sábado, 4 de junho de 2016

Como se reza - Papa Francisco

· Na audiência geral o Papa Francisco fala da parábola do fariseu e do publicano, recordando os sacerdotes que celebram o jubileu na festa do Sagrado Coração ·
1 de Junho de 2016
«Todos absorvidos pelo delírio do ritmo quotidiano, muitas vezes à mercê de sensações, transtornados, confundidos», os cristãos de hoje deveriam «recuperar o valor da intimidade e do silêncio, porque é ali que Deus nos encontra e nos fala». E só «a partir dali» é também possível «reencontrar os outros e falar com eles»: é a lição que o Papa Francisco tira da releitura da parábola do fariseu e do publicano contida no Evangelho de Lucas (18, 9-14), oferecida aos fiéis presentes na praça de São Pedro para a audiência geral de quarta-feira 1 de junho.
Prosseguindo as reflexões sobre o tema jubilar à luz dos trechos evangélicos, o Pontífice evidenciou os defeitos da presumível oração do fariseu para exaltar as virtudes daquela do publicano, que tem «a atitude justa para rezar e invocar a misericórdia do Pai». E deste modo enquanto o primeiro «com arrogância e hipocrisia reza por si mesmo» – disse Francisco acrescentando como de costume imagens evocativas ao texto preparado – o segundo «apresenta-se com espírito humilde e arrependido». Salta assim aos olhos a primeira diferença importante: «A sua oração é brevíssima, não é longa como a do fariseu. “Oh Deus, tende piedade de mim pecador”. Nada mais. Bonita oração!», comentou Francisco convidando depois os presentes a repeti-la por três vezes em voz alta.
Em síntese, exortou o Papa, é necessário «rezar pondo-nos em frente de Deus tal como somos», precisamente como o publicano, com o seu estilo de oração essencial, humilde. «Apresentando-se “com as mãos vazias”», ele «mostra a condição necessária para receber o perdão do Senhor». E «no final precisamente ele, tão desprezado, torna-se um ícone do verdadeiro crente». Ao passo que o fariseu, ostentando os próprios méritos, com sentido de superioridade em relação aos «outros homens» tornou-se, ao contrário, «o ícone do corrupto que finge que reza, mas consegue apenas pavonear-se».
No final da audiência – precedida por um encontro com uma delegação jainista num pequeno ambiente da Sala Paulo VI – o Papa convidou «a rezar durante todo o mês de junho ao Coração de Jesus» e a apoiar «com proximidade e afecto» os milhares de sacerdotes e seminaristas que chegaram a Roma para celebra o próprio jubileu. Centradas na frase de Francisco «A imagem do Bom Pastor, o sacerdote é um homem de misericórdia e de compaixão, próximo do seu povo e servo de todos», as três jornadas jubilares abriram-se na quarta-feira com uma série de catequeses para grupos linguísticos em várias igrejas de Roma. A jornada de quinta-feira é dedicada ao retiro espiritual guiado pelo Papa em Santa Maria Maior, São João de Latrão e São Paulo Fora dos Muros. E o próprio Pontífice presidirá na manhã de sexta-feira, solenidade do Sagrado Coração, à concelebração eucarística conclusiva na praça de São Pedro.
Catequese do Papa
Discurso a uma delegação jainista

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