sábado, 16 de janeiro de 2016

Comentário do dia:



Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Dos comentários sobre os Salmos

«Não são os que têm saúde que precisam do médico, mas os que estão doentes.»

Há homens fortes [...] que põem a sua confiança na sua própria justiça. De facto, pretendem ser justos por si mesmos e, tendo-se por pessoas superiores, recusaram o remédio e mataram o próprio médico. Não são esses homens fortes os que o Senhor veio chamar, mas os fracos. [...]

Ai de vós, os fortes, que não tendes necessidade de médico! Essa força não vem da vossa saúde mas da vossa insensatez. [...] O Mestre da humildade, que partilhou da nossa fraqueza e nos tornou participantes da sua divindade, desceu do céu para nos mostrar o caminho e ser Ele próprio o nosso caminho. Quis, sobretudo, dar-nos o exemplo da sua humildade [...], para nos ensinar a confessar os nossos pecados, a ser humildes para nos tornarmos fortes, e a fazer nossa aquela palavra do apóstolo Paulo: «Quando sou fraco, então é que sou forte» (2Cor 12, 10). [...]

Pelo contrário, aqueles que se julgam fortes e que pretendem ser justos pela sua própria virtude, «tropeçaram na pedra de tropeço» (Rom 9,32). [...] Foram estes homens fortes que atacaram Cristo, ufanando-se da sua justiça. [...] Eles colocavam-se acima da multidão dos fracos que acorriam ao médico. E porquê? Pela simples razão de que se consideravam fortes. [...] Mataram o médico de todos os homens mas Ele, na sua morte, preparou para todos os doentes um remédio com o seu sangue.


16 de janeiro

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