quinta-feira, 31 de julho de 2014

Quem está em Cristo é nova criatura.


 
A igreja, lugar de vida

A igreja é o povo chamado por Deus das trevas para a luz, da escravidão para a liberdade, do pecado para a santidade, da perdição para a salvação. O homem natural está longe de Deus, é rebelde contra Deus, e está morto em seus delitos e pecados. Ninguém vem a Deus por si mesmo. Ninguém pode vir a Cristo se o Pai não o trouxer. É Deus quem opera no homem tanto o querer quanto o realizar. É Deus quem tira a viseira dos seus olhos e o tampão dos seus ouvidos. É Deus quem abre o coração e dá o arrependimento para a vida. É Deus quem dá a fé salvadora e justifica o pecador.

A igreja é o povo chamado do mundo para um relacionamento particular com Deus. Somos adotados na família de Deus. Somos filhos de Deus, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo. Fomos chamados para um lugar de vida e não para as sombras da morte. Fomos chamados para vivermos de forma abundante e superlativa e não para nos apresentarmos no palco do mundo com um arremedo de vida. Fomos chamados para a liberdade em Cristo e não para colocarmos novamente nosso pescoço no jugo da escravidão.

A igreja é um lugar de vida, e nós podemos usufruir essa vida abundante, por três razões: Em primeiro lugar, porque aqueles que estão em Cristo ao olharem para o passado têm convicção de que seus pecados foram perdoados. Todo aquele que pela fé veio a Cristo, e o recebeu como Salvador foi justificado e não pesa mais sobre ele nenhuma condenação. Com respeito à justificação foi liberto da condenação do pecado. Seus pecados foram cancelados. Sua dívida foi paga. A lei foi plenamente cumprida e as demandas da justiça satisfeitas. Quem está em Cristo é nova criatura. Recebe um novo coração, uma nova mente, uma nova vida, uma nova família, uma nova pátria. Nosso passado foi passado a limpo e fomos lavados no sangue de Jesus e, agora, temos uma nova vida, sem as peias da culpa.

Comunhão, solidariedade
Em segundo lugar, porque aqueles que estão em Cristo ao olharem para o presente têm convicção de que podem viver estribados no poder de Deus. Aquele que está em Cristo não está mais debaixo do poder do pecado. Não é mais escravo do pecado. O poder que opera nele não é mais o poder da morte, mas o poder da ressurreição. Nele habita plenamente a palavra de Cristo. Ele foi feito templo do Espírito Santo. Cristo habita em seu coração pela fé. Ele morreu para o pecado e, agora, está vivo para Deus. A suprema grandeza do poder de Deus está à sua disposição para viver vitoriosamente, pois com respeito à santificação foi liberto do poder do pecado.

Em terceiro lugar, porque aqueles que estão em Cristo ao olharem para o futuro têm convicção de que caminham para a glória. O nosso futuro já está determinado. E determinado não por um destino cego, mas pelo Deus onipotente. Aqueles que Deus conheceu, predestinou, chamou e justificou, a esses Deus também glorificou. Nossa glorificação é um fato futuro, mas na mente de Deus e nos decretos de Deus já está consumado. Não caminhamos para um ocaso lúgubre, mas para a eternidade bendita. Não marchamos para um túmulo gelado, mas para a ressurreição gloriosa. Não nos assombramos diante de um futuro incerto, mas gloriamo-nos na esperança da glória de Deus. Receberemos um corpo semelhante ao corpo da glória de Cristo. Viveremos e reinaremos com Cristo por toda a eternidade. Deus, então, enxugará dos nossos olhos toda a lágrima, porque com respeito à glorificação seremos libertos da presença do pecado.

Rev. Hernandes Dias Lopes, extraído de http://hernandesdiaslopes.com.br/
Postado por Igreja Presbiteriana de Manhumirim 

«A fé e as obras»

Imitar a paciência do Senhor

Nosso Senhor foi um modelo incomparável de paciência: aguentou um «demônio» entre os seus discípulos até à sua Paixão (Jo 6,70). Dizia Ele: «Deixai um e outro crescer juntos, até à ceifa, para que não suceda que, ao apanhardes o joio, arranqueis o trigo ao mesmo tempo» (cf Mt 13,29). Tendo a rede como símbolo da Igreja, predisse que esta traria para a praia, quer dizer, até ao fim do mundo, toda a espécie de peixes, bons e maus. E deu a conhecer de muitas outras maneiras, tanto abertamente como através de parábolas, que haveria sempre essa mistura de bons e maus. E, no entanto, afirmou que é necessário vigiar pela disciplina na Igreja quando disse: «Se o teu irmão pecar, vai ter com ele e repreende-o a sós. Se te der ouvidos, terás ganho o teu irmão» (Mt 18,15) […]


Mas hoje vemos pessoas que só tomam em consideração os preceitos rigorosos, que mandam reprimir os que causam perturbação, que ordenam que «não se deem aos cães as coisas santas», que se «tratem como aos publicanos» aqueles que desprezam a Igreja, que se repudiem do seu corpo os membros escandalosos (Mt 7,6; 18,17; 5,30). O seu zelo intempestivo causa muita tribulação à Igreja, porque desejariam arrancar o joio antes do tempo e a sua cegueira faz deles próprios inimigos da unidade de Jesus Cristo. […]


Tomemos cuidado em não deixarmos entrar no nosso coração estes pensamentos presunçosos, em não procurarmos destacar-nos dos pecadores para não nos sujarmos com o seu contato, em não tentarmos formar como que um rebanho de discípulos puros e santos. Sob o pretexto de não frequentarmos os maus, conseguiríamos apenas romper a unidade. Pelo contrário, recordemo-nos das parábolas da Escritura, dessas palavras inspiradas, desses exemplos tocantes, onde se nos demonstra que os maus estarão sempre misturados com os bons na Igreja, até ao fim do mundo e até ao dia do juízo, sem que a sua participação nos sacramentos seja prejudicial aos bons, desde que estes não participem dos pecados daqueles.

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja
«A fé e as obras», caps. 3-5





«Compreendestes tudo isto?»

Evangelho segundo S. Mateus 13,47-53.

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «O Reino do Céu é ainda semelhante a uma rede que, lançada ao mar, apanha toda a espécie de peixes.
Logo que ela se enche, os pescadores puxam-na para a praia, sentam-se e escolhem os bons para as canastras, e os ruins, deitam-nos fora.
Assim será no fim do mundo: sairão os anjos e separarão os maus do meio dos justos,
para os lançarem na fornalha ardente: ali haverá choro e ranger de dentes.»
«Compreendestes tudo isto?» «Sim» responderam eles.
Jesus disse-lhes, então: «Por isso, todo o doutor da Lei instruído acerca do Reino do Céu é semelhante a um pai de família, que tira coisas novas e velhas do seu tesouro.»
Depois de terminar estas parábolas, Jesus partiu dali.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Não ponhais a confiança nos poderosos


Livro de Salmos 146(145),2abc.2d-4.5-6.
Louva, ó minha alma, o Senhor.
Hei-de louvar o Senhor enquanto viver.
Hei-de cantar salmos ao meu Deus,
enquanto existir.

Não ponhais a confiança nos poderosos,
no homem que nem a si se pode salvar.
Vai-se-lhe o espírito e volta ao pó da terra
e assim ficam desfeitos os seus planos.

Felizes os que têm por ajuda o Deus de Jacob,
com a esperança no Senhor seu Deus,
Criador dos céus e da terra,
do mar e de tudo o que ele encerra.




«Vai e desce à casa do oleiro, e ali escutarás a minha palavra.»

Livro de Jeremias 18,1-6.
Palavra que o Senhor dirigiu ao profeta  Jeremias:
«Vai e desce à casa do oleiro, e ali escutarás a minha palavra.»
Fui, então, à casa do oleiro, e encontrei-o a trabalhar ao torno.
Quando o vaso que estava a modelar não lhe saía bem, retomava o barro com as mãos e fazia outro, como bem lhe parecia.
Então, foi-me dirigida a palavra do Senhor, dizendo:
«Casa de Israel, não poderei fazer de vós o que faz este oleiro? Como o barro nas suas mãos, assim sois vós nas minhas, casa de Israel –oráculo do Senhor.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

O dinheiro torna o homem escravo



«Vende tudo quanto possui»

«A pobreza torna o homem humilde» (Pr 10,4 LXX), diz a Escritura, e é por ela que Cristo começa as suas Bem-Aventuranças: «Felizes os pobres em espírito» (Mt 5,3). […] Quereis escutar o elogio da pobreza? O próprio Jesus Cristo a abraçou, Ele que não tinha «onde reclinar a cabeça» (Mt 8,20) e dizia aos seus discípulos: «Não possuais ouro, nem prata […] nem duas túnicas» (Mt 10,9-10). O seu Apóstolo Paulo dizia: «Nada tendo, tudo possuindo» (2Cor 6,10); e Pedro diz: «Não tenho ouro nem prata» (Act 3,6). […] Portanto, que ninguém encare a pobreza como desonra, pois os bens deste mundo não são mais do que palha e poeira, comparados com a virtude. Se quisermos possuir o Reino dos Céus, devemos amar a pobreza: «Vende o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu» (Mt 19,21). […]


Ninguém é mais rico do que aqueles que abraçam de vontade e de todo o coração a pobreza […], e são mais ricos do que os reis; estes, tendo grandes necessidades, temem que lhes faltem os recursos, ao passo que aos pobres nada falta, porque nada temem. Pergunto-vos então: quem é mais rico, aquele que se afadiga para amealhar cada vez mais […], ou o que se contenta com o pouco que tem como se vivesse na abundância? […] O dinheiro torna o homem escravo: «Os presentes e as dádivas cegam os olhos dos sábios» (Sir 20,29), diz a Escritura. […] Partilhai pois os vossos bens com os pobres, procurai seguir a Jesus Cristo […] e ouvireis um dia estas ditosas palavras: «Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo!» (Mt 25,34)

São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilia 18 sobre a Carta aos Hebreus

O Reino do Céu é semelhante a um tesouro

Evangelho segundo S. Mateus 13,44-46.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:«O Reino do Céu é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem encontra. Volta a escondê-lo e, cheio de alegria, vai, vende tudo o que possui e compra o campo.
O Reino do Céu é também semelhante a um negociante que busca boas pérolas.
Tendo encontrado uma pérola de grande valor, vende tudo quanto possui e compra a pérola.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Tu, ó Deus, és a minha fortaleza.


