Neste momento que antecede o Natal, muita gente enfrenta as filas em mercados para compra dos ingredientes da Ceia do dia 24, outros o desconforto de lojas a cata de presentes para amigos e parentes. Há os que dizem impropérios na fila do caixa eletrônico para a retirada do dinheiro, enquanto o cartão trava na máquina ou a operação não é completada pois o sistema saiu do ar.
É o Natal um período de grande efervescência econômica. Nada de mal nisso. Muitas pessoas desempregadas através dele conseguem uma vaga no mercado de trabalho, mesmo que temporária, mas que, em alguns casos, poderá tornar-se definitiva.
O Brasil, como parte do mundo, passa por um péssimo período econômico. O dinheiro é curto na maioria dos lares. Muitas donas de casa ficam aflitas por não saberem o que comprar. Há jovens que mudam de humor pela falta de dinheiro para a compra de uma roupa nova. Moças que fazem questão do vestido branco que viram no shopping e os rapazes também de olho em algum tênis ou camiseta.
Talvez, a crise seja um momento adequado para melhor reflexão sobre nossas vidas. Ela nos faz parar e nos faz pensar.
Verificamos que as promessas de governos e pessoas não são o bastante. Passamos a compreender que a verdadeira riqueza é interior. Nos queixamos de uma dor nas costas aliviada por uma pastilha da farmácia, enquanto temos notícias sobre amigos e pessoas que procuram em vão os corredores dos hospitais públicos em busca de socorro para um mal muito mais grave, mas não são atendidos, pois há falta de pessoal e principalmente dos equipamentos necessários ao funcionamento da unidade.
Quando olhamos para a situação de miséria e dor de nosso próximo compreendemos que a nossa alegria não pode ser uma conquista individual. Que não podemos agir como Caim, dizendo que não somos responsáveis pelo nosso irmão, pois, de fato, nossa omissão, quando podemos agir é também um ato criminoso e que nos será cobrado.
O Natal da crise pode ser também o Natal da maior aproximação com o aniversariante. Ele tem muito a nos dizer. Ele quer entrar em nossos lares e nos falar de coisas que realmente importam.
Ele tem a água viva para a nossa sede. Uma água da qual bebermos jamais voltaremos a ter a sede de justiça, da falta de coragem, do ânimo para viver e construir uma vida melhor para nós e para os que nos cercam.
Não façamos como Marta que deixou o visitante de lado para cuidar dos afazeres da casa, da Ceia, da limpeza do fogão, da lavação da louça e tudo o mais. Façamos como Maria que aos pés do Cristo ouviu e se alimentou de suas Palavras.
Neste Natal, não deixemos o aniversariante de fora.
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