselho com os anciãos e os doutores da Lei e todo o Sinédrio; e, tendo manietado Jesus, levaram-no e entregaram-no a Pilatos.
Perguntou-lhe Pilatos: «És Tu o rei dos Judeus?» Jesus respondeu-lhe: «Tu o dizes.»
Os sumos sacerdotes acusavam-no de muitas coisas.
Pilatos interrogou-o de novo, dizendo: «Não respondes nada? Vê de quantas coisas és acusado!»
Mas Jesus nada mais respondeu, de modo que Pilatos estava estupefacto.
Ora, em cada festa, Pilatos costumava soltar-lhes um preso que eles pedissem.
Havia um, chamado Barrabás, preso com os insurrectos que tinham cometido um assassínio durante a revolta.
A multidão chegou e começou a pedir-lhe o que ele costumava conceder.
Pilatos, respondendo, disse: «Quereis que vos solte o rei dos judeus?»
Porque sabia que era por inveja que os sumos sacerdotes o tinham entregado.
Os sumos sacerdotes, porém, instigaram a multidão a pedir que lhes soltasse, de preferência, Barrabás.
Tomando novamente a palavra, Pilatos disse-lhes: «Então que quereis que faça daquele a quem chamais rei dos judeus?»
Eles gritaram novamente: «Crucifica-o!»
Pilatos insistiu: «Que fez Ele de mal?» Mas eles gritaram ainda mais: «Crucifica-o!»
Pilatos, desejando agradar à multidão, soltou-lhes Barrabás; e, depois de mandar flagelar Jesus, entregou-o para ser crucificado.
Os soldados levaram-no para dentro do pátio, isto é, para o pretório, e convocaram toda a coorte.
Revestiram-no de um manto de púrpura e puseram-lhe uma coroa de espinhos, que tinham entretecido.
Depois, começaram a saudá-lo: «Salve! Ó rei dos judeus!»
Batiam-lhe na cabeça com uma cana, cuspiam sobre Ele e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante dele.
Depois de o terem escarnecido, tiraram-lhe o manto de púrpura e revestiram-no das suas vestes. Levaram-no, então, para o crucificar.
Para lhe levar a cruz, requisitaram um homem que passava por ali ao regressar dos campos, um tal Simão de Cirene, pai de Alexandre e de Rufo.
E conduziram-no ao lugar do Gólgota, que quer dizer 'lugar do Crânio’.
Queriam dar-lhe vinho misturado com mirra, mas Ele não quis beber.
Depois, crucificaram-no e repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, para ver o que cabia a cada um.
Eram umas nove horas da manhã, quando o crucificaram.
Na inscrição com a condenação, lia-se: «O rei dos judeus.»
Com Ele crucificaram dois ladrões, um à sua direita e o outro à sua esquerda.
Deste modo, cumpriu-se a passagem da Escritura que diz: Foi contado entre os malfeitores.

Os que passavam injuriavam-no e, abanando a cabeça, diziam: «Olha o que destrói o templo e o reconstrói em três dias!
Salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!»
Da mesma forma, os sumos sacerdotes e os doutores da Lei troçavam dele entre si: «Salvou os outros mas não pode salvar-se a si mesmo!
O Messias, o Rei de Israel! Desça agora da cruz para nós vermos e acreditarmos!» Até os que estavam crucificados com Ele o injuriavam.
Ao chegar o meio-dia, fez-se trevas por toda a terra, até às três da tarde.
E às três da tarde, Jesus exclamou em alta voz: «Eloí, Eloí, lemá sabachtáni?», que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?
Ao ouvi-lo, alguns que estavam ali disseram: «Está a chamar por Elias!»
Um deles correu a embeber uma esponja em vinagre, pô-la numa cana e deu-lhe de beber, dizendo: «Esperemos, a ver se Elias vem tirá-lo dali.»
Mas Jesus, com um grito forte, expirou.
E o véu do templo rasgou-se em dois, de alto a baixo.
O centurião que estava em frente dele, ao vê-lo expirar daquela maneira, disse: «Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!»
Também ali estavam algumas mulheres a contemplar de longe; entre elas, Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago Menor e de José, e Salomé,
que o seguiam e serviam quando Ele estava na Galileia; e muitas outras que tinham subido com Ele a Jerusalém.
Ao cair da tarde, visto ser a Preparação, isto é, véspera do sábado,
José de Arimateia, respeitável membro do Conselho que também esperava o Reino de Deus, foi corajosamente procurar Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus.
Pilatos espantou-se por Ele já estar morto e, mandando chamar o centurião, perguntou-lhe se já tinha morrido há muito.
Informado pelo centurião, Pilatos ordenou que o corpo fosse entregue a José.
Este, depois de comprar um lençol, desceu o corpo da cruz e envolveu-o nele. Em seguida, depositou-o num sepulcro cavado na rocha e rolou uma pedra sobre a entrada do sepulcro.
Maria de Magdala e Maria, mãe de José, observavam onde o depositaram.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Carta aos Filipenses 2,6-11.


Cristo Jesus, que era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus,
mas aniquilou-Se a Si próprio. Assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante aos homens. Aparecendo como homem,
humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à morte e morte de cruz.
Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes,
para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem no céu, na terra e nos abismos,
e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.

Santo do dia

Domingo, dia 29 de Março de 2015
S. José de Arimateia, séc. I
Santo Eustáquio (ou Eustásio), monge, +629
Beata Joana Maria de Maillé, viúva, +1414



S. José de Arimateia

José de Arimateia era assim conhecido por ser de Arimateia, cidade da Judeia. Homem rico, senador da época, era membro do Sinédrio, o Colégio dos mais altos magistrados do povo judeu.

José de Arimateia, juntamente com Nicodemos, providenciou a retirada do corpo de Cristo da cruz após solicitação feita a Pôncio Pilatos. De acordo com o Evangelhos, era o dono do sepulcro onde Jesus, seu amigo, foi depositado, num horto a cerca de 30 metros do local da crucifixão e de onde ressuscitou três dias depois da morte. A tradição atribui também a José o lençol de linho em que Jesus foi envolvido, conhecido hoje como o Santo Sudário.





Santo Eustáquio, monge

Santo Eustáquio viveu no fim do século VI. Tornou-se monge em Luxeuil, cujo mosteiro fora fundado e dirigido por São Columbano.

Mas foi para a Suíça, onde fundou um mosteiro juntamente com Santo Columbano e São Gal.

Mais tarde, quando o mosteiro de Luxeuil estava sendo ameaçado, São Eustáquio retornou para defendê-lo dos usurpadores. A partir de então, o abade Eustáquio dedicou-se a restaurar a disciplina monástica e foi defensor da regra de São Columbano. Criou no mosteiro um coro perpétuo que, ininterruptamente, cantava louvores a Deus.