Livro de Salmos 59(58),2-3.4-5a.10-11.17.18.

Meu Deus, livra me dos meus inimigos;
protege-me dos que se levantam contra mim.
Livra-me dos que praticam o mal
e salva-me dos homens sanguinários.

Vê como armam ciladas à minha vida;
ó Senhor, conspiram contra mim os poderosos, 
sem que eu tenha cometido nenhum crime nem pecado
Sem que eu tenha culpa, correm a atacar-me.

Ó minha força, é para ti que eu me volto,
pois Tu, ó Deus, és a minha fortaleza.
O amor do meu Deus virá ao meu encontro,
Deus me fará ver o castigo dos meus opressores.

Eu, porém, cantarei o teu poder,
pela manhã celebrarei a tua bondade,
porque foste o meu amparo
e o meu refúgio no dia da tribulação.




Livrar-te-ei das garras dos maus

Livro de Jeremias 15,10.16-21.
Ai de mim, ó mãe, porque me deste à luz! Sou um homem de discórdia e de polêmica para toda a terra! Nunca emprestei e ninguém me emprestou; no entanto, todos me maldizem.
Eu devoro as tuas palavras, onde as encontro; a tua palavra é a minha alegria, e as delícias do meu coração, porque o teu Nome, foi invocado sobre mim, ó Senhor, Deus do universo!
Nunca me sentei entre os escarnecedores, para com eles me divertir. Forçado pela tua mão, sentei-me solitário, porque me possuía a tua indignação.
Porque se tornou perpétua a minha dor, e não cicatriza a minha chaga, rebelde ao tratamento? Ai! Serás para mim como um riacho enganador de água inconstante?
Por esta razão, o Senhor diz-me: «Se te reconciliares comigo, receber-te-ei novamente e poderás estar na minha presença. Se conseguires retirar o precioso do vil, serás como a minha boca. Serão eles, então, que virão a ti e não tu que irás a eles.
Tornar-te-ei, para este povo, como sólida muralha de bronze. Combaterão contra ti, mas não conseguirão vencer-te, porque Eu estarei a teu lado para te proteger e salvar – oráculo do Senhor.
Livrar-te-ei das garras dos maus, resgatar-te-ei do poder dos opressores.»

terça-feira, 29 de julho de 2014

Como é bom amar na terra como se ama no céu


«Jesus amava Marta e sua irmã Maria, e Lázaro» (Jo 11,5)
Amai toda a gente com um grande amor de caridade, mas reservai a vossa amizade profunda para aqueles que podem compartilhar convosco coisas boas. […] Se as compartilhardes na área de conhecimento, a vossa amizade é sem dúvida louvável; mais ainda o será se as comunicardes no campo da prudência, da discrição, da força e da justiça. Mas se o vosso relacionamento é baseado no amor, na devoção e na perfeição cristã, oh Deus, como a vossa amizade é preciosa! Ela será excelente porque vem de Deus, excelente porque busca a Deus, excelente porque o seu vínculo é Deus, porque vai durar para sempre em Deus. Como é bom amar na terra como se ama no céu, aprender a amar neste mundo como faremos eternamente no outro!


Não me refiro ao simples amor de caridade, porque ele deve ser levado a todos os homens; falo da amizade espiritual, em que dois ou três ou vários comungam na vida espiritual e se tornam um só espírito (cf Act 4,32). Compreende-se que tais almas possam cantar, felizes: «Como é bom e agradável os irmãos viverem em união!» (Sl 132,1) […] Parece-me que todas as outras amizades são apenas uma sombra desta. […] Os cristãos que vivem no mundo têm necessidade de se ajudar uns aos outros através de santas amizades; desta forma, encorajaram-se, apoiam-se, levam-se mutuamente para o bem. […] Ninguém pode negar que Nosso Senhor amou São João, Lázaro, Marta e Madalena com uma amizade mais suave e mais especial, porque a Escritura o testemunha.
São Francisco de Sales (1567-1622), bispo de Genebra, doutor da Igreja
Introdução à vida devota, III, 19



«Sim, ó Senhor; eu creio que Tu és o Cristo»



Evangelho segundo S. João 11,19-27.

Naquele tempo, muitos judeus tinham ido visitar Marta e Maria para lhes darem os pêsames pelo seu irmão.
Logo que Marta ouviu dizer que Jesus estava a chegar, saiu a recebê-lo, enquanto Maria ficou sentada em casa.
Marta disse, então, a Jesus: «Senhor, se Tu cá estivesses, o meu irmão não teria morrido.
Mas, ainda agora, eu sei que tudo o que pedires a Deus, Ele to concederá.»
Disse-lhe Jesus: «Teu irmão ressuscitará.»
Marta respondeu-lhe: «Eu sei que ele há-de ressuscitar na ressurreição do último dia.»
Disse-lhe Jesus: «Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em mim, mesmo que tenha morrido, viverá.
E todo aquele que vive e crê em mim não morrerá para sempre. Crês nisto?»
Ela respondeu-lhe: «Sim, ó Senhor; eu creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus que havia de vir ao mundo.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

O anjo do Senhor protege os que O temem


Livro de Salmos 34(33),2-3.4-5.6-7.8-9.10-11.
A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor,
escutem e alegrem-se os humildes.

Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.

O anjo do Senhor protege os que O temem
e defende-os dos perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que nele se refugia.

Temei o Senhor, vós os seus fiéis,
porque nada falta aos que O temem.
Os poderosos empobrecem e passam fome,
aos que procuram o Senhor não faltará riqueza alguma.


Aquele que não ama não chegou a conhecer a Deus

1ª Carta de S. João 4,7-16.
Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus; e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus.
Aquele que não ama não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é amor.
E o amor de Deus manifestou-se desta forma no meio de nós: Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigénito, para que, por Ele, tenhamos a vida.
É nisto que está o amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele mesmo que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados.
Caríssimos, se Deus nos amou assim, também nós devemos amar-nos uns aos outros.
A Deus nunca ninguém o viu; se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e o seu amor chegou à perfeição em nós.
Damos conta de que permanecemos nele, e Ele em nós, por nos ter feito participar do seu Espírito.
Nós o contemplámos e damos testemunho de que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo.
Quem confessar que Jesus Cristo é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus.
Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Ser Igreja significa ser povo de Deus


«O Reino do Céu é semelhante ao fermento»

Todo o povo de Deus anuncia o evangelho. A evangelização é dever da Igreja. Este sujeito da evangelização, porém, é mais do que uma instituição orgânica e hierárquica; é, antes de tudo, um povo que peregrina para Deus. […]

A salvação, que Deus realiza e a Igreja jubilosamente anuncia, é para todos, e Deus criou um caminho para Se unir a cada um dos seres humanos de todos os tempos. Escolheu convocá-los como povo, e não como seres isolados (Vaticano II, LG 9). Ninguém se salva sozinho, isto é, nem como indivíduo isolado, nem pelas suas próprias forças. Deus atrai-nos, no respeito pela complexa trama de relações interpessoais que a vida numa comunidade humana pressupõe. Este povo, que Deus escolheu para Si e convocou, é a Igreja. Jesus não diz aos Apóstolos para formarem um grupo exclusivo, um grupo de elite. Jesus diz: «Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos» (Mt 28,19); e São Paulo afirma que no povo de Deus, na Igreja, «não há judeu nem grego […], porque todos sois um só em Cristo Jesus» (Gal 3,28). Gostaria de dizer àqueles que se sentem longe de Deus e da Igreja, aos que têm medo e aos indiferentes: o Senhor também te chama para seres parte do seu povo, e fá-lo com grande respeito e amor!

Ser Igreja significa ser povo de Deus, de acordo com o grande projeto de amor do Pai. Isto implica ser o fermento de Deus no meio da humanidade; quer dizer anunciar e levar a salvação de Deus a este nosso mundo, que muitas vezes se sente perdido, necessitado de ter respostas que encorajem, que deem esperança e novo vigor para o caminho. A Igreja deve ser o lugar da misericórdia gratuita, onde todos possam sentir-se acolhidos, amados, perdoados e animados a viver segundo a vida boa do Evangelho.

Papa Francisco
Exortação apostólica «Evangelii Gaudium / A alegria do evangelho» §§111-114 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.)





É a mais pequena de todas as sementes

Evangelho segundo S. Mateus 13,31-35.

Naquele tempo, Jesus disse ainda à multidão a seguinte parábola: «O Reino do Céu é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo.
É a mais pequena de todas as sementes; mas, depois de crescer, torna-se a maior planta do horto e transforma-se numa árvore, a ponto de virem as aves do céu abrigar-se nos seus ramos.»
Jesus disse-lhes outra parábola: «O Reino do Céu é semelhante ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha, até que tudo fique fermentado.»
Tudo isto disse Jesus, em parábolas, à multidão, e nada lhes dizia sem ser em parábolas.
Deste modo cumpria-se o que fora anunciado pelo profeta: Abrirei a minha boca em parábolas e proclamarei coisas ocultas desde a criação do mundo.



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Fazem-Me ciúmes com o que não é Deus


Livro de Deuteronômio 32,18-19.20.21.

Desprezaste o Rochedo que te criou,
esqueceste a Deus que te deu a vida.
O Senhor viu isso e irritou-se,
provocado por seus filhos e filhas.

E disse: 'Vou esconder deles a minha face,
verei qual será o seu futuro,
porque eles são uma geração rebelde,
filhos em quem não se pode confiar.

Fazem-Me ciúmes com o que não é Deus,
irritam-Me com seus ídolos vãos.
Eu é que lhes farei ciúmes com um que não é povo,
com uma nação insensata os irritarei.'




