quarta-feira, 11 de junho de 2014

o Reino dos Céus está próximo


São Barnabé, apóstolo que proclama que o Reino dos Céus está próximo

«Como posso amar alguém que não conheço?» […] Se não podemos ver a Deus, temos no entanto outros meios para erguer os olhos do nosso espírito até Ele. Se não nos é possível vê-Lo em pessoa, podemos, desde este momento, vê-Lo nos seus servos. Ao observar como eles fazem maravilhas, ficamos certos de que Deus habita neles. […] Nenhum de nós pode olhar directamente para o sol, fixando-o no momento em que se levanta em todo o seu brilho, porque os olhos, ao fixarem-se nos seus raios, ficam encandeados. Mas olhamos para as montanhas iluminadas pelo sol, e vemos então que ele se levantou. Do mesmo modo, como não podemos ver em si mesmo o Sol de justiça (Ml 3,20), olhemos para as montanhas que a sua claridade ilumina, isto é, para os santos apóstolos, que brilham pelas suas virtudes, que resplandecem pelos seus milagres. […] Com efeito, a força de Deus em si mesma é o sol no céu; a força de Deus espalhada pelos homens é o sol na Terra […].
Mas a condição para não tropeçarmos no nosso caminho na Terra é amar a Deus e ao nosso próximo com todo o espírito (Mt 22,37ss) […]. Eis porque o Espírito foi dado aos discípulos por duas vezes: primeiro, pelo Senhor que veio à Terra, depois pelo Senhor já no céu (Jo 20,22; Act 2,2). Ele foi-nos dado na Terra para amarmos o próximo; no Céu, para amarmos a Deus […]. Compreendemos assim estas palavras de João: «Aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê» (1Jo 4,20). Então, meus irmãos, acarinhemos o nosso próximo, amemos quem está perto de nós, para sermos capazes de amar Aquele que está acima de nós […] e sermos capazes de fruir, em Deus, de uma alegria perfeita com esse próximo.
São Gregório Magno (c. 540-604), papa, doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho, n° 30; PL 76, 1220


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