Com aproximadamente 60 anos faleceu em Luxeuil.


Beata Joana Maria de Maillé

Relutante em casar aos 16 anos, viúva com um pouco mais de 30, expulsa de casa pelos parentes do marido, nos restantes 50 anos de sua vida foi obrigada a viver sem abrigo. Tantos percalços estão concentrados na vida da Beata Joana Maria de Maillé que nasceu rica e mimada no Castelo de La Roche, perto de Saint-Quentin, Touraine, em 14 de abril de 1331. Seus pais eram o Barão de Maillé Hardoin e Joana, filha dos Duques de Montbazon.

Sua família se destacava pela devoção. Ela cresceu sob a orientação espiritual de um franciscano, mostrando uma particular devoção a Maria. Dedicava-se a orações prolongadas e fez precocemente o voto de virgindade. Aos onze anos, no dia de Natal, pela primeira vez teve um êxtase: Maria Santíssima lhe apareceu segurando em seus braços o Menino Jesus. Uma doença que quase a levou à morte serviu para desprendê-la mais e mais da terra e torná-la mais próxima de Deus.
Na idade de dezesseis anos, aparece no cenário de sua vida um parente da mãe que se tornou seu tutor, o que sugere que os pais morreram prematuramente. O tutor combina, de acordo com o costume da época, o casamento de Joana com o Barão Roberto II de Sillé, um bom jovem, não muito mais velho do que ela, seu companheiro de brincadeiras na infância. E isto apesar de estar ciente da inclinação de Joana para a vida religiosa e do seu voto de castidade. Portanto, é um casamento contra a vontade da jovem.
Providencialmente, o tutor morreu repentinamente na manhã do dia do casamento, e a impressão no noivo foi tão grande, que propôs a Joana viverem em perfeita continência, isto é, como irmão e irmã. Seu consentimento é imediato, já que estava preparada para isto pelo seu voto de virgindade.
Apesar das premissas, o casamento funcionou e bem: como base da união eles colocaram o Evangelho, e viveram-no plenamente, resultando em muitas boas obras, como: adotar algumas crianças abandonadas, alimentar e cuidar dos pobres, ajudar os empestados... Na verdade, tinham muito que fazer. Nunca se viu tanto movimento no castelo desde que se espalhou a notícia de o casal ser extremamente caridoso.
E pensar que não lhes faltaram problemas, como quando Roberto teve que ir para a guerra (estamos na época da Guerra dos Cem Anos), onde foi ferido e preso pelos britânicos. Para libertá-lo Joana pagou um resgate elevado, o que afetou fortemente o patrimônio do casal. No entanto, eles não perderam a fé, e uma vez instalados, marido e mulher, lado a lado, primeiro tratam dos contagiados pela peste negra, depois, dos leprosos.
Roberto morreu em 1362 e Joana, viúva aos 30 anos, vê toda a família de seu marido se voltar contra ela. A principal acusação: ter esbanjado a fortuna da família. Assim, ela foi expulsa do Castelo de Silly e ficou sem casa, sem um tostão, forçada a viver da caridade. Mas, mesmo na rua, os parentes ricos continuavam a persegui-la: enviavam seus serviçais para lançar-lhe insultos quando ela passava, porque não queriam rebaixar-se a fazê-lo pessoalmente.
Ela renunciou a todos os seus bens e foi morar em um casebre construído junto ao convento dos Frades Menores Franciscanos de Tours, onde levava uma vida de penitência, contemplação e pobreza contínua, a mendigar o pão. Gozou de várias aparições da Virgem Maria, de São Francisco e de Santo Ivo, o qual lhe recomendou que ingressasse na Ordem Terceira de São Francisco.
Joana sofria e, com um amor sem limites, não tinha um mínimo de ressentimento. E para sabermos onde ela encontrava tal força e tanta bondade, olhemos para suas longas horas de oração, sua grande penitência, seus sacrifícios. Escolheu para vestir uma túnica grosseira e rude, muito semelhante à roupa de seus amados franciscanos, de cuja intensa espiritualidade viveu.
Continuou a fazer caridade com os doentes e os prisioneiros condenados à morte, se não já com dinheiro, mas com a sua presença e seus humildes serviços, consolando-os quando não podia fazer nada melhor, e intercedendo pela sua libertação quando atingiu popularidade e pode usá-la em proveito do próximo.
Devido a sua reputação como uma mulher de Deus se ter espalhado pela França, muitos a procuravam pedindo conselhos, e entre aqueles que bateram à sua porta havia também alguns daqueles que a tinham insultado antigamente e que ela recebia com amor e paciência.
O rei de França, Carlos VI, que estava em Tours, foi visitar a penitente famosa que lhe pediu para libertar alguns prisioneiros e dar a outros a ajuda de um capelão.
Em 1395, Joana mudou-se para Paris onde se encontrou outra vez com o rei da França, Carlos VI e sua esposa, Isabel da Baviera. Ela aproveitou a oportunidade para criticar o luxo da corte e a vida licenciosa dos cortesãos. Em Paris, visitou a Sainte-Chapelle para venerar as relíquias da Paixão de Cristo.
Apesar da frágil saúde e das dificuldades da sua vida penitente, Joana atingiu a idade de 82 anos e morreu em 28 de março de 1414 cercada de uma sólida reputação de santidade e foi sepultado na igreja franciscana. Infelizmente o seu túmulo foi profanado pelos calvinistas nas guerras de religião.
A sua fama de santidade era tão difundida, que os fiéis a veneravam espontaneamente. Como resultado, em apenas 12 meses foi instaurado o processo diocesano informativo para sua canonização. Mas, mesmo após a morte Joana tem que esperar: a sua beatificação só ocorreu muito mais tarde, em 1871, pelo Papa Pio IX.

Aparição de São Ivo à Beata Joana Maria de Maillé
A Beata relatou uma visão de São Ivo em uma época difícil de sua vida. A jovem baronesa tinha ficado viúva e fora expulsa do seu castelo pelos parentes, que alegavam que ela tinha encorajado a excessiva caridade de seu esposo, em detrimento do novo herdeiro. Após ser maltratada, inclusive pelo serviçal a quem tinha dado refúgio, ela voltou para a sua família em Tours.
A aparição é contada por dois historiadores da Ordem Terceira. São Ivo “aconselhou-a a deixar o mundo e a tomar o hábito que ele estava usando”. Outro biógrafo diz: “Se vós deixardes o mundo, gozareis, mesmo aqui na Terra, as alegrias do Paraíso”.
Os mesmos autores especulam se Joana não hesitou diante da perspectiva de renunciar a tudo. “Pobre pequena baronesa! Ela ficou amedrontada diante da prometida liberdade da pobreza e acreditou que poderia desfrutar da paz no último refúgio, seu lar. Mas a vontade de Deus era outra”.
Joana deve mesmo ter hesitado, pois somente depois de uma visão de Nossa Senhora, que repetiu o mesmo conselho, é que ela tomou o hábito da Ordem Terceira de São Francisco.