Este povo perverso, que recusa ouvir as minhas ordens

Livro de Jeremias 13,1-11.
O Senhor ordenou-me: «Vai comprar uma faixa de linho e cinge com ela a tua cintura, mas não a metas na água.»
E eu comprei a faixa, de acordo com a palavra do Senhor, e com ela me cingi.
Foi-me dirigida, pela segunda vez, a palavra do Senhor:
«Toma a faixa que compraste, e que trazes contigo, e encaminha-te para as margens do Eufrates, e esconde-a ali na fenda de uma rocha.»
Fui e escondi-a, junto do Eufrates, como o Senhor me havia ordenado.
Passados muitos dias, disse-me o Senhor: «Põe-te a caminho, em demanda das margens do Eufrates, a fim de buscar a faixa que, conforme as minhas ordens, ali escondeste.»
Dirigi-me, então, ao rio e, tendo cavado, retirei a faixa do lugar onde a escondera. Vi, porém, que a faixa apodrecera e para nada mais servia.
Então, o Senhor falou-me nestes termos:
«Isto diz o Senhor: ‘Da mesma forma, farei apodrecer a soberba de Judá e o grande orgulho de Jerusalém.
Este povo perverso, que recusa ouvir as minhas ordens, que segue a obstinação do seu coração e vai atrás de deuses estranhos para os servir e adorar, tornar-se-á semelhante a esta faixa, que para nada serve.
Assim como uma faixa se liga à cintura de um homem, assim Eu uni a mim toda a casa de Israel e a casa de Judá para que fossem o meu povo, a minha honra, a minha glória e a minha ufania. Eles, porém, não me escutaram’» –oráculo do Senhor.

domingo, 27 de julho de 2014

Templo de Salomão desperta atenção

O Templo de Salomão, classificado como projeto faraônico da Igreja Universal do Reino de Deus, sendo cerca de quatro vezes maior que a Basílica de Aparecida está despertando também repercussão internacional. O “The New York Times” publicou na sexta-feira reportagem sobre a obra, ironizando o fato de que perto dela, o Cristo Redentor, no Rio, parece um simples bibelô. Situada em São Paulo, o templo consumiu mais R$ 680 milhões e ocupa uma área de cem mil metros quadrados.
O templo será aberto ao público na próxima quinta-feira, 31 de julho, com lotação para 10 mil pessoas. Ele possui a réplica de um oásis e das oliveiras do jardim de Getsêmani, próximo a Jerusalém, além de  “trinta colunas que sobem para o céu”.

O Templo de Salomão tem cem mil metros quadrados
O Templo de Salomão em São Paulo

«Ninguém pode servir a dois senhores»


«Vende tudo o que possui»

Nosso Senhor Jesus Cristo insistiu vivamente no seguinte, muitas vezes: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me» (Mt 16,24). […] E noutro passo: «Se queres ser perfeito, vende o que tens, dá o dinheiro aos pobres»; ao que acrescenta : «depois, vem e segue-Me» (Mt 19,21).


Para aquele que sabe compreender, a parábola do negociante quer dizer a mesma coisa: «O Reino dos céus é semelhante a um negociante à procura de pedras preciosas; assim que encontrou uma de grande valor, corre a vender tudo o que tem, para poder comprá-la.» A pedra preciosa designa indubitavelmente o Reino dos céus, e o Senhor mostra-nos que nos é impossível obtê-lo se não abandonarmos tudo o que possuímos: riqueza, glória, nobreza de nascimento e tudo aquilo que tantos outros buscam avidamente.


O Senhor declarou ainda que é impossível ocuparmo-nos convenientemente do que fazemos quando o espírito é solicitado por diversas coisas: «Ninguém pode servir a dois senhores», disse (Mt 6,24). Por isso, «o tesouro que está no céu» é o único que podemos escolher para a ele ligarmos o coração: «Pois onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração» (Mt 6,20ss). […] Em suma, trata-se de transportarmos o nosso coração para a vida do céu, de maneira que possamos dizer: «A cidade a que pertencemos está nos céus» (Fil 3,20). Trata-se, sobretudo, de começarmos a tornar-nos semelhantes a Cristo, «que, sendo rico, Se fez pobre» por nós (2Cor 8,9).

São Basílio (c. 330-379), monge, bispo de Cesareia na Capadócia, doutor da Igreja
Regras Monásticas, Regras Maiores, § 8



O Reino do Céu é ainda semelhante a uma rede


Evangelho segundo S. Mateus 13,44-52.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:«O Reino do Céu é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem encontra. Volta a escondê-lo e, cheio de alegria, vai, vende tudo o que possui e compra o campo.
O Reino do Céu é também semelhante a um negociante que busca boas pérolas.
Tendo encontrado uma pérola de grande valor, vende tudo quanto possui e compra a pérola.»
«O Reino do Céu é ainda semelhante a uma rede que, lançada ao mar, apanha toda a espécie de peixes.
Logo que ela se enche, os pescadores puxam-na para a praia, sentam-se e escolhem os bons para as canastras, e os ruins, deitam-nos fora.
Assim será no fim do mundo: sairão os anjos e separarão os maus do meio dos justos,
para os lançarem na fornalha ardente: ali haverá choro e ranger de dentes.»
«Compreendestes tudo isto?» «Sim» responderam eles.
Jesus disse-lhes, então: «Por isso, todo o doutor da Lei instruído acerca do Reino do Céu é semelhante a um pai de família, que tira coisas novas e velhas do seu tesouro.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Hino ao amor de Deus


Carta aos Romanos 8,28-30.

Irmãos: Nós sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados, de acordo com o seu desígnio.
Porque àqueles que Ele de antemão conheceu, também os predestinou para serem uma imagem idêntica à do seu Filho, de tal modo que Ele é o primogênito de muitos irmãos.
E àqueles que predestinou, também os chamou; e àqueles que chamou, também os justificou; e àqueles que justificou, também os glorificou. Hino ao amor de Deus

Os teus preceitos são admiráveis

Livro de Salmos 119(118),57.72.76-77.127-128.129-130.

Senhor, eu disse: «A herança que me toca

é pôr em prática as tuas ordens.» 
Prezo mais a lei da tua boca
do que milhões em ouro e prata.

Que a tua bondade me sirva de conforto,
conforme o que prometeste ao teu servo. 
Mostra-me a tua misericórdia e viverei,
porque a tua lei faz as minhas delícias. 

Por isso amo os teus mandamentos,
muito mais que o ouro fino. 
Por isso sigo os teus preceitos
e tenho horror aos caminhos da mentira. 

Os teus preceitos são admiráveis;
por isso a minha alma os observa. 
O conhecimento dos teus ensinamentos ilumina
e dá inteligência aos simples.




«Pede-Me o que quiseres».

Livro de 1º Reis 3,5.7-12.

Naqueles dias, durante a noite, o Senhor apareceu em sonhos a Salomão e disse-lhe: «Pede-Me o que quiseres». Salomão responde:
Senhor, meu Deus, Vós fizestes reinar o vosso servo em lugar do meu pai David e eu sou muito novo e não sei como proceder.
Este vosso servo está no meio do povo escolhido, um povo imenso, inumerável, que não se pode contar nem calcular.
Dai, portanto, ao vosso servo um coração inteligente, para saber distinguir o bem do mal; pois, quem poderia governar este vosso povo tão numeroso?».
Agradou ao Senhor esta súplica de Salomão
e disse-lhe:«Porque foi este o teu pedido e já que não pediste longa vida, nem riqueza, nem a morte dos teus inimigos, mas sabedoria para praticar a justiça,
vou satisfazer o teu desejo. Dou-te um coração sábio e esclarecido, como nunca houve antes de ti nem haverá depois de ti.


sábado, 26 de julho de 2014

Assim Deus nos ajude!


«Ditosos os vossos olhos, porque veem»

Disse Nosso Senhor: «Muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não o viram» (Lc 10,24). Por profetas entenda-se os grandes espíritos sutis e dados ao raciocínio que se apegam às sutilezas da razão natural e delas têm vaidade; uns olhos assim não são ditosos. Por reis entenda-se os que são por natureza senhores, de energia forte e poderosa, senhores de si próprios, das suas palavras, das suas obras e do seu idioma, e que fazem tudo o que querem com jejuns, vigílias e novenas, fazendo disso grande alarde, como se de algo extraordinário se tratasse, mas desprezam os outros. Também não são esses olhos que são ditosos.

Todas estas pessoas quiseram ver e não viram. Quiseram ver, mas apegaram-se à vontade própria [...], uma vontade que encobre os olhos da alma como uma película ou uma membrana encobre os olhos do corpo, impedindo-os de ver [...]. Quanto mais permanecerdes na vontade própria, mais privados sereis de ver com o olhar interior, uma vez que a verdadeira felicidade advém do abandono verdadeiro, que é o afastamento da vontade própria. Tudo isso nasce do fundo da humildade [...]. Quanto mais pequenos e humildes fordes, menos vontade própria tereis [...].

Quando tudo está em paz, a alma vê a sua própria essência e todas as suas faculdades; reconhece-se como imagem racional d'Aquele de Quem saiu, e os olhos [...] que fixam aí o seu olhar podem perfeitamente ser tidos por ditosos por causa do que veem. E então sim, é a maravilha das maravilhas que se descobre, o que há de mais puro, de mais certo, aquilo que menos poderá ser-vos tirado (Lc 10,42) [...]. Possamos nós seguir neste caminho e ver de tal modo que os nossos olhos sejam ditosos. Assim Deus nos ajude!

Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano de Estrasburgo
Sermão 53, §§ 4-5, 8





Ditosos os vossos olhos, porque veem

Evangelho segundo S. Mateus 13,16-17.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ditosos os vossos olhos, porque veem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.
Em verdade vos digo: Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais a ver, e não viram, e ouvir o que estais a ouvir, e não ouviram.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Concede os teus favores aos que te amam

Livro de Salmos 36(35),6-7.8-9.10-11.
Mas a tua bondade, Senhor, chega até aos céus,
e a tua fidelidade, até às nuvens.
A tua justiça é como os montes altíssimos,
os teus juízos são como o abismo profundo.

Tu, Senhor, salvas os homens e os animais.
Ó Deus, que maravilhosa é a tua bondade!
Os humanos refugiam-se debaixo das tuas asas.
Podem saciar se da abundância da tua casa;

Tu os inebrias no rio das tuas delícias.
Em ti está a fonte da vida
e é na tua luz que vemos a luz.
Concede os teus favores aos que te amam
e a tua justiça aos que são retos de coração.



Louvemos os homens ilustres, nossos antepassados

Livro de Eclesiástico 44,1.10-15.

