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quarta-feira, 16 de julho de 2014
Caminhos para a simplicidade
«Porque não se converteram»
Que tortuosos caminhos temos de percorrer para alcançar a simplicidade! […] Muitas vezes, se não praticamos esta virtude, é devido ao nosso modo de ser complicado, que rejeita a simplicidade. Muitas vezes, não conseguimos entender a grandiosidade que se esconde num ato de simplicidade. Procuramos o que é grandioso no que é complicado; buscamos a magnificência das coisas na sua dificuldade […]
A virtude, Deus, a vida interior: que difícil me parecia viver tudo isto! Agora, não é que tenha a virtude, ou que o meu conhecimento de Deus e da vida espiritual esteja completamente claro, mas vi que alcançamos tudo isso justamente ao contrário, pela simplicidade de coração e pela pureza de espírito. […] Sim, é verdade: para alcançar a virtude não é necessário fazer um plano de caminho, nem dedicarmo-nos a grandes estudos; basta o simples ato de querer; muitas vezes, basta a simples vontade. Então, porque não alcançamos a virtude mais vezes? Porque não somos simples; porque complicamos os nossos desejos; porque, devido à nossa falta de vontade, tudo o que queremos se torna difícil. Ela deixa-se levar pelo que lhe agrada, pelo que é cômodo, pelo que não é necessário, e muitas vezes por desejos desordenados. […] Se quiséssemos, seriamos santos, e é muito mais difícil ser engenheiro do que ser santo.
São Rafael Arnaiz Barón (1911-1938), monge trapista espanhol
Escritos espirituais, 1937/01/25
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