Livro de Salmos 22(21),8-9.17-18a.19-20.23-24.


Todos os que me vêm escarnecem de mim,
estendem os lábios e meneiam a cabeça:
«Confiou no Senhor, Ele que o livre,
Ele que o salve, se é seu amigo».

Matilhas de cães me rodearam,
cercou-me um bando de malfeitores.
Trespassaram as minhas mãos e os meus pés,
posso contar todos os meus ossos.

Repartiram entre si as minhas vestes
e deitaram sortes sobre a minha túnica.
Mas Vós, Senhor, não Vos afasteis de mim,
sois a minha força, apressai-Vos a socorrer-me.

Hei-de falar do vosso nome aos meus irmãos,
hei-de louvar-Vos no meio da assembleia.
Vós que temeis o Senhor, louvai-O,
glorificai-O, vós todos os filhos de Jacob,

reverenciai-O, vós todos os filhos de Israel.

Livro de Isaías 50,4-7.


O Senhor deu-me a graça de falar como um discípulo, para que eu saiba dizer uma palavra de alento aos que andam abatidos. Todas as manhãs Ele desperta os meus ouvidos, para eu escutar, como escutam os discípulos.
O Senhor Deus abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recuei um passo.
Apresentei as costas àqueles que me batiam e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam.
Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio, e por isso não fiquei envergonhado; tornei o meu rosto duro como pedra, e sei que não ficarei desiludido.

Domingo de Ramos


A liturgia deste último Domingo da Quaresma convida-nos a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-se servo dos homens, deixou-se matar para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos. A cruz (que a liturgia deste Domingo coloca no horizonte próximo de Jesus) apresenta-nos a lição suprema, o último passo desse caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a doação da vida por amor.
A primeira leitura apresenta-nos um profeta anónimo, chamado por Deus a testemunhar no meio das nações a Palavra da salvação. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta confiou em Deus e concretizou, com teimosa fidelidade, os projectos de Deus. Os primeiros cristãos viram neste "servo" a figura de Jesus.
A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de Cristo. Ele prescindiu do orgulho e da arrogância, para escolher a obediência ao Pai e o serviço aos homens, até ao dom da vida. É esse mesmo caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe.
O Evangelho convida-nos a contemplar a paixão e morte de Jesus: é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz, revela-se o amor de Deus - esse amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total.

sábado, 28 de março de 2015

«É melhor para nós morrer um só homem pelo povo»




Comentário do dia:

A fim de branquear a multidão, um só Se deixou escurecer […], porque «é melhor, diz a Escritura, que um só homem morra pelo povo». É bom que um só seja condenado «em carne semelhante à do pecado» (Rom 8,3), e que a raça não seja toda condenada pelo pecado. O esplendor da essência divina vela-Se sob a forma de escravo para salvar a vida do escravo. O brilho da vida eterna escurece na carne para purificar a carne. Para iluminar os filhos dos homens, o mais belo dos filhos dos homens (Sl 44,3) deve obscurecer-Se na sua Paixão, aceitar a vergonha da cruz. Exangue na morte, perde toda a beleza e toda a honra, para apresentar a Si mesmo a Igreja gloriosa, sem mancha nem ruga (Ef 5,27).
Mas, sob esta tenda negra (Ct 1,5) […], reconheço o rei. […] Reconheço-O e beijo-O. Vejo a sua glória que está no interior; adivinho o brilho da sua divindade, a beleza da sua força, o esplendor da sua graça, a pureza da sua inocência. Cobre-O a cor miserável da enfermidade humana; a sua face está como que escondida, agora que, para Se parecer connosco, Ele passou por provações como nós, mas não pecou.
Reconheço também a forma da nossa natureza impura, reconheço esta túnica de pele, a veste dos nossos primeiros pais (Gn 3,21). O meu Deus vestiu-Se com ela, tomando a forma do escravo, tornando-Se semelhante aos homens (Fil 2,7) e vestindo-Se como eles. Sob essa pele de cabrito, sinal do pecado com que Jacob se cobriu (Gn 27,16), reconheço a mão que não pecou, a nuca jamais curvada sob o domínio do mal. Eu sei, Senhor, que és por natureza manso e humilde de coração, acessível, pacífico, sorridente, tu que foste «ungido com óleo de alegria, mais do que os teus iguais» (Mt 11,29; Sl 44,8). De onde Te vem então essa rude semelhança com Esaú, essa horrível aparência do pecado? Ah, é a minha! […] Reconheço o meu bem e, debaixo da minha face, vejo o meu Deus, o meu Salvador.

São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
Sermão 28 sobre o Cântico dos Cânticos

Livro de Jeremias 31,10.11-12ab.13.


Escutai, ó povos, a palavra do Senhor
e anunciai-as às ilhas distantes:
Aquele que dispersou Israel vai reuni-lo
e guardá-lo como um pastor ao seu rebanho.

O Senhor resgatou Jacob
e libertou-o das mãos do seu dominador.
Regressarão com brados de alegria ao monte Sião,
acorrendo às bênçãos do Senhor.

Livro de Ezequiel 37,21-28.


Assim fala o Senhor Deus: «Vou tirar os filhos de Israel do meio das nações para onde foram, vou reuni-los de toda a parte, para os reconduzir à sua terra.
Farei deles um só povo, na sua terra, nas montanhas de Israel, e um só rei reinará sobre todos eles. Nunca mais tornarão a ser duas nações, nem ficarão divididos em dois reinos.
Não voltarão a manchar-se com os seus ídolos, com todas as suas abominações e pecados. Hei-de livrá-los de todas as infidelidades que cometeram e hei-de purificá-los, para que sejam o meu povo e Eu seja o seu Deus.
O meu servo David será o seu rei, o único pastor de todos eles. Caminharão segundo os meus mandamentos e obedecerão às minhas leis, pondo-as em prática.
Habitarão na terra que dei ao meu servo Jacob, a terra em que moraram os vossos pais. Aí habitarão eles e os seus filhos e os filhos dos seus filhos para sempre; e o meu servo David será o seu soberano para sempre.
Farei com eles uma aliança de paz, uma aliança eterna entre Mim e eles. Hei-de estabelecê-los, hei-de multiplicá-los e colocarei no meio deles o meu santuário para sempre.
A minha morada será no meio deles: serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
As nações saberão que Eu sou o Senhor, que santifico Israel, quando o meu santuário estiver no meio deles para sempre».

Santo do dia


Sabado, dia 28 de Março de 2015
Santo do dia : S. Sisto III, papa, +440, Santa Gisela, rainha, abadessa, +1065, S. Gontrão, rei e confessor, +514






S. Sixto III

O Papa Sisto III foi eleito em 31 de Julho de 432. Morreu a 18 de Agosto de 440.