Louvemos os homens ilustres, nossos antepassados, segundo as suas gerações.
Porém, aqueles foram homens de misericórdia, cujas obras de piedade não foram esquecidas.
Na sua descendência permanecem os seus bens, e a sua herança passa à sua posteridade.
Os seus descendentes mantiveram-se fiéis à Aliança, os seus filhos também, graças a eles.
A sua posteridade permanecerá para sempre, e a sua glória não terá fim.
Os seus corpos foram sepultados em paz, e o seu nome vive de geração em geração;
Os povos proclamarão a sua sabedoria, e a assembleia cantará os seus louvores.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

«Oferecer-Me-ei ao Senhor»,

«Podeis beber o cálice que Eu estou para beber?»
«Como retribuirei ao Senhor?» (Sl 116,12). Nem com sacrifícios nem com holocaustos, nem com a observância dos preceitos da lei, mas com toda a minha vida. E é por isso que o salmista diz: «Elevarei o cálice da salvação» (v. 13). Os trabalhos que sofreu nos combates da sua devoção filial a Deus e a constância pela qual resistiu ao pecado até à morte, a isso chama o salmista o seu cálice.


É a propósito desse cálice que o próprio Senhor Se exprime assim no Evangelho: «Meu Pai, se é possível, afaste-se de Mim este cálice» (Mt 26,39); e aos seus discípulos: «Podeis beber o cálice que Eu estou para beber?» Com isto queria referir-Se à morte que iria sofrer pela salvação do mundo. Por isso diz: «elevarei cálice da salvação», isto é, todo o Meu ser se lança sedento para a consumação do martírio, a ponto de achar os tormentos sofridos nos combates do amor filial um repouso para a alma e para o corpo, e não um sofrimento. «Oferecer-Me-ei ao Senhor», diz, «como um sacrifício e uma oblação». […] Estou pronto para testemunhar essas promessas perante todo o povo: «Cumprirei as minhas promessas feitas ao Senhor na presença de todo o seu povo» (v. 14).

São Basílio (c. 330-379), monge, bispo de Cesareia na Capadócia, doutor da Igreja
Homília sobre o salmo 115, §4.

o Filho do Homem não veio para ser servido

Evangelho segundo S. Mateus 20,20-28.
Naquele tempo, aproximou-se então de Jesus a mãe dos filhos de Zebedeu, com os seus filhos, e prostrou-se diante de Jesus para lhe fazer um pedido.
«Que queres?» perguntou-lhe Ele. Ela respondeu: «Ordena que estes meus dois filhos se sentem um à tua direita e o outro à tua esquerda, no teu Reino.»
Jesus retorquiu: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu estou para beber?» Eles responderam: «Podemos.»
Jesus replicou-lhes: «Na verdade, bebereis o meu cálice; mas, o sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me pertence a mim concedê-lo: é para quem meu Pai o tem reservado.»
Ouvindo isto, os outros dez ficaram indignados com os dois irmãos.
Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os chefes das nações as governam como seus senhores, e que os grandes exercem sobre elas o seu poder.
Não seja assim entre vós. Pelo contrário, quem entre vós quiser fazer se grande, seja o vosso servo; e
quem, no meio de vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo.
Também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para resgatar a multidão.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

«O Senhor fez por eles grandes coisas!»

Livro de Salmos 126(125),1-2ab.2cd-3.4-5.6.
Quando o Senhor mudou o destino de Sião,
parecia-nos viver um sonho.
A nossa boca encheu-se de sorrisos
e a nossa língua de canções. 

Dizia-se, então, entre os pagãos: 
«O Senhor fez por eles grandes coisas!» 
«O Senhor fez por eles grandes coisas!» 
Sim, o Senhor fez por nós grandes coisas;
por isso, exultamos de alegria.
Transforma, Senhor, o nosso destino,
como as chuvas transformam o deserto do Négueb.

Aqueles que semeiam com lágrimas,
vão recolher com alegria.
À ida, vão a chorar,
levando as sementes;
à volta vêm a cantar,
trazendo molhos de espigas.



E tudo isto faço por vós

2ª Carta aos Coríntios 4,7-15.

Irmãos: Nós trazemos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que se veja que este extraordinário poder é de Deus e não é nosso.
Em tudo somos atribulados, mas não esmagados; confundidos, mas não desesperados;
perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não aniquilados.
Trazemos sempre no nosso corpo a morte de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifesta no nosso corpo.
Estando ainda vivos, estamos continuamente expostos à morte por causa de Jesus, para que a vida de Jesus seja manifesta também na nossa carne mortal.
Assim, em nós opera a morte, e em vós a vida.
Animados do mesmo espírito de fé, conforme o que está escrito: Acreditei e por isso falei, também nós acreditamos e por isso falamos,
sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus, também nos há-de ressuscitar com Jesus, e nos fará comparecer diante dele junto de vós.
E tudo isto faço por vós, para que a graça, multiplicando-se na comunidade, faça aumentar a acção de graças, para a glória de Deus.


quinta-feira, 24 de julho de 2014

«Ele próprio será a paz»

«Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais a ver e não viram»

Mesmo antes da vinda do Salvador, os santos não ignoravam que Deus tinha desígnios de paz para o gênero humano. Pois «o Senhor Deus nada faz sem revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas» (Am 3,7) No entanto, esse desígnio continuava oculto a muitos […]; mas aqueles que pressentiam a redenção de Israel (Is 14,1) anunciavam que Cristo viria na carne e, com Ele, a paz […]: «Ele próprio será a paz» (Mq 5,4). […]


Contudo, enquanto eles prediziam a paz e o Autor da paz demorava a chegar, a fé do povo vacilava, pois não havia ninguém para o resgatar e salvar (Si 36,15). Queixavam-se desse atraso; tantas vezes prometido «pela boca dos seus santos, os profetas dos tempos antigos» (Lc 1,70), o Príncipe da paz (Is 9,5) parecia nunca mais vir. […] Era como se alguém de entre a multidão respondesse aos profetas: «Durante quanto mais tempo nos mantereis em suspenso? Há já tanto tempo que anunciais a paz e ela não chega. Prometeis maravilhas e só aparecem problemas. E essa promessa foi-nos de novo feita, “muitas vezes e de muitos modos” (Heb 1,1), os anjos anunciaram-na aos nossos pais e os nossos pais falaram-nos dela: “Paz, paz: mas não há paz” (Jr 6,14). […] Que Deus prove que os seus mensageiros são dignos de fé, se é que são seus mensageiros! Que venha Ele próprio!» […]


Daí vêm as suas promessas doces e cheias de consolo: «Eis que vem o Senhor» (Is 33,12), Ele não mentirá; se tardar, esperai ainda, porque com toda a certeza não falhará (cf Hab 2,3). Ou ainda: o seu tempo está próximo; os seus dias não tardarão. E enfim, na boca daquele que foi prometido vêm estas palavras : «Vou fazer com que a paz corra para Jerusalém como um rio, e a riqueza das nações como uma torrente transbordante» (Is 66,12).

São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
Sermões sobre o Cântico dos Cânticos, nº 2, 4ss




«Porque lhes falas em parábolas?»

Evangelho segundo S. Mateus 13,10-17.

Naquele tempo, aproximando-se de Jesus, os discípulos disseram-Lhe: «Porque lhes falas em parábolas?»
Respondendo, disse-lhes: «A vós é dado conhecer os mistérios do Reino do Céu, mas a eles não lhes é dado.
Pois, àquele que tem, ser-lhe-á dado e terá em abundância; mas àquele que não tem, mesmo o que tem lhe será tirado.
É por isso que lhes falo em parábolas: pois veem, sem ver, e ouvem, sem ouvir nem compreender.
Cumpre-se neles a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis; e, vendo, vereis, mas não percebereis.
Porque o coração deste povo tornou-se duro, e duros também os seus ouvidos; fecharam os olhos, não fossem ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, compreender com o coração, e converter-se, para Eu os curar.
Quanto a vós, ditosos os vossos olhos, porque veem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.
Em verdade vos digo: Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais a ver, e não viram, e ouvir o que estais a ouvir, e não ouviram.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Em ti está a fonte da vida

Livro de Salmos 36(35),6-7ab.8-9.10-11.
Mas a tua bondade, Senhor, chega até aos céus,
e a tua fidelidade, até às nuvens.
A tua justiça é como os montes altíssimos,
os teus juízos são como o abismo profundo.

Ó Deus, que maravilhosa é a tua bondade!
Os humanos refugiam-se debaixo das tuas asas.
Podem saciar-se da abundância da tua casa;
Tu os inebrias no rio das tuas delícias.

Em ti está a fonte da vida
e é na tua luz que vemos a luz.
Concede os teus favores aos que te amam
e a tua justiça aos que são retos de coração.




Vai e grita aos ouvidos de Jerusalém


Livro de Jeremias 2,1-3.7-8.12-13.

A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:
«Vai e grita aos ouvidos de Jerusalém, dizendo: Assim fala o Senhor: ‘Recordo-me da tua fidelidade no tempo da tua juventude, dos amores do tempo do teu noivado, quando me seguias no deserto, na terra em que não se semeia.
Israel era, então, propriedade sagrada do Senhor, primícias da sua colheita. Todos os que ousavam comer dela, pagavam, e sobrevinha-lhes a desgraça’ – oráculo do Senhor.
Introduziu-vos numa terra fértil, para comerdes os seus saborosos frutos. Mas, tendo entrado, profanastes a minha terra e fizestes abominável a minha herança.
Os sacerdotes não se interrogaram: «Onde está o Senhor?» Os doutores da Lei não me reconheceram, os pastores revoltaram-se contra mim, e os profetas profetizaram em nome de Baal e seguiram deuses inúteis.
Pasmai, ó céus, acerca disto! Tremei de espanto e de horror! – oráculo do Senhor.
Porque o meu povo cometeu um duplo crime: abandonou-me, a mim, nascente de águas vivas, e construiu cisternas para si, cisternas rotas, que não podem reter as águas.»


quarta-feira, 23 de julho de 2014

Cristo é o Deus que está acima de todas as coisas

«Aqui está o meu servo, que escolhi, o meu amado»

O Pai enviou à terra o Verbo, porque […] desejava que Ele Se manifestasse de forma visível, a fim de que o mundo, ao vê-Lo, pudesse salvar-se. Sabemos que o Verbo assumiu um corpo no seio da Virgem e transformou o homem velho numa nova criação. Sabemos que Se fez homem da nossa mesma substância. Se não fosse assim, em vão nos mandaria que O imitássemos como mestre. Se este homem tivesse sido formado de outra substância, como poderia impor-me a mim, débil por nascimento, as mesmas coisas que Ele fez? Como poderíamos, em tal caso, dizer que Ele é bom e justo?

