quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

«Produziu a trinta, a sessenta e a cem por um»

Irmãos bem amados, quando vos apresentamos uma coisa útil para a vossa alma, que ninguém tente desculpar-se dizendo: «Não tenho tempo para ler, e é por isso que não posso conhecer os mandamentos de Deus nem observá-los.» […] Evitemos as vãs tagarelices e as brincadeiras corrosivas […], e veremos se não temos tempo para consagrar à leitura da Sagrada Escritura. […] Quando as noites são mais longas, haverá alguém capaz de tanto de dormir, que não possa ler ou ouvir ler as Escrituras? […] Pois a luz da alma e seu alimento eterno não é senão a Palavra de Deus, sem a qual o coração não pode nem viver nem ver. […]
O cuidado da nossa alma é semelhante ao cultivo da terra. Assim como para cultivar a terra se arranca de um lado e se extirpa do outro até à raiz para semear o bom grão, o mesmo se deve fazer à nossa alma: arrancar o que é mau e plantar o que é bom; extirpar o que é prejudicial, transplantar o que é útil; desenraizar o orgulho e plantar a humildade; deitar fora a avareza e guardar a misericórdia; desprezar a imoralidade e amar a castidade. […]
Efetivamente, vós sabeis como se cultiva a terra. Em primeiro lugar, arrancam-se as silvas e atiram-se as pedras para longe, seguidamente lavra-se a própria terra, recomeça-se uma segunda vez, uma terceira, e finalmente […] semeia-se. Que seja assim na nossa alma: em primeiro lugar, arranquemos as silvas, ou seja os maus pensamentos; seguidamente retiremos as pedras, isto é, a malícia e a dureza. Por último, lavremos o nosso coração com o arado do Evangelho e a relha da cruz e, quebrado pela penitência, amolecido pela esmola e pela caridade, preparemo-lo para a semente do Senhor […], para que possa receber com alegria a semente da palavra divina e não dar apenas trinta, mas sessenta e cem vezes o seu fruto.
São Cesário de Arles (470-543), monge, bispo
Sermões ao povo, n°6 passim; SC 175
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Livro de 2º Samuel 7,4-17.

Naqueles dias, o Senhor falou a Natan, dizendo: 
«Vai dizer ao meu servo David: Diz o Senhor: "És tu que me vais construir uma casa para Eu habitar?
Desde que tirei da terra do Egito os filhos de Israel até ao dia de hoje, não habitei em casa alguma; mas peregrinava alojado numa tenda que me servia de morada.
E, durante todo o tempo em que andei no meio dos israelitas, disse, porventura, a algum dos chefes de Israel que encarreguei de apascentar o meu povo: 'Porque não me edificais uma casa de cedro?'
Dirás, pois, agora, ao meu servo David: Diz o Senhor do universo: Eu tirei-te das pastagens onde apascentavas as tuas ovelhas, para fazer de ti o chefe de Israel, meu povo.
Estive contigo em toda a parte por onde andaste; exterminei diante de ti todos os teus inimigos e fiz o teu nome tão célebre como o nome dos grandes da terra.
Fixarei um lugar para Israel, meu povo; nele o instalarei, e ali habitará, sem jamais ser inquietado; e os filhos da iniquidade não mais o oprimirão, como outrora,
no tempo em que Eu estabelecia juízes sobre o meu povo, Israel. A ti concedo uma vida tranquila, livrando-te de todos os teus inimigos. Além disso, o Senhor faz hoje saber que será Ele próprio quem edificará uma casa para ti.
Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, manterei depois de ti a descendência que nascerá de ti e consolidarei o seu reino.
Ele construirá um templo ao meu nome, e Eu firmarei para sempre o seu trono régio.
Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Se ele cometer alguma falta, hei-de corrigi-lo com varas e com açoites, como fazem os homens,
mas não lhe tirarei a minha graça, como fiz a Saul, a quem afastei diante de ti.
A tua casa e o teu reino permanecerão para sempre diante de mim, e o teu trono estará firme para sempre".»
Foi segundo estas palavras e esta visão que Natan falou a David.
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Livro de Salmos 89(88),4-5.27-28.29-30.
"Fiz uma aliança com o meu eleito,
jurei a David, meu servo:
'Estabelecerei a tua descendência para sempre
e o teu trono há-de manter-se eternamente'."

Ele me invocará, dizendo: 'Tu és meu pai,
és o meu Deus e o rochedo da minha salvação!'
E Eu farei dele o primogênito,
o maior entre os reis da terra.

Eternamente lhe assegurarei o meu favor,
e a minha aliança com ele será fiel.
Estabelecerei para sempre a sua descendência,
e o seu trono terá a duração dos céus.
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Evangelho segundo S. Marcos 4,1-20.
Naquele tempo, Jesus começou a ensinar de novo começou à beira-mar. Uma enorme multidão veio agrupar-se junto dele e, por isso, teve de subir para um barco e sentar-se nele, no mar, ficando a multidão em terra, junto ao mar.
Ensinava-lhes muitas coisas em parábolas e dizia nos seus ensinamentos:
«Escutai: o semeador saiu a semear.
Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho e vieram as aves e comeram-na.
Outra caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra e logo brotou, por não ter profundidade de terra;
mas, quando o sol se ergueu, foi queimada e, por não ter raiz, secou.
Outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram, sufocaram-na, e não deu fruto.
Outra caiu em terra boa e, crescendo e vicejando, deu fruto e produziu a trinta, a sessenta e a cem por um.»
E dizia: «Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.»
Ao ficar só, os que o rodeavam, juntamente com os Doze, perguntaram-lhe o sentido da parábola.
Respondeu: «A vós é dado conhecer o mistério do Reino de Deus; mas, aos que estão de fora, tudo se lhes propõe em parábolas,
para que ao olhar, olhem e não vejam, ao ouvir, oiçam e não compreendam, não vão eles converter-se e ser perdoados.»
E acrescentou: «Não compreendeis esta parábola? Como compreendereis então todas as outras parábolas?
O semeador semeia a palavra.
Os que estão ao longo do caminho são aqueles em quem a palavra é semeada; e, mal a ouvem, chega Satanás e tira a palavra semeada neles.
Do mesmo modo, os que recebem a semente em terreno pedregoso, são aqueles que, ao ouvirem a palavra, logo a recebem com alegria,
mas não têm raiz em si próprios, são inconstantes e, quando surge a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, logo desfalecem.
Outros há que recebem a semente entre espinhos; esses ouvem a palavra,
mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e as restantes ambições entram neles e sufocam a palavra, que fica infrutífera.
Aqueles que recebem a semente em boa terra são os que ouvem a palavra, a recebem, dão fruto e produzem a trinta, a sessenta e a cem por um.»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
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EVANGELHO QUOTIDIANO
"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68


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