Mostrou-se conciliador em relação aos nestorianos e velou pela conservação dos direitos da Santa Sé sobre a Ilíria - contra o Imperador do Oriente que queria torná-la dependente de Constantinopla. Restaurou as Basílicas de Santa Maria Maior e de S. Lourenço-fora-de-Muros.

Foi autor de várias epístolas.




Santa Gisela, rainha e abadessa

Era filha do duque bávaro, Henrique (O Briguento) e de Gisela de Barganha. Em 1096 os emissários de Geiza da Hungria vieram a sua casa, para alegria de seus pais, pedir sua mão em casamento. Gisela que se houvera consagrado a Deus no íntimo de seu coração não conseguiu alterar esta situação e assim mudou-se para a corte principesca húngara. Porem sua meta continuava a ser a de levar todo o povo para Cristo. Gisela foi coroada e ungida como primeira rainha cristã dos húngaros e com ela, seu marido Estevão que se converteu ao cristianismo por sua influência. Gisela ajudou na construção e nos reparos de Igrejas, construiu a Catedral de Vezprim para a qual doou ricos feudos. Mandou vir escultores da Grécia para embelezarem as Igrejas. Porém passou por grandes sacrifícios. Perdeu a primeira filha e, logo depois, o filho. Outras duas filhas se casaram e jamais as reviu por partirem para terras muito distantes. Seu filho Américo, que deveria suceder-lhe no trono real, também faleceu. Mais tardetambém ele foi canonizado pela sua santidade.


S. Gontrão

Era filho do Rei Clotaire e de Santa Clotilde. Foi coroado rei de Orleans e Burgonha em 561, enquanto seus irmãos Charibert reinavam em Paris e Sigebert em Metz.

Em geral a sua vida foi a de um pacificador. Ele protegeu os seus sobrinhos contra as maldades das rainhas Brunehault e Fredegunde.

Mas ele tinha períodos de intemperança. Divorciou-se de sua esposa Maercatrude e ordenou a execução do seu medico. Teve depois enorme remorso e lamentou esses pecados pelo resto da sua vida, por si próprio e pela sua nação. Jejuava, orava, chorava e oferecia-se ao Deus a quem tinha ofendido.

O seu reinado foi próspero e ele deu exemplos de como as máximas do Evangelho podiam ser usados efetivamente na política.
Foi o protetor dos oprimidos, ajudou os doentes, e cuidou dos parentes de seus súditos. Abriu a sua fortuna e a da coroa especialmente nos períodos da fome, seca e das pragas. Fez aplicar as leis de maneira justa e estrita, independente da pessoa, mas estava pronto a perdoar ofensas contra ele, incluído duas tentativas de assassinato.
Gontrão construiu magníficas igrejas e vários monastérios. São Gregório de Tours relata vários milagres feitos pelo Rei antes e após a sua morte, alguns que ele mesmo testemunhou. Na época de sua morte, em 28 de março de 592, Gontrão havia reinado por 31 anos e imediatamente seus súditos o aclamaram como santo. Ele foi enterrado na igreja de São Marcellus, a qual ele havia construído. Os Huguenots queimaram suas relíquias e espalharam as suas cinzas no século XVI, mas deixaram, em sua fúria, o crânio intocável. Ele está agora em uma caixa de prata na mesma igreja.
Na arte litúrgica da Igreja ele é representado como um rei encontrando um tesouro e dando-o para os pobres. Algumas vezes ele é mostrado com três bolsas de tesouros perto dele, um globo e uma cruz.
Ele é o padroeiro dos divorciados, dos guardiões e dos assassinos arrependidos












Evangelho segundo S. João 11,45-56.


Naquele tempo, muitos judeus que tinham vindo visitar Maria, para lhe apresentarem condolências pela morte de Lázaro, ao verem o que Jesus fizera, ressuscitando-o dos mortos, acreditaram n’Ele.
Alguns deles, porém, foram ter com os fariseus e contaram-lhes o que Jesus tinha feito.
Então os príncipes dos sacerdotes e os fariseus reuniram conselho e disseram: «Que havemos de fazer, uma vez que este homem realiza tantos milagres?
Se O deixamos continuar assim, todos acreditarão n’Ele; e virão os romanos destruir-nos o nosso Lugar santo e toda a nação».
Então Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, disse-lhes: «Vós não sabeis nada.
Não compreendeis que é melhor para nós morrer um só homem pelo povo do que perecer a nação inteira?»
Não disse isto por si próprio; mas, porque era sumo sacerdote nesse ano, profetizou que Jesus havia de morrer pela nação;
e não só pela nação, mas também para congregar na unidade todos os filhos de Deus que andavam dispersos.
A partir desse dia, decidiram matar Jesus.
Por isso Jesus já não andava abertamente entre os judeus, mas retirou-Se para uma região próxima do deserto, para uma cidade chamada Efraim, e aí permaneceu com os discípulos.
Entretanto, estava próxima a Páscoa dos judeus e muitos subiram da província a Jerusalém, para se purificarem, antes da Páscoa.
Procuravam então Jesus e perguntavam uns aos outros no templo: «Que vos parece? Ele não virá à festa?»

sexta-feira, 27 de março de 2015

«Está escrito na vossa Lei: "Eu disse: vós sois deuses"»





Comentário do dia:

«Deus disse: façamos o homem à nossa imagem, à nossa semelhança» (Gn 1,26). Como se o Criador entrasse em Si mesmo; como se, criando, não chamasse apenas do nada à existência dizendo: «Faça-se!», mas, de uma maneira particular, tirasse o homem do mistério do seu próprio ser. E é compreensível que assim fosse, porque não se tratava somente do ser, mas da imagem. A imagem deve reflectir; deve reproduzir, em certo sentido, a substância do seu protótipo. [...] É evidente que esta semelhança não deve ser entendida como um «retrato», mas como o facto de este ser vivo ter uma vida semelhante à de Deus. [...]


Definindo o homem como «imagem de Deus», o livro do Génesis mostra aquilo pelo qual o homem é homem, aquilo pelo qual é um ser distinto de todas as outras criaturas do mundo visível. A ciência, sabemo-lo, fez e continua a fazer, nos diferentes domínios, numerosas tentativas para mostrar as ligações do homem com o mundo natural, para mostrar a sua dependência deste mundo, a fim de o inserir na história da evolução das diferentes espécies.