Mas, para que ninguém pensasse que era diferente de nós, suportou o trabalho, quis ter fome, não recusou a sede, dormiu para descansar, não rejeitou o sofrimento, submeteu-Se à morte e manifestou a sua ressurreição. Em tudo isto, ofereceu a sua humanidade como primícias, para que tu não desanimes no meio do sofrimento mas, reconhecendo-te homem, esperes também tu receber o que a Ele foi oferecido.

Quando contemplares a Deus tal qual é, terás um corpo imortal e incorruptível como a alma, e possuirás o Reino dos Céus, tu que, peregrinando na terra, conheceste o Reino dos Céus. Viverás então na intimidade de Deus, serás herdeiro com Cristo, e já não estarás sujeito a concupiscências, paixões ou enfermidades, porque foste elevado à condição divina. […] Cristo é o Deus que está acima de todas as coisas, que decidiu libertar os homens do pecado, renovando o homem velho que tinha criado à sua imagem desde o princípio, e manifestando nesta imagem renovada o amor que tem por ti. Se obedeceres aos seus santos mandamentos e imitares com a tua bondade o Bem supremo, serás semelhante a Ele.

Santo Hipólito de Roma (?-c. 235), presbítero, mártir
«Refutação de todas as heresias», 10, 33-34 (trad. breviário)

E, no seu nome, hão-de esperar os povos!


Evangelho segundo S. Mateus 12,14-21.
Naquele tempo, os fariseus reuniram conselho contra Jesus, a fim de O fazerem desaparecer.
Quando soube disso, Jesus afastou-se dali. Muitos seguiram-no e Ele curou-os a todos,
ordenando-lhes que o não dessem a conhecer.
Assim se cumpriu o que fora anunciado pelo profeta Isaías:
Aqui está o meu servo, que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se deleita. Derramarei sobre Ele o meu espírito, e Ele anunciará a minha vontade aos povos.
Não discutirá nem bradará, e ninguém ouvirá nas praças a sua voz.
Não há-de quebrar a cana fendida, nem apagar a mecha que fumega, até conduzir a minha vontade à vitória.
E, no seu nome, hão-de esperar os povos!

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Tu vês a angústia e o pesar

Livro de Salmos 9(9B),1-2.3-4.7-8.14.
Senhor, porque te conservas à distância
e te escondes nos tempos de angústia?
No seu orgulho, o ímpio persegue o infeliz;
que ele seja apanhado na cilada que armou.

O pecador vangloria se da sua ambição;
o ganancioso blasfema e despreza o Senhor.
O ímpio diz, na sua arrogância:
"Ele não me castigará! Deus não existe!"

A sua boca está cheia de maldição e mentira;
na sua língua só há malícia e maldade.
Põe-se de emboscada junto aos povoados
e esconde-se para matar o inocente.

Mas Tu vês a angústia e o pesar,
observas tudo e tomas essa causa nas tuas mãos.
A ti se abandona confiadamente o pobre;
Tu és o amparo do órfão.

Ai dos que planejam a iniquidade


Livro de Miqueias 2,1-5.
Ai dos que planejam a iniquidade, dos que maquinam o mal em seus leitos, e o executam logo ao amanhecer do dia, porque têm o poder na sua mão!
Cobiçam as terras e apoderam-se delas, cobiçam as casas e roubam-nas; fazem violência ao homem e à sua família, ao dono e à sua herança.
Por isso, assim fala o Senhor: «Tenho planejado um mal contra esta raça, do qual não livrareis o pescoço. Não andareis mais com a cabeça erguida, porque será tempo calamitoso.
Naquele dia será composta sobre vós uma sátira, e cantar-se-á uma elegia: ‘Estamos perdidos completamente, a parte do meu povo passa a outros. Ninguém a restituirá. Roubam e distribuem os nossos campos.’
Por isso, não terás ninguém que meça com cordel as porções, na assembleia do Senhor.»
j

Permanecei em mim, que Eu permaneço em vós

Evangelho segundo S. João 15,1-8.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu sou a  verdadeira vide e o meu Pai é o agricultor.
Ele corta todo o ramo que não dá fruto em mim e poda o que dá fruto, para que dê mais fruto ainda.
Vós já estais purificados pela palavra que vos tenho anunciado.
Permanecei em mim, que Eu permaneço em vós. Tal como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, mas só permanecendo na videira, assim também acontecerá convosco, se não permanecerdes em mim.
Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanece em mim e Eu nele, esse dá muito fruto, pois, sem mim, nada podeis fazer.
Se alguém não permanece em mim, é lançado fora, como um ramo, e seca. Esses são apanhados e lançados ao fogo, e ardem.
Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e assim vos acontecerá.
Nisto se manifesta a glória do meu Pai: em que deis muito fruto e vos comporteis como meus discípulos.»



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Procurei o Senhor e Ele atendeu-me

Livro de Salmos 34(33),2-11.

A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor,
escutem e alegrem-se os humildes.

Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.


Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.

O anjo do Senhor protege os que O temem
e defende-os dos perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que nele se refugia.

Temei o Senhor, vós os seus fiéis,
porque nada falta aos que O temem.
Os poderosos empobrecem e passam fome,
aos que procuram o Senhor não faltará riqueza alguma.




Com Cristo estou crucificado.


Carta aos Gálatas 2,19-20.
Irmãos: Por meio da Lei morri para a Lei, a fim de viver para Deus. Com Cristo estou crucificado.
Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. E a vida que agora tenho na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus que me amou e a si mesmo se entregou por mim.

Mulher de oração

Santa Brígida, mulher de oração para a Igreja do seu tempo
Quando Brígida ficou viúva, teve início o segundo período da sua vida. Renunciou a outras bodas para aprofundar a união com o Senhor através da oração, da penitência e das obras de caridade. Portanto, também as viúvas cristãs podem encontrar nesta Santa um modelo a seguir. Com efeito, após a morte do marido, Brígida distribuiu os seus próprios bens aos pobres e, mesmo sem jamais aceder à consagração religiosa, estabeleceu-se no mosteiro cisterciense de Alvastra. Ali tiveram início as revelações divinas, que a acompanharam durante o resto da sua vida. […]

Lendo estas revelações somos interpelados sobre muitos temas importantes. Por exemplo, volta-se a descrever frequentemente, com pormenores bastante realistas, a Paixão de Cristo, pela qual Brígida teve sempre uma devoção privilegiada, contemplando nela o amor infinito de Deus pelos homens. Nos lábios do Senhor que lhe fala, ela põe com audácia estas palavras comovedoras: «Ó meus amigos, Eu amo tão ternamente as minhas ovelhas que, se fosse possível, gostaria de morrer muitas outras vezes, por cada uma delas, com aquela mesma morte que padeci pela redenção de todas elas» (Revelationes, Livro I, C. 59). Também a dolorosa maternidade de Maria, que a tornou Mediadora e Mãe de misericórdia, é um tema que aparece com frequência nas revelações.

Ao receber estes carismas, Brígida estava consciente de ser destinatária de um dom de grande predileção da parte do Senhor: «Minha filha, […] Eu escolhi-te para Mim; ama-Me com todo o seu coração […], mais do que tudo quanto existe no mundo» (I, 1). De resto, Brígida sabia bem, e disto estava firmemente convencida, que cada carisma está destinado a edificar a Igreja. Precisamente por este motivo, não poucas das suas revelações eram dirigidas, em forma de admoestações até severas, aos fiéis do seu tempo, também às autoridades religiosas e políticas, a fim de que vivessem coerentemente a sua vida cristã; mas fazia isto sempre com uma atitude de respeito e de fidelidade integral ao Magistério da Igreja, de modo particular ao Sucessor do Apóstolo Pedro.
Bento XVI, papa de 2005 a 2013
Audiência geral de 27/10/2010 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev)


terça-feira, 22 de julho de 2014

Tratado do amor de Deus


Disse-lhe Jesus: «Maria!» Ela, aproximando-se, exclamou […]: «Rabbuni!»
Quem ama verdadeiramente, quase não tem prazer senão na coisa amada. Assim, todas as coisas pareciam esterco ao glorioso São Paulo, em comparação com o seu Salvador (Fil 3,8). E a esposa [do Cântico dos Cânticos] é toda para o seu bem-amado: «O meu amado é meu e eu sou dele. […] Vistes o amado da minha alma?» (2,16; 3,3) […]


A gloriosa amante Madalena depara com os anjos no sepulcro, e estes ter-lhe-ão falado em tom angélico, isto é, com suavidade, a fim de apaziguarem o tormento em que se encontrava. Mas ela, chorosa, não encontrou consolo nem nas suas palavras doces, nem no esplendor das suas vestes, nem na graça celeste do seu porte, nem na beleza amável do seu rosto. Pelo contrário, lavada em lágrimas, dizia: «Levaram o meu Senhor e não sei onde O puseram.» Voltando-se, viu o Salvador, mas sob o aspecto de jardineiro, com o qual o seu coração não podia contentar-se. Porque, cheia da morte do seu Senhor, não deseja flores, pelo que o jardineiro lhe é indiferente; tem no coração a cruz, os cravos, os espinhos, e procura o seu Crucificado: «Meu caro jardineiro, diz-lhe, se por acaso plantastes o meu bem-amado Senhor trespassado, qual lírio amachucado e seco, entre as vossas flores, dizei-me depressa, que eu irei buscá-Lo.»


Mas, quando Ele a trata pelo nome, derretida de prazer, exclama: «Deus, meu Senhor!» […] E, para melhor glorificar este soberano Bem-Amado, a alma «busca sempre a sua face» (Sl 104,4), ou seja, procura com atenção sempre mais cuidadosa e ardente conhecer todas as particularidades das belezas e perfeições que há nele, progredindo sempre nesta doce busca de motivos que a levem continuamente a deleitar-se sempre mais na incompreensível beleza que ama.


São Francisco de Sales (1567-1622), bispo de Genebra, doutor da Igreja
Tratado do amor de Deus, 5, 7

«Mulher, porque choras? Quem procuras?»

Evangelho segundo S. João 20,1-2.11-18.

