A entrevista mais longa
A entrevista mais longa concedida pelo Pontífice: assim, com uma fórmula tanto eficaz quanto pertinente, o editor apresentou o último livro de Jorge Mario Bergoglio («Risponde papa Francesco. Tutte le interviste e le conferenze stampa».Introdução de Giovanni Maria Vian, Venezia, Marsilio, 2015, 368 páginas), que reúne quase seiscentas respostas do Pontífice.
Quem colocou as perguntas, desde a primeira viagem internacional ao Brasil, foram cerca de noventa jornalistas do mundo inteiro, que se encontraram com ele pessoalmente ou durante as conferências de imprensa no avião, tornando-se de facto uma nova forma de comunicação papal. Embora a primeira entrevista a um Pontífice remonte a 1892, durante o pontificado de Leão XIII, como explica a introdução. Com efeito, em Fevereiro Pecci usou um jornal francês para lançar com uma sua declaração uma encíclica amenizadora em relação à França, ao passo que no final do mês de Julho recebeu uma célebre jornalista, Caroline Rémy, com a qual conversou por setenta minutos sobre o tema candente do anti-semitismo. Não faltaram polémicas, e talvez por esta razão o colóquio sucessivo de um Papa com um jornalista tenha tido lugar só em 1959, entre João XXIII e Montanelli, de facto uma oportunidade perdida.
Tudo começou com Paulo VI e depois com os seus sucessores, em particular com o Pontífice actual, como documenta a recolha que acabou de ser publicada por Marsilio, em que os direitos autorais são destinados totalmente às obras de caridade do Papa. A exaustividade e a minuciosidade do livro, que deveras pode ser lido como uma longuíssima conversação com Francisco, ajudam de forma surpreendente a compreender o seu pensamento relacionado com questões de contemporaneidade, e a apreciar a sua linguagem imediata e muito vivaz.
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