Respeitando totalmente essas investigações, não nos podemos limitar a elas. Se analisarmos o homem no mais profundo do seu ser, veremos que ele é mais diferente do que semelhante ao mundo da natureza. É igualmente neste sentido que procedem a antropologia e a filosofia, quando procuram analisar e compreender a inteligência, a liberdade, a consciência e a espiritualidade do homem. O livro do Génesis parece ir à frente de todas estas experiências da ciência e, ao dizer do homem que ele é «imagem de Deus», faz-nos compreender que a resposta ao mistério da sua humanidade não deve ser procurada na sua semelhança com o mundo da natureza. O homem assemelha-se mais a Deus que à natureza. É neste sentido que o salmo diz: «Vós sois deuses!» (Sl 82,6), palavras que Jesus retomará.

São João Paulo II (1920-2005), papa
Audiência Geral 6/12/79

Evangelho segundo S. João 10,31-42.


Naquele tempo, os judeus agarraram em pedras para apedrejarem Jesus.
Então Jesus disse-lhes: «Apresentei-vos muitas boas obras, da parte de meu Pai. Por qual dessas obras Me quereis apedrejar?»
Responderam os judeus: «Não é por qualquer boa obra que Te queremos apedrejar: é por blasfémia, porque Tu, sendo homem, Te fazes Deus».
Disse-lhes Jesus: «Não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: vós sois deuses’?
Se a Lei chama ‘deuses’ a quem a palavra de Deus se dirigia, e a Escritura não pode abolir-se
de Mim, que o Pai consagrou e enviou ao mundo, vós dizeis: ‘Estás a blasfemar’, por Eu ter dito: ‘Sou Filho de Deus’!»
Se não faço as obras de meu Pai, não acrediteis.
Mas se as faço, embora não acrediteis em Mim, acreditai nas minhas obras, para reconhecerdes e saberdes que o Pai está em Mim e Eu estou no Pai».
De novo procuraram prendê-l’O, mas Ele escapou-Se das suas mãos.
Jesus retirou-Se novamente para além do Jordão, para o local onde anteriormente João tinha estado a batizar e lá permaneceu.
Muitos foram ter com Ele e diziam: «É certo que João não fez nenhum milagre, mas tudo o que disse deste homem era verdade».
E muitos ali acreditaram em Jesus.


Livro de Salmos 18(17),2-3a.3bc-4.5-6.7.


Eu Vos amo, Senhor, minha força,
minha fortaleza, meu refúgio e meu libertador.


Meu Deus, auxílio em que ponho a minha confiança,
sois meu protetor, minha defesa e meu salvador.
Invoquei o Senhor — louvado seja Ele —

e fiquei salvo de meus inimigos.
Cercaram-me as ondas da morte
e encheram-me de terror as torrentes malignas;

envolveram-me em laços funestos
e a morte prendeu-me em suas redes.
Na minha aflição invoquei o Senhor

e clamei pelo meu Deus.
Do seu templo Ele ouviu a minha voz
e o meu clamor chegou aos seus ouvidos.

Livro de Jeremias 20,10-13.


Disse Jeremias: «Eu ouvia as inventivas da multidão: ‘Terror por toda a parte! Denunciai-o, vamos denunciá-lo!’ Todos os meus amigos esperavam que eu desse um passo em falso: ‘Talvez ele se deixe enganar e assim o poderemos dominar e nos vingaremos dele’.
Mas o Senhor está comigo como herói poderoso e os meus perseguidores cairão vencidos. Ficarão cheios de vergonha pelo seu fracasso, ignomínia eterna que não será esquecida.
Senhor do Universo, que sondais o justo e perscrutais os rins e o coração, possa eu ver o castigo que dareis a essa gente, pois a Vós confiei a minha causa.
Cantai ao Senhor, louvai o Senhor, que salvou a vida do pobre das mãos dos perversos».

Santo do dia

Sexta-feira, dia 27 de Março de 2015


Santo do dia : Santo Alberto Chmielowski, religioso, fundador, +1916, S. João do Egipto, eremita, +374, S. João Damasceno, presbítero, Doutor da Igreja, +749, Santo Alexandre, patriarca de Alexandria, +326


Santo Alberto Chmielowski

Nasceu a 20 de Agosto de 1845, como primogénito de Alberto Chmielowki e de Josefa Borzylawska e foi batizado a 26 desse mês, com o nome de Adão Hilário Bernardo.
A família era abastada, detentora de enormes quintas.
Aos sete anos, perdeu o pai. A mãe mudou-se para Varsóvia, onde Adão prosseguiu os estudos, primeiro, na escola de cadetes, depois no instituto de agronomia, para melhor se dedicar à sua lavoura.
Pelos 18 anos, participou na insurreição contra o domínio do Czar. Foi ferido, na batalha de Melchow e levado prisioneiro. No cárcere, foi-lhe amputada uma das pernas, operação que aguentou com heróica valentia. Volvido um ano, conseguiu fugir clandestinamente e matriculou-se em Paris, numa academia de pintura. Passou à Bélgica e caminhou para o Mónaco, regressando depois a Varsóvia onde completou a formatura em pintura e arquitectura.
As suas telas tornaram-no muito popular e conhecido. Entretanto, começou a preocupar-se e a afligir-se com os necessitados e pobres.
Em 1880, entrou na Companhia de Jesus cujo noviciado abandonou, atormentado por escrúpulos e achacado por séria enfermidade. Refeito da doença, hospedou-se em Cracóvia, fazendo-se pobre com os pobres, à semelhança de Cristo que de tudo se despojou para enriquecer os outros. Ia distribuindo os haveres ganhos com os trabalhos de pintor notável pelos mais carenciados que reunia nos albergues públicos, onde ele também dormia.
Tornado franciscano da Ordem Terceira, vestido com o hábito de burel, prosseguiu na sua caridade para com os indigentes.
Como não se sentisse capaz de sozinho socorrer tantos pobres, com a aprovação do bispo de Cracóvia, juntou alguns companheiros e lança, deste modo, os fundamentos de uma nova congregação, os Servos dos Pobres, mudando o seu nome para Alberto, ao fazer os seus votos de pobreza, castidade e obediência.
Não escreveu nenhuma Regra, mas o seu exemplo e proceder foram incentivo e modelo inédito de viver à maneira de Cristo.
Construiu oficinas várias, para os necessitados poderem ganhar alguma coisa e reconstituírem a vida. Jamais aceitou bens imóveis ou auxílios económicos estáveis. Vivendo em casas do Estado ou da Diocese, limita-se a receber o que lhe iam dando, dia a dia. Nos albergues acolhia todos os infelizes, sem cuidar de saber a sua origem, raça, etnia ou religião.
A 15 de Janeiro de 1891, ao reparar nas necessidades de tantas mulheres e raparigas, com a cooperação de Ana Francisca Lubanska e Maria Cunegundes Silokowka, seduzidas pelo seu exemplo, fundou um ramo feminino da sua associação, para que alimentassem as famintas e as acolhessem em abrigos decentes, sobretudo nos casos de epidemias.
Com palavras de ânimo e conselhos apropriados, com pregações sobre os desajustamentos sociais, vincando a obrigação de todos, sobretudo os mais favorecidos em riquezas, ajudarem os ignorantes e miseráveis, Santo Alberto não só formava os seus seguidores como suscitava nos ricos um desprendimento que os impulsionava a uma generosa caridade.
A 25 de Dezembro de 1916, já com várias comunidades ao serviço dos pobres e com mais de uma centena de discípulos, entregou a sua alma a Deus.