No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo logo de manhã, ainda escuro, e viu retirada a pedra que o tapava.
Correndo, foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo, o que Jesus amava, e disse-lhes: «O Senhor foi levado do túmulo e não sabemos onde o puseram.»
Maria estava junto ao túmulo, da parte de fora, a chorar. Sem parar de chorar, debruçou-se para dentro do túmulo,
e contemplou dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha estado o corpo de Jesus, um à cabeceira e o outro aos pés.
Perguntaram-lhe: «Mulher, porque choras?» E ela respondeu: «Porque levaram o meu Senhor e não sei onde o puseram.»
Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus, de pé, mas não se dava conta que era Ele.
E Jesus disse-lhe: «Mulher, porque choras? Quem procuras?» Ela, pensando que era o encarregado do horto, disse-lhe: «Senhor, se foste tu que o tiraste, diz-me onde o puseste, que eu vou buscá-lo.»
Disse-lhe Jesus: «Maria!» Ela, aproximando-se, exclamou em hebraico: «Rabbuni!» que quer dizer: «Mestre!»
Jesus disse-lhe: «Não me detenhas, pois ainda não subi para o Pai; mas vai ter com os meus irmãos e diz-lhes: 'Subo para o meu Pai, que é vosso Pai, para o meu Deus, que é vosso Deus.'»
Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: «Vi o Senhor!» E contou o que Ele lhe tinha dito.



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Quero bendizer-Te toda a minha vida


Livro de Salmos 63(62),2.3-4.5-6.8-9.

Ó Deus, Tu és o meu Deus: desde a aurora Vos procuro
A minha alma tem sede de Ti;
todo o meu ser anela por Ti,
como terra árida, sequiosa, sem água.

Quero contemplar-Te no santuário,
para ver o teu poder e a tua glória.
O teu amor vale mais do que a vida;
por isso, os meus lábios Te hão-de louvar. 

Quero bendizer-Te toda a minha vida
e em teu louvor levantar as minhas mãos.
A minha alma será saciada com deliciosos manjares,
com vozes de júbilo Te louvarei.

Porque Tu és o meu auxílio,
e à sombra das Tuas asas eu exulto.
A minha alma está unida a Ti,
a tua mão direita me sustenta.




«Vistes aquele que o meu coração ama?»

Livro de Cântico dos Cânticos 3,1-4a.

Eis o que diz a esposa: «No meu leito, toda a noite, procurei aquele que o meu coração ama; procurei-o e não o encontrei.
Vou levantar-me e dar voltas pela cidade: pelas praças e pelas ruas, procurarei aquele que o meu coração ama. Procurei-o e não o encontrei.
Encontraram-me os guardas que fazem ronda pela cidade: «Vistes aquele que o meu coração ama?»
Mal me apartei deles, logo encontrei aquele que o meu coração ama. Abracei-o e não o largarei até fazê-lo entrar na casa de minha mãe, no quarto daquela que me gerou.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

A presença do Espírito Santo




Para contar com a presença do Espírito Santo de Deus em nossas vidas, antes de tudo é preciso procurar ouvir e sentir a Palavra do Senhor e mais que isso, colocá-la em prática. Amar ao próximo é um dos principais fundamentos a seguirmos em nosso dia a dia, transformando nossas vidas e a dos demais em algo verdadeiramente sagrado.

Lavaram as suas manchas em torrentes de lágrimas


«Porque fizeram penitência»

Meditemos sobre os ninivitas […], escutemos o que fizeram.

Depois da terrível proclamação que Jonas fez a este povo ébrio e glutão […],

Como hábeis operários acorreram a consolidar

A cidade minada pelas suas más ações

E para tal serviram-se duma rocha firme […], o arrependimento.


Lavaram as suas manchas em torrentes de lágrimas,

Adornaram a cidade com as suas orações,

E Nínive, convertida, agradou ao Pai Misericordioso,

Apresentando de imediato a beleza do seu íntimo

Àquele que sonda os corações (Sl 7,10) […].

Assim, ungida com o óleo das boas obras e perfumada com o jejum,

Foi restituída Àquele que a ama […] e Ele aceitou o seu arrependimento.


O seu rei, um homem sábio, […] aprontou animais e rebanhos

Como se fossem para um dote e disse:

«Ofereço-Vos tudo, meu Deus, meu Salvador.

Reconciliai e reconduzi na Vossa graça

A que se prostituiu e traiu […] a Vossa pureza,

Porque aqui está ela de novo, no seu amor,

A trazer-Vos, qual oferta, o seu arrependimento.


Se eu, o soberano monarca, tiver pecado, que só eu seja punido,

E os demais perdoados na Vossa misericórdia.

Mas se todos Vos tivermos ofendido, escutai o clamor de todos nós […],

Venha sobre nós o Vosso auxílio e todo o medo será dissipado.

Nada mais poderá atemorizar-nos

Se Vos dignardes receber a nossa oferta: o arrependimento.


A rebelde Nínive lança-se a Vossos pés

E eu, miserável rei e Vosso desprezível servo,

Indigno do trono, sento-me sobre a cinza (Jn 3,6);

Tendo insultado a Vossa coroa, espalho poeira sobre a minha cabeça;

Como não mereço a púrpura, vesti-me de serapilheira

E desatei as minhas lamentações.

Poupai-nos ao desdém, lançai sobre nós o Vosso olhar,

Ó Salvador, e aceitai o nosso arrependimento».


Filho Unigénito, ó Único Deus, que fazeis a vontade dos que Vos amam,

Protegei-os na Vossa misericórdia […] como dantes tivestes pena dos ninivitas […]

E livrai do juízo todos os que hoje Vos dedicam o seu canto.

Dai-me o Vosso perdão como prêmio da minha confissão […]

E como não possuo obras dignas da Vossa glória,

Ó Salvador, salvai-me ao menos pelas minhas palavras de contrição,

Vós que prezais o arrependimento.

São Romano, o Melodista (?-c. 560), compositor de hinos
Hino Nínive, §§ 4-17; SC 99





«Ora, aqui está alguém que é maior do que Salomão!»

Evangelho segundo S. Mateus 12,38-42.

Naquele tempo,  alguns escribas e fariseus disseram a Jesus: «Mestre, queremos ver um sinal da tua parte.»
Ele respondeu-lhes: «Geração má e adúltera! Reclama um sinal, mas não lhe será dado outro sinal, a não ser o do profeta Jonas.
Assim como Jonas esteve no ventre do monstro marinho, três dias e três noites, assim o Filho do Homem estará no seio da terra, três dias e três noites.
No dia do juízo, os habitantes de Nínive hão-de levantar-se contra esta geração para a condenar, porque fizeram penitência quando ouviram a pregação de Jonas. Ora, aqui está quem é maior do que Jonas!
No dia do juízo, a rainha do Sul há-de levantar-se contra esta geração para a condenar, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. Ora, aqui está alguém que é maior do que Salomão!»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Tens feito tudo isto. Poderei Eu calar-me?


Livro de Salmos 50(49),5-6.8-9.16bc-17.21.23.

Reuni junto a mim os que me são fiéis,
os que selaram a minha aliança com um sacrifício.
Até os céus proclamarão a sua justiça,
porque Deus é quem julga.

Não te repreendo por causa dos teus sacrifícios;
os teus holocaustos estão sempre na minha presença.

Não aceito os novilhos da tua casa
nem os cabritos do teu rebanho.
«Como falas tanto na minha lei
e trazes na boca a minha aliança,
tu que detestas os meus ensinamentos
e rejeitas as minhas palavras?

Tens feito tudo isto. Poderei Eu calar-me?
Pensavas que Eu era igual a ti?
Vou chamar-te a julgamento
e lançar-te tudo isto em rosto!»

Honra-me quem oferece o sacrifício de louvor;
a quem anda por este caminho
farei participar da salvação de Deus.



Já te foi revelado, ó homem, o que é bom

Livro de Miqueias 6,1-4.6-8.

Ouvi o que diz o Senhor: «Levanta-te! Advoga a tua causa diante das montanhas, e ouçam as colinas a tua voz!
Ouvi, ó montanhas, o processo do Senhor, prestai atenção, fundamentos da terra! Porque o Senhor entrou em litígio com o seu povo, e vai litigar com Israel:
‘Povo meu, que te fiz, ou em que te contristei? Responde-me.
Tirei-te da terra do Egito, livrei-te da casa da escravidão e enviei, diante de ti, Moisés, Aarão e Míriam.
Com que me apresentarei ao Senhor, e me prostrarei diante do Deus excelso? Irei à sua presença com holocaustos, com novilhos de um ano?
Porventura o Senhor receberá com agrado milhares de carneiros ou miríades de torrentes de azeite? Hei-de sacrificar-lhe o meu primogênito pelo meu crime, o fruto das minhas entranhas pelo meu próprio pecado?
Já te foi revelado, ó homem, o que é bom, o que o Senhor requer de ti: nada mais do que praticares a justiça, amares a lealdade e andares humildemente diante do teu Deus.

domingo, 20 de julho de 2014

A felicidade de obter a vida eterna.


«Até que tudo fique fermentado»

Se amassarmos farinha sem lhe misturarmos fermento, bem podemos amassá-la, sová-la e trabalhá-la, que a massa não fermentará nem servirá para comer. Mas quando lhe misturamos fermento, este faz levedar e crescer toda a massa, como na comparação que o Senhor aplicou ao Reino. […] Assim é com a carne: por muito cuidado que se tenha, se não lhe deitarmos sal para que se conserve, […] começará a cheirar mal e tornar-se-á imprópria para consumo. Imagina, pois, que toda a humanidade é massa ou carne, e pensa que a natureza divina do Espírito Santo é o sal e o fermento que vêm de outro mundo. Se o fermento celeste do Espírito e o sal bom da natureza divina não forem introduzidos na natureza humana humilhada e a ela misturados, nunca a alma perderá o mau odor do pecado, nem levedará, perdendo o peso e o defeito do «fermento da malícia» (1Cor 5,7). […]


Se a alma se apoiar apenas nas suas próprias forças e se se crer capaz de tudo conseguir sem a ajuda do Espírito, engana-se redondamente; ela não está feita para as moradas do céu, não está feita para o Reino. […] Se o pecador não se aproximar de Deus, se não renunciar ao mundo, se não esperar na esperança, e se a paciência for um bem estranho à sua natureza própria, que é a força do Espírito Santo, se o Senhor não instilar, do alto, a sua própria vida nessa alma, nunca tal homem provará a verdadeira vida. […] Pelo contrário, se tiver recebido a graça do Espírito, se dele não se afastar, se não O desgostar com a sua negligência e as suas más ações, se, perseverando longamente no combate, não ofender o Espírito (Ef 4,30), terá a felicidade de obter a vida eterna.

