«Segundo o poder que Lhe deste sobre toda a Humanidade, (…) dê [o Filho] a vida eterna a todos os que Lhe entregaste»
«Eu morro por todos, diz o Senhor, para que todos tenham a vida por meu intermédio; Eu morro para resgatar a carne de todos pela minha Carne. A morte morrerá na minha morte e, juntamente comigo, ressuscitará a natureza humana do letargo em que caíra. Com esse fim Me tornei semelhante a vós, um homem autêntico da descendência de Abraão, para ser em tudo semelhante aos meus irmãos (cf Heb 2,17)». […] Ora, o poder daquele que tinha o império da morte e, por conseguinte, a mesma morte, nunca poderiam ser aniquilados se Cristo não Se tivesse oferecido a Si mesmo por nós: foi imolado um só em redenção por todos, porque sobre todos reinava a morte. Cristo, oferecendo-Se por nós a Deus Pai como sacrifício imaculado, afirma num Salmo: «Não quiseste sacrifícios nem oblações, mas preparaste-Me um corpo. Não Me pediste holocaustos nem sacrifícios pelos pecados. Então, Eu disse: Eis-Me aqui.» (Sl 40,7-8; Heb 10,5-7). […]
Que Cristo tivesse oferecido a sua carne pela vida do mundo podemos reconhecê-lo por aquelas palavras que disse: «Pai Santo, guarda-os!». E logo a seguir: «Por eles Me santifico» (Jo 17,11.19) […], isto é, consagro-Me, ofereço-Me como sacrifício imaculado de suave perfume (cf Ef 5,2; Gn 8,21). Com efeito, tudo o que era oferecido sobre o altar era santificado ou chamado santo. Cristo, portanto, deu o seu corpo em sacrifício pela vida de todos e assim nos foi comunicada de novo a vida por meio dele. […] Depois que habitou na carne, o Verbo vivificante de Deus restituiu à carne o seu próprio bem, ou seja, a vida.
São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja
Comentário sobre o Evangelho de S. João, 4,2 (trad. do breviário, III semana do Tempo Pascal, rev.)
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