S. João do Egito

Nasceu por volta do ano 305 no Egito. De família pobre, trabalhou como carpinteiro até os 25 anos quando deixou tudo e abraçou a vida de eremita. Adotou como seu guia espiritual um eremita mais velho. Um dia, a fim de pôr à prova sua obediência, este mandou o mais jovem regar um galho seco fincado no chão. E isto ele o fez por mais de um ano. Como se tal não bastasse, pediu-lhe também que movesse um enorme rochedo. São João do Egito tudo cumpriu com solicitude e humildade. Depois da morte do ancião, São João refugiou-se numa montanha na região de Licópolis. Ali construiu três celas que se comunicavam entre si: uma para dormir, outra para as refeições e o trabalho e a última para orações. Viveu ali 40 anos, abençoando o povo que ia à sua procura. São João morreu por volta do ano 374, com 89 anos de idade. É chamado o "Profeta do Egito".




S. João Damasceno

João de Damasceno nasceu mais ou menos na metade do século VII de família árabe cristã e morreu em 749. É considerado o último representante da patrística grega e equivalente oriental de Santo Isidoro de Sevilha, por suas obras monumentais como " A Fonte do Conhecimento". A sua actividade literária é multiforme: passeia com autoridade da poesia à liturgia, da eloquência à filosofia e à apologética. Filho de um alto funcionário do califa de Damasco, João foi companheiro de brinquedos do príncipe Yazid, que mais tarde o promoveu ao mesmo encargo do pai, que corresponde mais ou menos ao de ministro das finanças. Na qualidade de Logoteta, foi representante civil da comunidade cristã junto às autoridades árabes.
A um determinado ponto João deixou a corte, demitindo-se do alto cargo, provavelmente pelas tendências anti-cristãs do califa. Em companhia do irmão Cosme, futuro bispo de Maiouma, retirou-se para o mosteiro de São Sabas, preparando-se para o cargo de regedor titular da basílica do Santo Sepulcro.

Santo Alexandre

Santo Alexandre governou a Igreja em Alexandria. Alexandre, santo bispo, esteve zelando pelo rebanho de Cristo e, principalmente, cuidando do alimento doutrinal que começou a ser ameaçado pelo Arianismo.

Ário era um sacerdote de Alexandria, que começou a espalhar uma mentira, afirmando que somente o Pai poderia ser chamado Deus, enquanto que Cristo é inferior ao Pai, distinto d'Ele por natureza. Seria portanto, uma criatura, excelente e superior às demais, mas não divina, nem eterna.

O bispo Alexandre fez a Ário várias correções, mas este, irreversível, não deixou de envenenar os cristãos, mesmo depois de saber da condenação da sua doutrina. Santo Alexandre, um ano antes de sua morte, juntamente com o imperador Constantino e principalmente com o Papa da época, foram os responsáveis pela realização do Concílio Ecumênico em Nicéia, Ásia Menor, que definitivamente condenou a heresia e definiu: "Filho Unigénito do Pai... Consubstancial ao Pai".















quinta-feira, 26 de março de 2015

«Abraão exultou pensando em ver o meu dia; viu-o e ficou feliz»




Comentário do dia

«Abraão, vosso pai, exultou pensando em ver o meu dia; viu-o e ficou feliz.» Que quer isto dizer? «Abraão acreditou em Deus e isso foi-lhe atribuído à conta de justiça» (Gn 15,6; Rom 4,3). Em primeiro lugar acreditou que Ele era o criador do céu e da terra, o Deus único; depois, que Ele tornaria a sua posteridade semelhante às estrelas do céu (Gn 15,5). Paulo também o diz: «como astros no mundo» (Fil 2,15). Portanto, foi a justo título que, deixando toda a sua parentela deste mundo, ele seguiu a Palavra de Deus, tornando-se estrangeiro com o Verbo, a fim de se tornar cidadão com o Verbo, o Filho de Deus (cf Ef 2,19). Foi também a título de justiça que os apóstolos, descendentes de Abraão, deixaram o barco e o seu pai e seguiram o Verbo (Mt 4,22). E é a justo título que nós, que temos a mesma fé de Abraão, tomando a nossa cruz tal como Isaac levou a lenha, seguimos este mesmo Verbo (Gn 22,6; Mt 16,24).


Porque em Abraão, o homem já tinha aprendido e já se tinha acostumado a seguir o Verbo de Deus. Na sua fé, com efeito, Abraão observou o mandamento da Palavra de Deus e não hesitou em entregar «o seu único e amado filho» em sacrifício a Deus (Gn 22,2), a fim de que Deus também aceitasse, em favor da toda a sua posteridade, entregar o seu bem-amado Filho único em sacrifício pela nossa redenção (Rom 8,32).


E como Abraão foi profeta e viu no Espírito o dia da vinda do Senhor e o desígnio da sua Paixão, quer dizer, a salvação para si mesmo e para todos aqueles que, como ele, cressem em Deus, estremeceu com grande alegria. O Senhor Jesus Cristo não era, portanto, desconhecido de Abraão, visto que este desejou ver o seu dia. E foi assim que, instruído pelo Verbo, Abraão também conheceu o Pai do Senhor e acreditou nele. […] Por isso disse: «Ergo a minha mão para o Senhor, o Deus Altíssimo que criou os céus e a Terra» (Gn 14,22).

Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo, mártir
Contra as heresias


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Evangelho segundo S. João 8,51-59.


Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: «Em verdade, em verdade vos digo: Se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte».
Responderam-Lhe os judeus: «Agora sabemos que tens o demónio. Abraão morreu, os profetas também, mas Tu dizes: ‘Se alguém guardar a minha palavra, nunca sofrerá a morte’.
Serás Tu maior do que o nosso pai Abraão, que morreu? E os profetas também morreram. Quem pretendes ser?»
Disse-lhes Jesus: «Se Eu Me glorificar a Mim próprio, a minha glória não vale nada. Quem Me glorifica é meu Pai, Aquele de quem dizeis: ‘É o nosso Deus’.
Vós não O conheceis, mas Eu conheço-O; e se dissesse que não O conhecia, seria mentiroso como vós. Mas Eu conheço-O e guardo a sua palavra.
Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia; ele viu-o e exultou de alegria».
Disseram-Lhe então os judeus: «Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão?!»
Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Antes de Abraão existir, ‘Eu sou’».
Então agarraram em pedras para apedrejarem Jesus, mas Ele ocultou-Se e saiu do templo.