Homilia atribuída a São Macário do Egipto (?-390), monge
N° 24, 4; PG 34, 662




O Reino do Céu é semelhante a um grão de mostarda

Evangelho segundo S. Mateus 13,24-43.
Naquele tempo, Jesus propôs à multidão mais esta parábola: «O Reino do Céu é comparável a um homem que semeou boa semente no seu campo.
Ora, enquanto os seus homens dormiam, veio o inimigo, semeou joio no meio do trigo e afastou-se.
Quando a haste cresceu e deu fruto, apareceu também o joio.
Os servos do dono da casa foram ter com ele e disseram-lhe: 'Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois, o joio?’
'Foi algum inimigo meu que fez isto’ respondeu ele. Disseram-lhe os servos: 'Queres que vamos arrancá-lo?’
Ele respondeu: 'Não, para que não suceda que, ao apanhardes o joio, arranqueis o trigo ao mesmo tempo.
Deixai um e outro crescer juntos, até à ceifa; e, na altura da ceifa, direi aos ceifeiros: Apanhai primeiro o joio e atai-o em feixes para ser queimado; e recolhei o trigo no meu celeiro.’»
Jesus propôs-lhes outra parábola: «O Reino do Céu é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo.
É a mais pequena de todas as sementes; mas, depois de crescer, torna-se a maior planta do horto e transforma-se numa árvore, a ponto de virem as aves do céu abrigar-se nos seus ramos.»
Jesus disse-lhes outra parábola: «O Reino do Céu é semelhante ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha, até que tudo fique fermentado.»
Tudo isto disse Jesus, em parábolas, à multidão, e nada lhes dizia sem ser em parábolas.
Deste modo cumpria-se o que fora anunciado pelo profeta: Abrirei a minha boca em parábolas e proclamarei coisas ocultas desde a criação do mundo.
Afastando-se, então, das multidões, Jesus foi para casa. E os seus discípulos, aproximando-se dele, disseram-lhe: «Explica-nos a parábola do joio no campo.»
Ele, respondendo, disse-lhes: «Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem;
o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do Reino; o joio são os filhos do maligno;
o inimigo que a semeou é o diabo; a ceifa é o fim do mundo e os ceifeiros são os anjos.
Assim, pois, como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no fim do mundo:
o Filho do Homem enviará os seus anjos, que hão-de tirar do seu Reino todos os escandalosos e todos quantos praticam a iniquidade,
e lançá-los na fornalha ardente; ali haverá choro e ranger de dentes.
Então os justos resplandecerão como o Sol, no Reino de seu Pai. Aquele que tem ouvidos, oiça!»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

O Espírito vem em auxílio da nossa fraqueza

Carta aos Romanos 8,26-27.

Irmãos:O Espírito vem em auxílio da nossa fraqueza, pois não sabemos o que havemos de pedir, para rezarmos como deve ser; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis.
E aquele que examina os corações conhece as intenções do Espírito, porque é de acordo com Deus que o Espírito intercede pelos santos.


Voltai para mim os vossos olhos

Livro de Salmos 86(85),5-6.9-10.15-16a.

Porque Tu, Senhor, és bom e indulgente,
cheio de misericórdia para quantos te invocam.
Senhor, ouve a minha oração,
atende os gritos da minha súplica. 

Todas as nações, que criaste, virão adorar-te, Senhor,
e darão glória ao teu nome. 
Porque só Tu és grande e realizas maravilhas.
Vós sois o único Deus.

Mas Tu, Senhor, és um Deus misericordioso e compassivo,
paciente e grande em bondade e fidelidade.
Voltai  para mim os vossos olhos
e tende compaixão de mim.




Deste a teus filhos uma boa esperança


Livro de Sabedoria 12,13.16-19.

Não há Deus, além de Vós, que tenha cuidado de todas as coisas; a ninguém tendes de mostrar que não julgais injustamente.
Pois o teu poder é o princípio da justiça e o teu domínio sobre tudo te torna indulgente para com todos.
Demonstras a tua força a quem não crê no teu poder e confundes a ousadia de quem a reconhece.
Mas Tu, que dominas a tua força, julgas com bondade e nos governas com grande indulgência, pois podes usar o teu poder quando quiseres. que o justo deve ser amigo dos homens, e deste a teus filhos uma boa esperança, porque, após o pecado, dás a conversão.


sábado, 19 de julho de 2014

«O Filho do Homem até do sábado é Senhor»


Não vemos que as palavras do Gênesis: «Deus repousou, no sétimo dia, do trabalho por Ele realizado» (Gn 2,2) se tenham realizado neste sétimo dia da Criação, nem que se realizem hoje. Vemos Deus sempre a trabalhar. Não há sábado em que Deus pare de trabalhar, não há dia em que Ele deixe de «fazer com que o sol se levante sobre os bons e os maus e fazer cair a chuva sobre os justos e os pecadores» (Mt 5,45), em que deixe de «fazer crescer as ervas nas montanhas e as plantas para o alimento dos homens» (Sl 146,8) […], em que deixe de «dar a morte e a vida» (1Sam 2,6).
Assim, o Senhor responde àqueles que O acusam de trabalhar e de curar no sábado: «Meu Pai trabalha continuamente e Eu também trabalho» (Jo 5,17), querendo com isto dizer que, durante o tempo deste mundo, não há sábado em que Deus descanse de zelar pelo andamento do mundo e pelos destinos do gênero humano. […] Na sua sabedoria de Criador, Ele não cessa de exercer a sua providência e a sua benevolência sobre as suas criaturas, «até ao fim do mundo» (Mt 28,20). Portanto, o verdadeiro sábado em que Deus descansará de todos os seus trabalhos será o mundo futuro, quando «fugirão a tristeza e os gemidos» (Is 35,10 LXX), e Deus será «tudo em todos» (Col 3,11).
Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Homilias sobre os Números, n°23

Ora, Eu digo vos que aqui está quem é maior que o templo.

Evangelho segundo S. Mateus 12,1-8.

Naquele tempo, Jesus passou através das searas em dia de sábado e os discípulos, sentindo fome, começaram a apanhar e a comer espigas.
Ao verem isso, os fariseus disseram-lhe: «Aí estão os teus discípulos a fazer o que não é permitido ao sábado!»
Mas Ele respondeu-lhes: «Não lestes o que fez David, quando sentiu fome, ele e os que estavam com ele?
Como entrou na casa de Deus e comeu os pães da oferenda, que não lhe era permitido comer, nem aos que estavam com ele, mas unicamente aos sacerdotes?
E nunca lestes na Lei que, ao sábado, no templo, os sacerdotes violam o sábado e ficam sem culpa?
Ora, Eu digo vos que aqui está quem é maior que o templo.
E, se compreendêsseis o que significa: Prefiro a misericórdia ao sacrifício, não teríeis condenado estes que não têm culpa.
O Filho do Homem até do sábado é Senhor.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Preservastes a minha alma da corrupção da morte

Livro de Isaías 38,10.11.12abcd.16.

«Eu pensei: 'A meio dos meus dias vou ter de descer às portas do Abismo,
privado do resto dos meus anos'.
Eu pensei: 'Não mais verei o Senhor na terra dos vivos.
Não mais verei os homens entre os habitantes do mundo.

A minha morada é levada para longe de mim,
como uma tenda de pastor;
enrolei a minha vida como um tecelão,
mas acabou-se-me por falta de fio.

Por Vós, Senhor, viverá o meu espírito
e o meu sofrimento se converterá em paz.
Preservastes a minha alma da corrupção da morte,
perdoastes todos os meus pecados.




E o sol retrocedeu os dez graus que já tinha avançado.


Livro de Isaías 38,1-6.21-22.7-8.
Naqueles dias, Ezequias, rei de Judá, adoeceu de uma enfermidade mortal. O profeta Isaías, filho de Amós, veio visitá-lo e disse-lhe: «Eis o que diz o Senhor: Faz o testamento, porque vais morrer muito brevemente.»
Ezequias voltou o rosto para a parede e fez ao SENHOR esta oração:
«SENHOR, lembra-te que tenho andado fielmente diante de ti, com um coração sincero e íntegro, pois fiz sempre a tua vontade.» E começou a chorar, derramando lágrimas abundantes.
Então, a palavra do SENHOR foi dirigida a Isaías nestes termos:
«Vai e diz a Ezequias: ‘Eis o que diz o SENHOR, o Deus de teu pai David: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; vou acrescentar à tua vida mais quinze anos.
Hei-de livrar-te, a ti e a esta cidade, das mãos do rei da Assíria e protegê-la-ei.’»
Depois, Isaías deu esta ordem: «Tragam um emplastro de figos e apliquem-no na parte doente e ficará curado.»
E Ezequias perguntou: «Qual é o sinal que me garanta que ainda poderei ir ao templo do SENHOR?»
Isaías disse-lhe: «É este o sinal, da parte do SENHOR, para que saibas que Ele cumprirá a promessa:
No relógio de sol de Acaz farei retroceder a sombra dez graus, tantos quantos tinha avançado.» E o sol retrocedeu os dez graus que já tinha avançado.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

A minha alma suspira por ti de noite


Livro de Isaías 26,7-9.12.16-19.
O caminho do justo é reto; é o Senhor quem prepara o caminho do justo.
Seguindo os caminhos dos teus desejos, SENHOR, esperamos em ti. E com que ansiedade pronunciamos o teu nome e nos lembramos de ti!
A minha alma suspira por ti de noite, e do mais profundo do meu espírito, eu te procuro pela manhã, porque quando exerces sobre a terra os teus julgamentos, os habitantes do mundo aprendem a justiça.
SENHOR, dá-nos a paz, porque és Tu que realizas todos os nossos empreendimentos.
SENHOR, na tribulação, nós recorríamos a ti, quando a força do teu castigo nos abatia.
Como a mulher grávida, prestes a dar à luz, se torce e grita nas suas dores, assim éramos nós na tua presença, SENHOR.
Nós concebemos, sofremos dores de parto, e o que demos à luz foi vento. Não demos a salvação ao nosso país, nem nasceram novos habitantes na terra.
Os teus mortos reviverão, os seus cadáveres ressuscitarão. Despertai e rejubilai vós que jazeis no sepulcro! Pois o teu orvalho é um orvalho de luz, que fará renascer os que não passavam de sombras.

