Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Tratados sobre os salmos, 149
Tratados sobre os salmos, 149
Irmãos, «cantemos ao Senhor um cântico novo» (Sl 149,1). Para o homem velho, o cântico velho; para o homem novo, um cântico novo. Antiga aliança, cântico antigo; nova aliança, cântico novo. As promessas da antiga aliança são sobretudo de ordem temporal e terrena. Os que continuam ligados às coisas da terra cantam ainda o cântico antigo; para cantar o cântico novo, é preciso amar os bens eternos. Esse amor é ao mesmo tempo novo e eterno; é sempre novo porque nunca envelhece.
Mas, se pensarmos bem, esse amor é antigo; como poderá então ser novo? Meus irmãos, a vida eterna terá nascido ontem? A vida eterna é Cristo e, enquanto Deus, Ele não nasceu ontem. Porque «no princípio era o Verbo [...] e o Verbo estava em Deus; Ele estava no princípio com Deus. Tudo foi feito por Ele; sem Ele nada foi feito» (Jo 1,1s). Se fez as coisas antigas, Ele tem de ser eterno, coeterno com o Pai. Nós é que, pelo pecado, caímos no envelhecimento. [...] O homem envelheceu em consequência do seu pecado; foi pela graça de Deus que foi renovado. E são os que foram assim renovados em Cristo que cantam um cântico novo, porque começam a estabelecer-se na vida eterna.
Nenhum comentário:
Postar um comentário