Livro de Salmos 105(104),4-5.6-7.8-9.


Procurai o Senhor e o seu poder,
buscai sempre a sua face.
Recordai as suas maravilhas,
os seus prodígios e os oráculos da sua boca.

Descendentes de Abraão, seu servo,
filhos de Jacob, seu eleito,
O Senhor é o nosso Deus
e as suas sentenças são lei em toda a terra.

Ele recorda sempre a sua aliança,
a palavra que empenhou para mil gerações,
o pacto que estabeleceu com Abraão,
o juramento que fez a Isaac.


Livro de Génesis 17,3-9.


Naqueles dias, Abrão caiu de rosto por terra e Deus falou-lhe assim:
«Esta é a minha aliança contigo: Serás pai de um grande número de nações.
Já não te chamarás Abrão, mas Abraão será o teu nome, porque farei de ti o pai de um grande número de nações.
Farei que tenhas incontável descendência que dês origem a povos e de ti sairão reis.
Estabelecerei a minha aliança contigo e com a tua descendência, de geração em geração. Será uma aliança perpétua, para que Eu seja o teu Deus e o Deus dos teus futuros descendentes.
A ti e à tua futura descendência darei a terra em que tens habitado como estrangeiro, toda a terra de Canaã, em posse perpétua. Serei o vosso Deus».
Deus disse ainda a Abraão: «Guardarás a minha aliança, tu e a tua descendência futura de geração em geração».

Santo do dia


Quinta-feira, dia 26 de Março de 2015
Santo do dia : Santos Emanuel e companheiros mártires, séc. V?, S. Ludgero, bispo, +809, S. Bráulio de Saragoça, bispo, +651



S. Ludgero


Nasceu em 743 em Zuilen, Friesland (moderna Holanda).

Filho de uma família nobre, era irmão dos Santos Gerburgis e Hildegrin. Ouviu São Bonifácio pregar em 753 e decidiu entrar para a vida religiosa. Estudou sob a direção de São Gregório de Ultrecht (do qual escreveu a biografia). Estudou na Inglaterra três anos sob a direcção de Santo Alcuino, diácono.

Regressou à Holanda em 773 como missionário. Foi enviado a Deventer em 775 para restaurar uma capela destruída pelos pagãos saxões e recuperar as relíquias de São Lebwin que havia construído a capela. Destruiu ídolos pagãos e locais de cultos pagãos na área oeste de Lauwers Zee e aquela região tornou-se cristã após a sua estadia. Notável pregador. Ensinou na escola de Ultrecht .
Foi ordenado em Colonia em 777 e foi missionário em Friesland, principalmente ao redor de Ostergau e Dokkum de 777 até 784. Voltava cada outono para Ultrecht para ensinar na escola da Catedral. Deixou a área em 784 quando os Saxões invadiram e expulsaram todos os padres.

Peregrino a Roma em 785, encontrou-se com o Papa Adraino I e os dois trocaram conselhos. Viveu como monge beneditino em Monte Casino de 785 a 787 mas não tomou os votos. A pedido de Carlos Magno, retornou a Friesland como missionário. Foi uma expedição bem sucedida e ele construiu um Mosteiro em Weden para servir de base às suas jornadas. Diz a tradição que curou vários cegos.

Construiu um Mosteiro em Mimigernaford como centro do trabalho missionário e serviu como Abade. A palavra “monasterium” deu o nome à cidade que cresceu ao redor da casa: Munster. Construiu várias pequenas capelas em toda a região. Foi o primeiro Bispo de Munster em 804, sendo consagrado em Westphalia.


Sua saúde piorou nos últimos anos, mas ele nunca reduzia a sua carga de trabalho. Não interessava quão perigosa ou trabalhosa fosse a sua vida fora do Mosteiro, Lugero nunca deixou de ter tempo para as orações e meditações.
Faleceu na tarde de 26 de março de 809 (sábado da Paixão) de causas naturais e foi enterrado em Werden.

O seu túmulo tornou-se local de peregrinação e vários milagres foram creditados por sua intercessão. Assim as suas relíquias foram trasladadas para a Catedral de Munster onde tem o seu santuário.


São Bráulio

"Todo o escriba que se torna discípulo do Reino dos Céus é semelhante a um pai de família, que do seu tesouro tira coisas novas e velhas" (Mt 13,52).
Em Saragoça, na Espanha, venera-se hoje um grande bispo: São Bráulio. O seu mérito consistiu sobretudo em ter desempenhado um papel decisivo nos Concílios, sobretudo como Bispo de Saragoça, nos anos de 631 a 651.
São Bráulio é considerado um dos maiores discípulos do grande Santo espanhol, Isidoro de Sevilha, venerado com incrível fervor, na Capital da Espanha e em todo aquele país.
As glórias terrenas, os louvores e o poder não o tinham apegado à terra. Soube remontar-se às alturas e vivia da esperança cristã, que põe os bens acima das nuvens, para além da morte. A verdadeira sabedoria, que aprendeu em tantos livros e manuscristos antigos e novos, e pela qual trabalhou tanto, a ponto de ficar cego no fim da vida, deu-lhe o verdadeira sentido da vida presente, que é o caminho para a outra, a eterna.

Numa carta escrita a sua irmã Pampónia diz: "O tempo foge insensivelmente, a morte aproxima-se em segredo, e a nossa cega esperança não vê senão as alegrias da vida. Felizes aqueles cuja a alegria é Deus, e cujo gozo repousa na futura bem-aveturança!"
Parte para junto de Deus pelo ano de 651.


quarta-feira, 25 de março de 2015

«Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática» (Lc 8,21)



Comentário do dia:

Deus quer servir-Se de instrumentos para fazer as suas obras. […] Deus, que nos deu uma vontade livre, quer que O sirvamos livremente como instrumentos, ajustando a nossa vontade à sua, do mesmo modo que sua Santíssima Mãe, quando diz: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a sua palavra.» A expressão «faça-se em mim» deve ressoar constantemente nos nossos lábios, pois entre a vontade da Imaculada e a nossa deve existir uma harmonia completa. Então que devemos fazer? Deixemo-nos conduzir por Maria e nada teremos a temer.

São Maximiliano Kolbe (1894-1941), franciscano, mártir
Conferência de 13/06/1933


Quadro: A Anunciação - Leonardo da Vinci - 1472-1475

Evangelho segundo S. Lucas 1,26-38.


Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré,
a uma Virgem desposada com um homem chamado José, que era descendente de David. O nome da Virgem era Maria.
Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo».
Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria aquela.
Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus.
Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus.
Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David;
reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim».
Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não conheço homem?».
O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus.
E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril;
porque a Deus nada é impossível».
Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra».

Carta aos Hebreus 10,4-10.