PRIMEIRA IGREJA BATISTA RENOVADA EM GUADALUPE




D I V U L G U E M!!!!

Queridos e queridas de Jesus, com grande alegria e satisfação a que venho convidá-los para estarem conosco no 13º Congresso de Jovens e Adolescentes da PIB RENOVADA EM GUADALUPE nos dias 01,02 e 03 de agosto. Esse ano com o tema “Jovem sem máscara, influenciando gerações”, com presenças confirmadas: Pai, Filho e Espírito Santo. Venha e traga um amigo, vai ser show de glória!

Felizes aqueles que beberam e saciaram a sua sede!



«Vinde a Mim, todos os que estais cansados»

Tirai água da fonte viva do Senhor (cf Jo 4,10; 7,37),

pois ela está aberta para vós.

Vinde, vós todos que tendes sede,

bebei a bebida que sacia.

Repousai junto à fonte do Senhor,

pois ela é bela e pura, sacia a alma.


Esta água é mais doce que o mel,

o néctar das abelhas não se lhe compara (cf Sl 19,11),

pois ela jorra dos lábios do Senhor,

do seu coração extrai o seu nome.


Ela jorra, ilimitada e invisível;

antes de ter aparecido ninguém a tinha visto.

Felizes aqueles que beberam

e saciaram a sua sede!



Odes de Salomão (texto cristão hebraico do início do século II)
Nº 30

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Os povos reverenciarão o nome do Senhor


Livro de Salmos 102(101),13-14ab.15.16-18.19-21.

Tu, porém, Senhor, permaneces para sempre
e o teu nome será lembrado por todas as gerações.
Levanta-te, tem piedade de Sião;
já é tempo de lhe perdoares.
Os teus servos amam as suas pedras,
sentem pena das suas ruínas.

Os povos reverenciarão o nome do Senhor,
e todos os reis da terra, a Vossa majestade.
Quando o Senhor restaurar Sião,
e manifestar a sua glória
atenderá a súplica do infeliz
e não desprezará a sua oração.

Escreva-se tudo isto para as gerações futuras
e o povo que há-de formar louvará o Senhor.
Debruçou-se do alto da sua morada
lá do Céu o Senhor olhou para a terra,
para ouvir o gemido dos cativos,
para libertar os condenados à morte.




O meu jugo é suave e o meu fardo é leve

Evangelho segundo S. Mateus 11,28-30.
Naquele tempo, Jesus exclamou: «Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito.
Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Johann Tauler


Johann Tauler (Estrasburgo, 1300 – 15 de Junho 1361), também conhecido como Johannes Tauler, Juan Taulero e Iuã Taulero, foi um frade dominicano alemão e um dos grandes místicos do cristianismo.Foi educado no convento dominicano da sua cidade onde teve por mestre, Mestre Eckhart que ali foi professor entre 1312 e 1320, tendo sobre ele exercido enorme influência. De Estraburgo foi posteriormente para Colónia e provavelmente para Paris, regressando mais tarde a Estrasburgo. Em 1324, a sua cidade natal e outras cidades foram colocadas sobre um interdito papal, isto é, impedidas de nelas se praticarem actos religiosos católicos. A lenda afirma que Tauler, nem por isso deixou de continuar a pregar e a celebrar a eucaristia.
Entre 1338 e 1339 Tauler esteve em Basileia, então a sede de uma associação chamada Os amigos de Deus onde teve um estreito relacionamento com os membros dessa pia e mística associação.
A Peste Negra chegou a Estrasburgo em 1348, e, quando a cidade ficou deserta por todos quantos dela conseguiram sair, Tauler menteve-se no seu posto, continuando a realizar os seus sermões e visitas pessoais aos enfermos e cidadãos aterrorizados com tal mortífera praga.
A sua correspondência com cidadãos distintos, especialmente Margarida Ebner, e o seu trabalho apostólico e de pregador, tornaram-no famoso em diversos círculos.
Tauler é famoso pelos seus sermões, considerados entre as obras-primas da literatura de língua alemã, não tão emocionais como as obras de Henrique de Suso, nem tão especulativas como as de Mestre Eckhart, mas intensamente práticas, e abordando todos os lados dos profundos problemas da moral e da vida espiritual.
Os sermões de Tauler foram primeiramente impressos em Leipzig, em 1498 e reimpressos com acrescentos de Eckhart e outros em Basileia (1522) e Colónia (1543) e Lisboa (1551).
Ele é também o autor da forma original do hino "Um barco carregado" (Es kommt ein Schiff geladen)(Hinário luterano Nº2), um hino repleto de imagens místicas e bonitas. O título da música em alemão está muito citado na época antes de Natal (uma busca no internet indica-o mais de 20 mil vezes !), e a música consta de muitos hinários católicos e evangélicos. Em língua portuguesa existe uma composição atual do compositor brasileiro Axel Bergstedt para coral e solistas.
Fonte: Wikipedia

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Caminhos para a simplicidade




«Porque não se converteram»

Que tortuosos caminhos temos de percorrer para alcançar a simplicidade! […] Muitas vezes, se não praticamos esta virtude, é devido ao nosso modo de ser complicado, que rejeita a simplicidade. Muitas vezes, não conseguimos entender a grandiosidade que se esconde num ato de simplicidade. Procuramos o que é grandioso no que é complicado; buscamos a magnificência das coisas na sua dificuldade […]


A virtude, Deus, a vida interior: que difícil me parecia viver tudo isto! Agora, não é que tenha a virtude, ou que o meu conhecimento de Deus e da vida espiritual esteja completamente claro, mas vi que alcançamos tudo isso justamente ao contrário, pela simplicidade de coração e pela pureza de espírito. […] Sim, é verdade: para alcançar a virtude não é necessário fazer um plano de caminho, nem dedicarmo-nos a grandes estudos; basta o simples ato de querer; muitas vezes, basta a simples vontade. Então, porque não alcançamos a virtude mais vezes? Porque não somos simples; porque complicamos os nossos desejos; porque, devido à nossa falta de vontade, tudo o que queremos se torna difícil. Ela deixa-se levar pelo que lhe agrada, pelo que é cômodo, pelo que não é necessário, e muitas vezes por desejos desordenados. […] Se quiséssemos, seriamos santos, e é muito mais difícil ser engenheiro do que ser santo.

São Rafael Arnaiz Barón (1911-1938), monge trapista espanhol
Escritos espirituais, 1937/01/25




Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida!

Evangelho segundo S. Mateus 11,20-24.

Naqueles tempo, começou Jesus a censurar duramente as cidades em que se tinha realizado a maior parte dos seus milagres, por não se terem arrependido:
«Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se os milagres realizados entre vós, tivessem sido feitos em Tiro e em Sídon, de há muito se teriam convertido, vestindo-se de saco e com cinza.
Aliás, digo-vos Eu: No dia do juízo, haverá mais tolerância para Tiro e Sídon do que para vós.
E tu, Cafarnaúm, julgas que serás exaltada até ao céu? Serás precipitada no abismo. Porque, se os milagres que em ti se realizaram tivessem sido feitos em Sodoma, ela ainda hoje existiria.
Aliás, digo-vos Eu: No dia do juízo, haverá mais tolerância para os de Sodoma do que para ti.»



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Grande é o Senhor e digno de louvor


Livro de Salmos 48(47),2-3a.3b-4.5-6.7-8.

Grande é o Senhor e digno de louvor,
na cidade do nosso Deus,
no seu monte santo.


Belo em altura, alegria de toda a terra,
O monte Sião, nas alturas do Norte,
é a cidade do grande rei.
No meio das suas fortalezas,

Deus mostrou se um refúgio seguro.
Eis que os reis se coligaram
e juntos atacaram a cidade.
Mal a viram, ficaram aterrados,

perturbaram-se e puseram se em fuga.
Ali mesmo apoderou se deles o medo,
uma angústia como a da mulher que dá à luz;
era como o vento leste,

que destroça as naus de Társis.



Tranquiliza-te, tem calma

Livro de Isaías 7,1-9.

No tempo em que Acaz, filho de Jotão e neto de Uzias reinava em Judá, aconteceu que Recin, rei de Damasco e Pecá, filho de Remalias, rei de Israel, marcharam contra Jerusalém para a combater, mas não puderam apoderar-se dela.
Chegou a notícia ao herdeiro de David: «Os sírios acampam em Efraim.» Ao ouvir isto, agitou-se o coração do rei e do seu povo, como se agitam as árvores das florestas impelidas pelo vento.
Então o SENHOR disse a Isaías: «Sai ao encontro de Acaz com o teu filho Chear-Yachub, na extremidade do aqueduto da piscina superior, junto à Calçada do Bataneiro,
e diz-lhe: ‘Tranquiliza-te, tem calma, não temas nem te acobardes diante do furor de Recin, rei da Síria, e de Pecá, filho de Remalias: não passam de dois tições fumegantes.
De fato, a Síria, Efraim e o filho de Remalias decidiram a tua ruína dizendo:
Vamos contra Judá e sitiemo-la, e proclamaremos rei o filho de Tabiel.’»
Assim diz o Senhor DEUS: «Tal não acontecerá nem se realizará.
Assim como é verdade que a capital da Síria é Damasco, e que o chefe de Damasco é Recin;
que a capital de Efraim é Samaria, e que o chefe da Samaria é o filho de Remalias; também é verdade que daqui a cinco ou seis anos Efraim será destruída, deixará de ser povo. Se não o acreditardes, não subsistireis.»

terça-feira, 15 de julho de 2014

Andrew Reed e o avivamento

Andrew Reed: “Vem, Senhor, como fogo, com a chama sagrada limpar nosso coração. Que todo o nosso ser possa tornar-se uma oferta ao nome de nosso Redentor”.
    Apelo feito durante o avivamento das Ilhas Hébridas: “Irmãos, se não levarmos uma vida reta diante de Deus, será uma falsidade clamarmos por um avivamento, dia e noite, meses e meses seguidos. Temos que perguntar a nós mesmos: meu coração está puro? Minhas mãos estão limpas?”