Irmãos: É impossível que o sangue de touros e cabritos perdoe os pecados.
Por isso, ao entrar no mundo, Cristo disse: «Não quiseste sacrifícios nem oblações, mas formaste-Me um corpo.
Não Te agradaram holocaustos nem imolações pelo pecado.
Então Eu disse: ‘Eis-Me aqui; no livro sagrado está escrito a meu respeito: Eu venho, meu Deus, para fazer a tua vontade’».
Primeiro disse: «Não quiseste sacrifícios nem oblações, não Te agradaram holocaustos nem imolações pelo pecado». E no entanto, eles são oferecidos segundo a Lei.
Depois acrescenta: «Eis-Me aqui: Eu venho para fazer a tua vontade». Assim aboliu o primeiro culto para estabelecer o segundo.
É em virtude dessa vontade que nós somos santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita de uma vez para sempre.

Livro de Salmos 40(39),7-8a.8b-9.10.11.


Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações,
mas abristes-me os ouvidos;
não pedistes holocaustos nem expiações,
então clamei: «Aqui estou.

De mim está escrito no livro da Lei
que faça a vossa vontade.
Assim o quero, ó meu Deus,
a vossa lei está no meu coração».

Proclamei a justiça na grande assembleia,
não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis.
Não escondi a vossa justiça no fundo do coração,
proclamei a vossa fidelidade e salvação.

Não ocultei a vossa bondade e fidelidade
no meio da grande assembleia.


Livro de Isaías 7,10-14.8,10b.


Naqueles dias, o Senhor mandou ao rei Acaz a seguinte mensagem:
«Pede um sinal ao Senhor teu Deus, quer nas profundezas do abismo, quer lá em cima nas alturas».
Acaz respondeu: «Não pedirei, não porei o Senhor à prova».
Então Isaías disse: «Escutai, casa de David: Não vos basta que andeis a molestar os homens para quererdes também molestar o meu Deus?
Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: a virgem conceberá e dará à luz um filho e o seu nome será ‘Emanuel’,
porque Deus está connosco».

Santo do dia


Quarta-feira, dia 25 de Março de 2015
ANUNCIAÇÃO DO SENHOR, solenidad
Festa da Igreja : Anunciação do Senhor (ofício próprio)
Santo do dia : S. Tarásio, patriarca de Constantinopla, séc. VIII



Anunciação do Senhor

Deus que, no decorrer dos séculos, tinha encarregado os profetas de transmitir aos homens a Sua palavra, ao chegar a plenitude dos tempos, determina enviar-lhes o Seu próprio Filho, o Seu Verbo, a Palavra feita Carne. Contudo, o Pai das misericórdias quis que a Incarnação fosse precedida da aceitação por parte daquela que Ele predestinara para Mãe, para que, «assim como uma mulher contribuiu para a morte, também outra mulher contribuísse para a vida « (Lumen Gentium, 56). No momento da Anunciação, através do Anjo Gabriel, Deus expõe a Maria os Seus desígnios. E Maria, livre, consciente e generosamente, aceita a vontade do Senhor a seu respeito, realizando-se assim o mistério da Incarnação do Verbo. Nesse momento, com efeito, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade começa a Sua existência humana. O filho de Deus faz-Se Filho do Homem. O Deus Altíssimo torna-Se o «Deus connosco». Ao celebrar este mistério, precisamente nove meses antes do Natal, a Solenidade da Anunciação orienta-nos já para o Nascimento de Cristo. No entanto, a Incarnação está intimamente unida à Redenção. Por isso, as Leituras (especialmente a segunda) introduzem-nos já no Mistério da Páscoa. Essencialmente festa do Senhor, a Anunciação não pode deixar de ser, ao mesmo tempo, ao mesmo tempo, uma festa perfeitamente mariana. Na verdade, foi pelo sim de Maria que a Incarnação se realização, a nova Aliança se estabeleceu e a Redenção do mundo pecador ficou assegurada.


São Tarásio

São Tarásio nasceu no ano 730. Recebeu uma ótima educação cristã e literária; tinha como pai, o prefeito de Constantinopla. Tarásio era de carácter zeloso, de tal forma que foi nomeado pelo imperador para um alto cargo imperial.

Enfrentou, em Deus, todas as tentações próprias da sociedade, cheia de luxo. No século VIII, foi a heresia iconoclasta promovida pelo imperador Leão que, não a compreendendo, aponta o culto às imagens como uma prática de idolatria.

Ao assumir o patriarcado, São Tarásio, em comunhão com o Papa, combateu e conseguiu condenar esta heresia num Concílio. Cuidadoso com suas ovelhas, tinha um grande espírito de serviço, a ponto de dizer, ao ser questionado pelo seu especial cuidado para com os pobres: "Minha única ambição é imitar Nosso Senhor Jesus Cristo, que viveu para servir e não para ser servido".



terça-feira, 24 de março de 2015

«Quando tiverdes erguido ao alto o Filho do Homem, então ficareis a saber que Eu sou»

Comentário do dia:


Alguém poderia perguntar: se Cristo vinha entregar o seu corpo à morte por todos, porque não o fez simplesmente como um homem, porque foi a ponto de o fazer crucificar? Poder-se-ia dizer que era mais conveniente para Ele abandonar o seu corpo com dignidade, do que sofrer o ultraje de tal morte. Mas trata-se de uma objecção demasiado humana; ora, o que aconteceu ao Salvador é verdadeiramente divino e digno da sua divindade por várias razões.


Primeiro, porque a morte que acontece aos homens chega-lhes por causa da fraqueza da sua natureza; não podendo durar muito tempo, eles vão-se desintegrando: contraem doenças e, tendo perdido as suas forças, morrem. Mas o Senhor não é fraco; ele é o Poder de Deus, ele é a Palavra de Deus e a própria Vida. Se tivesse abandonado o seu corpo em privado, numa cama, à maneira dos homens, pensaríamos […] que não tinha nada a mais que os outros homens. […] Não convinha que o Senhor estivesse doente, Ele que curava as doenças dos outros. […]


Mas então, porque não descartou Ele a morte como descartou a doença? Porque tinha um corpo precisamente para isso, e para não estorvar a ressurreição. […] Mas, poderá alguém dizer, Ele devia ter evitado as intrigas dos seus inimigos, para manter o seu corpo completamente imortal. Mas também isso não era adequado ao Senhor. Tal como não era digno da Palavra de Deus, que era a Vida, dar a morte ao seu corpo por sua própria iniciativa, também não Lhe convinha fugir da morte dada por outros. […] Tal atitude não era uma fraqueza do Verbo; antes, dava-O a conhecer como Salvador e como Vida. […] O Salvador não veio extinguir a sua própria, morte mas a dos homens.

Santo Atanásio (295-373), bispo de Alexandria, doutor da Igreja
Sobre a Encarnação do Verbo, 21-22